Nubank praticamente dobra juro máximo do rotativo e se explica

Juro mais alto atinge parcela muito pequena dos clientes, de acordo com VP

Paula Zogbi

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SÃO PAULO – Na última quinta-feira, 25 de agosto, uma parte dos clientes do Nubank recebeu um e-mail um tanto desagradável: sua taxa de juro do rotativo, cobrado quando a fatura do cartão é parcelada, passara de 7,75% ao mês para 14% ao mês. Praticamente o dobro, o que assustou alguns dos que receberam essa notícia.

Para alguns clientes nas redes sociais, a fintech disse que a medida foi tomada para oferecer um “serviço melhor para mais pessoas”, o que também não acalmou os ânimos dos envolvidos.

De acordo com a própria fintech, porém, não há motivo para alarde. “Esse aumento para 14% aconteceu para menos de 0,5% da nossa base de clientes”, disse Cristina Junqueira, co-fundadora e VP de Branding e Business Development da empresa, em entrevista ao InfoMoney.

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Isso aconteceu, segundo ela, para melhorar a eficiência e a personalização de contas de clientes. “Em geral a taxa de juros em bancos é a mesma para todos os clientes que estão usando aquele produto – e por isso que elas são tão altas aqui no Brasil”, comenta ela. “Aqui dentro nós testamos taxas que partem de 2,75% até os 14%, isso varia de acordo com o histórico da pessoa e com nosso perfil de testes mesmo”, explica.

“Diferencial”

Alguns clientes que sofreram a mudança nas taxas reclamaram que o Nubank teria perdido um de seus maiores “diferenciais”: taxas de juros baixas. Quanto a isso, a VP tem dois comentários.

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Primeiramente, ela disse que as taxas de juros continuam abaixo da média brasileira. “Quando lançamos o Nubank, a média do mercado era de 14,5%; agora ela subiu, ainda estamos abaixo mesmo com os 14%”, contabiliza. De acordo com dados do Banco Central, a taxa de juros do rotativo no cartão de crédito bateu recorde em maio, chegando a 471,3% ao ano.

Além disso, os grandes diferenciais cujas bandeiras são levantadas pelo Nubank são o crédito sem anuidade e o atendimento completamente digital. “Nosso sistema todo de negócio é ganhar dinheiro na base do interchange, nós nunca incentivamos que o cliente use o rotativo. A gente trabalha com taxas menores em média porque a gente é mais eficiente”, dispara.

Paula Zogbi

Analista de conteúdo da Rico Investimentos, ex-editora de finanças do InfoMoney