Temer nega estar perdido e afirma: “se quiserem, me derrubem”

Em entrevista à Folha de S. Paulo nesta segunda, presidente se disse ingênuo em ter recebido Joesley Batista no Palácio do Jaburu em episódio que culminou com a gravação de conversa entre os dois

Lara Rizério

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SÃO PAULO – Em entrevista à Folha de S. Paulo nesta segunda-feira (22), o presidente Michel Temer – que enfrenta a maior crise política do seu governo em meio à delação dos donos da JBS -, afirmou  que renunciar seria uma admissão de culpa e desafia seus opositores: “Se quiserem, me derrubem, porque, se eu renuncio, é uma declaração de culpa”.

Temer afirma que não sabia que Joesley Batista, que o gravou de forma escondida, era investigado quando o recebeu fora da agenda em sua residência em março – mesmo, naquele momento, o dono da JBS já sendo alvo de três operações.

Sobre o ex-assessor Rodrigo Rocha Loures, flagrado com uma mala de dinheiro, o presidente afirmou manter com ele apenas “relação institucional”. A atitude de Loures, para o presidente, não foi “aprovável”. Mas ele defende o caráter do ex-assessor. “Coitado, ele é de boa índole, de muito boa índole.”

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Temer se diz ingênuo em ter recebido Joesley Batista no Palácio do Jaburu em episódio que culminou com a gravação de conversa entre os dois, revelada na semana passada por O Globo. 

Já sobre seus aliados políticos e uma possível debandada, Temer diz que perdeu o PSB em razão da Previdência, e não agora. ” No PPS, o Roberto Freire veio me explicar que tinha dificuldades. Eu agradeci, mas o Raul Jungmann, que é do PPS, está conosco”, afirmou. Já sobre o PSDB, Temer diz que vê os tucanos ao seu lado até o término do mandado, em dezembro de 2018.

Ao ser perguntado sobre em quanto tempo ele reaglutinaria a base, Temer respondeu: “não sei se preciso reaglutinar. Todos os partidos vêm dizer que estão comigo. É natural que, entre os deputados… Com aquele bombardeio, né? Há uma emissora de televisão [TV Globo] que fica o dia inteiro bombardeando”.

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Temer ainda negou que esteja sem força política e diz na entrevista que vai mostrar força ao longo das próximas semanas com a votação de matérias importantes. Ao ser perguntado se consegue fazer as votações, o presidente disse ter absoluta convicção de que consegue. “É que criou-se um clima que permeia a entrevista do senhor e das senhoras de que vai ser um desastre, de que o Temer está perdido. Eu não estou perdido”.

Sobre a votação do TSE no caso da chapa Dilma-Temer, a partir do dia 6 de junho, Temer diz não ver influência da crise política na decisão. “Os ministros se pautam não pelo que acontece na política, mas pelo que passa na vida jurídica”. Caso a chapa seja cassada, Temer afirma que usará os meios que a legislação autoriza a usar para recorrer. “Agora, evidentemente que, se um dia, houver uma decisão transitada e julgada eu sou o primeiro a obedecer”.

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.