Decisão rachada do PSDB pode gerar “efeito reverso” para Temer

Parte da bancada tucana da Câmara está determinada a votar a favor da futura denúncia de Janot contra Temer

Lara Rizério

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SÃO PAULO – Bastante dividido, o PSDB decidiu na noite da segunda-feira (12) pela continuidade na base aliada do governo Michel Temer. Conforme destaca a LCA Consultores, a sinalização do PMDB de que apoiaria tanto um eventual candidato tucano na eleição presidencial em 2018, como a defesa de Aécio Neves (MG) no Senado foram decisivos para que a executiva decidisse pela continuidade na base governista.

Segundo a LCA, a decisão do PSDB foi importante, uma vez que também garante a continuidade do DEM na base governista. Assim, Temer teria uma base suficientemente elevada para barrar um pedido de abertura de processo no STF, que será feito nas próximas semanas, a partir da denúncia do procurador-geral da República Rodrigo Janot.

Porém, conforme ressalta o jornal O Globo, a  decisão de manter o apoio a Temer não deve apaziguar os ânimos na bancada tucana na Câmara. O sentimento dos deputados é que a deliberação não foi democrática e vai evidenciar o racha da legenda, segundo disse Daniel Coelho (PSDB-PE), um dos expoentes da ala jovem, ao jornal. 

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Conforme destaca o jornal, os deputados que vêm defendendo o desembarque do governo se reúnem nesta terça para avaliar que medidas devem tomar a partir de agora, sendo que parte deles já está determinada a votar a favor da futura denúncia de Janot contra Temer. Desta forma, o presidente pode não respirar tão aliviado assim, já que os votos de toda bancada do PSDB não estariam garantidos. 

 “A bancada não quer ficar no governo. Quem vota somos nós, não são os governadores e prefeitos que têm voto (na Câmara). A gente vai tentar agir de forma articulada. A ideia é agirmos em bloco, independente da denúncia (contra Temer)”, disse Coelho ao jornal, ao apontar que a decisão deixou os parlamentares ainda mais descontentes porque não houve deliberação democrática por voto na Comissão Executiva.

Coelho faz parte de um grupo no PSDB que defende o apoio às reformas da Previdência e Trabalhista, mas sem manter cargos e apoio incondicional ao governo. Desde que a veio à tona a delação dos executivos da JBS eles articulam o desembarque do governo Temer.

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.