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SÃO PAULO – O francês Le Monde publicou matéria na terça-feira (28) tendo como foco, mais uma vez, a política nacional e com o título: “Brasil, o reino da impunidade”. Segundo o jornal francês, “se os mais cínicos forem ouvidos”, “o presidente Michel Temer parece estar esquentando a sua pizza quatro queijos”, ao falar que o chefe de estado parece estar buscando se proteger de uma possível acusação e fazendo uma referência à expressão popular brasileira “acabar em pizza”. Ou seja, quando algo não dá em nada.
Contudo, reforça a correspondente do jornal Claire Gatinois, a tática não está passando despercebida. Além disso, por mais que o presidente tente dizer que o governo não vai proteger ninguém, as ações dele vão no sentido contrário, afirma.
O Le Monde afirma que Temer é ”ultra-impopular”, e que ele multiplica sinais ambíguos ao nomear Alexandre de Moraes para o Supremo Tribunal Federal. Claire aponta que o futuro ministro do STF é conhecido por sua simpatia pelo presidente, o que suscita questões sobre sua nomeação. Além disso, mesmo ele não herdando todos os processos do juiz Teori Zavascki, que cuidava da Lava Jato antes de falecer em janeiro desse ano, Moraes será o revisor do processo no plenário.
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O jornal também diz que Moraes deu declarações ambíguas sobre tortura e é acusado de plágio. ”No passado, ele defendeu o ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha, condenado por corrupção e lavagem de dinheiro”, o que não ajuda a melhorar sua imagem. Seguem ainda as escolhas de Osmar Serraglio , que substitui Alexandre de Moraes e defendeu a destituição de Dilma Rousseff, além da elevação ao cargo de ministro de Moreira Franco, que já foi citado dezenas de vezes na Lava Jato,
Le Monde comenta que todos esses eventos recentes levam o país a se questionar sobre o peso de foro privilegiado. O privilégio se transformou em uma ferramenta cômoda para desacelerar ou até mesmo enterrar algumas investigações, diz o jornal francês. Sobre o assunto, o texto ainda aponta as declarações de Romero Jucá sobre a ”suruba” do foro privilegiado, e das críticas que mesmo setores que defenderam o impeachment agora fazem ao governo.
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