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SÃO PAULO – Apesar de não ter grande destaque na imprensa nacional, o movimento dos militares na atual campanha eleitoral brasileira está chamando atenção no exterior. Em texto publicado no último fim de semana, o New York Times alerta para o cenário de entrada dos militares na política, “pelas urnas ou pela força”.
O texto começa destacando o “retorno” deste grupo 30 anos após a ditadura militar e que muitos generais “estão montando uma campanha eleitoral abrangente, apoiando cerca de 90 veteranos militares que concorrem a uma série de postos – incluindo a presidência – nas eleições nacionais de outubro”.
A ideia por trás desta atuação política está no resgate da nação após uma série de administrações ruins, que não sustentaram a economia, que não conseguiram conter a violência e que “descaradamente roubou bilhões de dólares com a corrupção”. “E se as urnas não trazem mudanças com rapidez suficiente, alguns proeminentes ex-generais alertam que os líderes militares podem se sentir compelidos a intervir e reiniciar o sistema político à força”, alerta o NYT.
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A publicação destaca ainda o cenário brasileiro nas últimas décadas, em que a população defende que política e forças armadas fiquem separadas, o que evita o caminho do país para um governo autoritário. Porém, o que se vê agora são ex-generais organizando campanhas dizendo que “valores militares como disciplina, integridade e patriotismo são vitais para consertar o Brasil, uma nação que eles consideram mal governada, perigosamente polarizada e embaraçosamente irrelevante no cenário mundial”, diz o texto.
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O NYT relembra ainda os casos de tortura e o cenário de crescimento econômico registrados na ditadura. A publicação cita rapidamente o candidato Jair Bolsonaro e fala de diversos generais, afirmando que “as conclamações por intervenção militar começaram em 2013” e “desde então se tornaram mais ruidosas”, culminando na greve dos caminhoneiros.
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O jornal conclui citando o jurista Pedro Dallari, que alerta que a falta de responsabilidade dos políticos pode permitir que a geração mais jovem de brasileiros romantize o que uma nova intervenção militar poderia trazer para o País. “O fato de que a memória da ditadura diminuiu com o tempo, porque os problemas não foram confrontados, gera esse risco”, disse conclui.
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