Investimento programado é opção para “driblar” falta de disciplina

"É uma excelente maneira de se programar e conseguir investir pensando no futuro", afirma Antonio De Julio, da MoneyFit

Diego Lazzaris Borges

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SÃO PAULO – Investir uma parte do salário todos os meses não é uma tarefa fácil para a maioria dos brasileiros. Isso porque este tipo de operação exige controle dos gastos e das finanças pessoais, o que ainda pode ser considerado uma “raridade” entre grande parte da população.

Mas quem tem interesse em fazer aplicações mensais e constituir uma poupança de longo prazo por meio de uma aplicação financeira tem uma forma de “driblar” a falta de disciplina: a programação de investimento automático, disponível em vários bancos e instituições financeiras para vários tipos de aplicações – desde a tradicional caderneta de poupança até as ações de grandes empresas, passando pelos fundos de investimentos.

“A maioria das pessoas acaba gastando aquilo que está disponível na conta, elas não têm muito hábito de se programar e investir todos os meses. Para elas, é uma boa oportunidade”, afirma o professor do LabFin, Keyler Carvalho Rocha.

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Ele lembra que, mesmo que os valores investidos mensalmente não sejam elevados, esse tipo de aplicação tem força no longo prazo, influenciada pelo poder dos “juros sobre juros”. “Você pode investir uma pequena quantia por mês, dentro das suas possibilidades, mas, no final do prazo estipulado, muitas vezes consegue juntar um valor considerável”, aponta.

Outro ponto favorável deste tipo de operação, segundo o professor, é a comodidade. “O investidor não precisa entrar em contato com o banco ou alguma instituição financeira todos os meses para fazer a aplicação. Basta programar uma única vez e deixar o saldo disponível”, ressalta. “É como se fosse uma conta que você coloca em débito automático, para não precisar se preocupar em pagar todos os meses”, compara.

O especialista em finanças pessoais da MoneyFit, Antonio de Julio, também enxerga no “investimento programado” uma boa oportunidade. “Acho essa uma excelente maneira de se programar e conseguir investir uma quantia todos os meses, pensando no futuro”, afirma.

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Cuidados
De acordo com os especialistas, o principal cuidado que o investidor deve ter ao programar o investimento automático é com seu próprio planejamento financeiro. Ou seja, não adianta investir uma quantia maior do que as suas possibilidades e acabar precisando de dinheiro para despesas básicas ao longo do mês. “Você precisa se programar e fazer as contas do quanto pode separar do seu salário para investir”, afirma De Julio.

O professor do LabFin ressalta que é importante fazer as contas e programar a aplicação de um valor que caiba no orçamento. “Não vale nem um pouco a pena fazer um investimento com retorno de menos de 1% ao mês e acabar o mês precisando tomar um empréstimo pagando taxas muito maiores, de até 5% para o banco”, aponta Rocha.

Tipos de investimentos
Diversas instituições financeiras oferecem a opção de investimentos com aplicação programada. Em alguns bancos, é possível investir em fundos, outros também oferecem a aplicação mensal em ações de determinadas empresas.

Existem corretoras que também disponibilizam a reaplicação automática de dividendos (distribuição do lucro entre os acionistas minoritários). Ou seja, quando o provento é creditado na conta-corrente do investidor, o valor é utilizado automaticamente para compra de mais ações daquela empresa.

Quem quer investir em títulos públicos também terá a opção de programar as aplicações a partir deste ano. No final de 2011, o Tesouro Nacional anunciou medidas para popularizar o programa Tesouro Direto e, entre as novidades, está prevista a compra programada de títulos.

Diego Lazzaris Borges

Coordenador de conteúdo educacional do InfoMoney, ganhou 3 vezes o prêmio de jornalismo da Abecip