Os portos-seguros do mundo, veja os ativos que comemoram enquanto o mercado derrete

Não, o dinheiro não está simplesmente evaporando; veja para onde vão os investidores quando tudo é crise no mercado

Equipe InfoMoney

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SÃO PAULO – Depois da China ter seu segundo “circuit breaker” em uma semana, os índices da maior parte das bolsas mundiais caíram perto de 2%. Investidores abandonaram o mercado de ações com medo da desaceleração da segunda maior economia do mundo, que é também o maior mercado consumidor de commodities do planeta. Não por acaso, o minério de ferro caiu hoje e o petróleo voltou a bater mínimas em mais de 10 anos. Mas por pior que seja o cenário, uma regra do mercado financeiro é que há sempre alguém ganhando dinheiro: o capital não está simplesmente evaporando, ele pode estar logicamente indo para algum lugar mais “seguro”.

Para explicar este fluxo, é preciso lembrar que o mercado de capitais é feito de empresas e governos que emitem títulos das suas dívidas, companhias que vendem ações para se financiar e os investidores que compram essas ações ou estes títulos para obter algum rendimento com eles. Se os preços das ações despencam, como ocorre hoje, é porque os investidores estão vendendo os seus papéis de qualquer jeito possível para passar a investir em outros ativos mais seguros diante de uma instabilidade geral na economia do mundo. Ou seja, da mesma maneira como muito valor está sendo destruído, também há um fluxo que sai de um mercado e entra em outro que possui maior garantia de rendimento.

Os títulos de dívidas de economias como Estados Unidos e Japão, assim como commodities de “alto nível”, como o ouro, por exemplo, não seguem o pandemônio do mercado e operam com significativas valorizações. Mas por que esses ativos são classificados como “safe heaven” (ou portos seguros, na tradução livre) dentro do mercado?

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A começar falando sobre os EUA, o país possui o maior PIB (Produto Interno Bruto) do planeta, ou seja, possui boa capacidade de pagamento e, além disso, tem uma credibilidade quase ilimitada, já que historicamente nunca deixou de pagar a sua dívida independente do tamanho da crise econômica que sofresse. O Japão, por outro lado, pode estar patinando há alguns anos, mas ainda tem a segunda maior economia da Ásia e é menos volátil e mais previsível do que a China.

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Para ver isso praticamente, os títulos de dívida dos Estados Unidos têm alta hoje. O preço dos treasuries de 10 anos tiveram alta de 0,43%, enquanto o “yield” deles têm queda (maior demanda significa maior preço e o prêmio que precisa ser pago ao investidor fica mais baixo, já que há mais gente procurando pelo ativo mesmo com uma rentabilidade menor). Na mesma direção foram os títulos de outros países como Japão, que subiram 5,47%.

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Outro porto seguro do mercado, o ouro, opera em alta de 1,57%. Normalmente, o metal é a opção para os investidores quando o mercado acionário não caminha muito bem das pernas, já que sempre serviu de reserva de valor especial contra crises no mercado financeiro, tendo geralmente uma relação inversa ao do movimento dos mercados acionários.

Já aqui no Brasil, o mercado tirou o dinheiro da Bolsa e colocou em dólar, que por ser a moeda do país considerado mais seguro do planeta em termos de solidez econômica e capacidade de pagamento, atrai o investidor avesso a risco. O dólar comercial tem alta de 0,68% hoje, a R$ 4,0467 na compra e R$ 4,0490 na venda nesta segunda, ao passo que o dólar futuro para fevereiro registra ganhos de 0,43% a R$ 4,080.

Pode ser que o mercado de ações esteja mesmo sem opção nem esperança em mais um “sell-off” na China, mas sempre há investidores ganhando dinheiro em alguma ponta. O truque é seguir o dinheiro para encontrar quais são os portos seguros do mercado finaneiro.