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Quando vale a pena antecipar IR e FGTS inativo?

A operação tem um custo – juros – e é vantajosa em poucos casos

Weruska Goeking

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SÃO PAULO – A essa altura do ano é provável que você já saiba quanto tem de imposto de renda a restituir e, eventualmente, os valores disponíveis em contas inativas do FGTS. De olho nesse dinheiro, os bancos já oferecem antecipação desses recebimentos. A operação tem um custo – juros – e é vantajosa em poucos casos, segundo os especialistas consultados pelo InfoMoney.

 “Antecipação do imposto de renda, de um modo geral, é sempre uma furada”, afirma Myrian Lund, professora de MBAs da FGV (Fundação Getulio Vargas). Isso porque essa antecipação é uma espécie de “empréstimo camuflado”, segundo José Kobori, professor de finanças do Ibmec/DF (Instituto Brasileiro de Mercado de Capitais – Unidade Distrito Federal).

 “É como se fosse um consignado, porque o banco tem uma garantia que o dinheiro estará na conta dele depois. Só compensa se a taxa de juros que estiverem cobrando for baixa”, explica Kobori.

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 O “patamar baixo” de juros citado pelo professor deve estar próximo de um empréstimo consignado e o dinheiro antecipado só vale a pena quando for usado para quitar dívidas com juros mais elevados, como cartão de crédito e empréstimos pessoais.

 “Só vale se trocar uma dívida mais cara por outra mais barata. Usar esse dinheiro para consumir não é uma troca inteligente. Em hipótese alguma”, avalia o professor.

 Mesmo nesses casos, Lund pondera que a negociação sobre a quitação da dívida deve ser feita antes da solicitação da antecipação dos valores, para que seja possível ter certeza sobre a vantagem na troca de dívidas.

 “Primeiro negocie e só depois pegue a antecipação. O ideal é que esse valor seja suficiente para liquidar a dívida”, explica a professora.

 Outro ponto a ter cuidado é a garantia do valor esperado a ser recebido. No caso das contas inativas, é possível consultar os valores liberados na Caixa Econômica e há um calendário de pagamentos, mas os valores da restituição do imposto de renda podem variar ou não serem creditados na data esperada. “Ainda há o risco de cair na malha fina”, lembra Kobori.

 Myrian Lund explica que quem antecipa esses pagamentos deve acabar perdendo de 20% a 30% do valor em pagamento de juros. “Não se afobe e não vá empenhar dinheiro antes de fazer boas negociações. Só tome decisões de pensar muito e de uma noite bem dormida”, aconselha.