11 hábitos financeiros que você não quer que seus filhos aprendam

Se não quer que eles repitam, é melhor deixar de ter

Paula Zogbi

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SÃO PAULO – As crianças aprendem muito mais com o que fazemos do que com o que tentamos ensinar com palavras. Para o site Business Insider, o seu comportamento é a lição financeira mais importante que você pode passar para os seus filhos.

Veja quais são os principais comportamentos que você provavelmente não quer que suas crianças imitem no futuro:

Operar sem orçamento
Se você é uma pessoa que gasta sem ter verba, ou seja, compra coisas sem se preocupar com o custo delas, suas crianças farão exatamente o mesmo. Elas automaticamente desassociarão o ato de comprar do custo. Ou seja: a ausência de um orçamento será um legado, assim como as consequências negativas desse comportamento.

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Tratar as dívidas como rotina
Boa parte dos lares passa por um problema silencioso: a aceitação da dívida como um tipo de “amigo”. Se estar endividado for uma coisa comum para você, também será para os seus filhos.

O problema é que as dívidas representam uma redução na renda futura: você paga pelas despesas de ontem hoje, e pelas de hoje amanhã. Isso sai caro; muito caro. Não é uma forma saudável de lidar com as dívidas. Por mais que você tente ensinar aos seus filhos como se deve tratar as dívidas, é mais saudável mostrar na prática.

Se nossos amigos têm, nós precisamos
Esse é um comportamento bastante comum entre crianças, e você pode ter culpa nisso. Basear seus gastos nos gastos das pessoas ao seu redor sutilmente ensina aos seus filhos que suas escolhas são determinadas pelas de outras pessoas. E se as outras pessoas estão no controle dos seus gastos, você não está.

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Cartões de crédito são um estilo de vida
Seus filhos veem você comprando coisas principalmente com cartões de crédito? Talvez seja melhor passar a usar mais dinheiro vivo.

Gastar em espécie pode dar a uma criança a noção real de que as coisas realmente custam dinheiro, e não podem ser obtidas através de um tipo de magia invisível dentro de um cartão magnético. A lição é puramente visual, mas poderosa.

O uso do cartão de crédito também faz com que seja mais fácil negar que existem problemas com dívidas, o que leva ao ponto anterior.

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Acreditar que você merece tudo o que há de melhor
Com qual frequência você gasta dinheiro simplesmente por pensar “eu mereço”?

Tudo bem fazer um “agradinho” a si mesmo eventualmente, mas o critério mais importante sempre deve ser “eu realmente posso arcar com isso?”

Se uma criança começa a gastar demais com esse pensamento de recompensa, a tendência é que esse comportamento só piore, então cuidado.

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Nunca falar sobre dinheiro
Essa passa pela questão da negação. Pode ser que você não fale sobre dinheiro por ser um assunto proibido no seu relacionamento – e isso é um péssimo sinal em si. Mas nunca falar sobre questões financeiras com seus filhos é ainda pior, porque eles não desenvolverão a ideia do quanto as coisas custam ou da importância desse tópico.

As crianças deveriam não só escutar você falar sobre dinheiro, mas também ter responsabilidades financeiras próprias da idade: tente uma mesada, por exemplo. Pode inclusive passar a responsabilidade de passar parte dessa quantia para a caridade. É tudo sobre ganhar e oferecer: atividades que se tornarão cada vez mais importantes com o passar dos anos.

“Viva hoje, porque não sabemos o dia de amanhã”
Essa máxima é muito usada como uma justificativa para a bonança, mas pode ser fatal para as suas economias. Não ensine aos seus filhos que eles devem gastar como se não houvesse amanhã, porque muito possivelmente o amanhã virá. E pode ser desastroso.

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Não estabelecer metas de poupança ou investimento

Você deve ter metas para suas economias e investimentos, e seus filhos devem possuir ao menos uma noção da existência e da necessidade disso. Metas são oportunidades de mostrar aos seus filhos que algumas coisas na vida precisam de preparação e trabalho.

Também é uma maneira de demonstrar gratificações: seus esforços de agora significam recompensas no futuro. Essa é uma lição importante para as crianças.

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Em alguns momentos, pode ser o caso de deixar que as crianças contribuam com essas metas em determinados sentidos – colocando moedinhas no cofre da família, por exemplo, para validar a noção de meta no imaginário delas.

Sempre tirar vantagem de uma venda
Esse, segundo o Business Insider, é um dos maiores mitos de todos os tempos no universo financeiro. Você pode economizar ao realizar uma compra na promoção, mas se você compra tudo o que está na promoção, você na verdade está perdendo dinheiro.

Evitar uma boa oferta eventualmente pode ensinar uma lição de resistência aos seus filhos, importante para que eles não caiam nesse truque.

Manter segredos financeiros
O “não conte para a sua mãe” é algo extremamente perigoso, e tem dois possíveis resultados negativos:

Primeiramente, as crianças sentirão que há um problema. E, além disso, você estará passando a ideia de que é normal – e correto – mentir sobre questões financeiras, mesmo que elas tenham aprendido a não mentir no geral.

Fingir que hábitos financeiros não afetam a saúde
Se a sua situação financeira não é das melhores, isso provavelmente tem um impacto na sua saúde física em algum grau, e pode até diminuir sua vida.

Se não pelo seu bem, pense nos seus filhos na hora de controlar suas finanças, principalmente suas dívidas. Sua saúde depende disso e a sua função é proteger suas crianças deste mesmo mal.

Não acredite que seus hábitos financeiros passam desapercebidos pelos seus filhos, porque isso não é verdade. Não importa o quanto você ensine com palavras, são suas ações que influenciarão o comportamento da sua família no futuro.

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Paula Zogbi

Analista de conteúdo da Rico Investimentos, ex-editora de finanças do InfoMoney