Dilma elogia trabalho de Meirelles, mas diz que inflação cai por mérito de seu governo

"As condições para a inflação cair foram sendo construídas durante meu governo", afirmou, dizendo crer que o arrefecimento dos preços abre a possibilidade de corte de juros

Rodrigo Tolotti

Publicidade

SÃO PAULO – Apesar de ainda falar em golpe e estar lutando para retomar o posto de presidente, Dilma Rousseff não acha que tudo está ruim com o governo interino. Nesta terça-feira (12), em entrevista na Rádio Capital, de São Paulo, a petista fez um elogio pessoal ao atual ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, mas não poupou críticas à política econômica do governo em exercício. 

Durante a conversa, a presidente afastada ainda aproveitou para reivindicar para si a baixa da inflação e disse crer em uma derrota do processo de impeachment no Senado. “As condições para a inflação cair foram sendo construídas durante meu governo”, afirmou, dizendo crer que o arrefecimento dos preços abre a possibilidade de corte de juros.

Perguntada sobre o porquê de ela não ter indicado o economista para o ministério da Fazenda, como foi amplamente sugerido pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e por integrantes do então governo petista, Dilma foi econômica e se limitou a dizer que Meirelles “é uma pessoa competente na área dele”. “Eu não considero que Henrique Meirelles representa este governo como um todo”, complementou.

Masterclass

O Poder da Renda Fixa Turbo

Aprenda na prática como aumentar o seu patrimônio com rentabilidade, simplicidade e segurança (e ainda ganhe 02 presentes do InfoMoney)

E-mail inválido!

Ao informar os dados, você concorda com a nossa Política de Privacidade.

Dilma, no entanto, criticou propostas de redução de gastos com saúde e educação e disse que o governo Temer está tratando a meta fiscal de 2016, que prevê déficit de até R$ 170,5 bilhões, como um “cheque em branco”. Ela ainda aproveitou para criticar novamente o ex-presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), responsável pela abertura do impeachment contra ela.

“Eu tenho divergências com Cunha desde quando ele assumiu a liderança do PMDB no meu primeiro mandato, por não concordarmos em vários projetos, como no caso do marco regulatório dos portos”, afirmou.

Por fim, ela disse crer que vai reverter o placar do impeachment no Senado e que vai voltar à presidência no final de agosto. “Quando voltar, vou ter de enxugar muita coisa, tem muita coisa errada sendo feita”, afirmou, em referência às propostas de cortes de recursos para a educação e a saúde. “Tenho uma obrigação e missão, porque o Brasil passou por uma ruptura democrática e sou responsável por colar isto de volta”, finalizou a petista.

Continua depois da publicidade

Com Agência Estado

Newsletter

Infomorning

Receba no seu e-mail logo pela manhã as notícias que vão mexer com os mercados, com os seus investimentos e o seu bolso durante o dia

E-mail inválido!

Ao informar os dados, você concorda com a nossa Política de Privacidade.

Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.