“Não quero jogar pedra no Lula”, diz FHC após petista virar réu na Operação Lava Jato

Em entrevista à Folha, tucano afirma que Lula vive momento delicado e que Justiça decidirá; ele ainda falou sobre o governo Temer, apontando ser difícil que Meirelles seja o 'FHC de Temer'

Lara Rizério

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SÃO PAULO – Em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo, publicada neste domingo (25), o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso evitou fazer juízo de valor sobre o destino de seu sucessor, o também ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que virou réu pela segunda vez na Operação Lava Jato.  “Ele vive um momento delicado, e não acho que corresponda a mim, que fui presidente e o conheço de outras épocas, agravar. Isso, agora, é a Justiça quem vai ter que decidir. Não quero jogar pedra no Lula”, destacou.

Parao tucano, o MPF (Ministério Público Federal) deixou de esclarecer questões importantes da investigação durante apresentação da denúncia. “O Ministério Público, ao tentar mostrar que Lula era o responsável maior, obscureceu outra questão, que é a mais importante: houve ou não crime de favorecimento pessoal? Se ele foi o responsável maior, não é ponto de partida, é ponto de chegada. Isso não diminui a necessidade de responder a outro quesito: houve desvio de finalidade dos recursos?”, questionou.

FHC também falou sobre o impeachment de Dilma Rousseff, posicionando-se contra o fatiamento do julgamento da ex-presidente. Ele afirmou acreditar que houve crime de responsabilidade, mas ressaltou: “sempre achei que Dilma, pessoalmente, não se meteu em tramoia. Agora, se ela tem ou não responsabilidade nas tramoias, responsabilidade política, já é outra coisa”.

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O tucano também traçou um cenário sobre o governo Temer, afirmando ser difícil que alguém da situação tenha dividendos políticos da gestão do peemedebista para se projetar para 2018. “Não vejo que o governo tenha como tirar proveito [eleitoral] dessa situação em dois anos”. 

Nem mesmo o atual ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, em caso de organizar a economia e repetir fórmula lançada pelo próprio FHC, em 1993, ao assumir a pasta durante o governo de Itamar Franco?, pergunta o jornal. “Não creio. E não é que haja uma diferença entre mim e Meirelles. É a situação.” Para o tucano, mesmo que o ministro consiga sensibilizar a sociedade, ele só irá expor “sangue, suor e lágrimas”.

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.