Novo advogado de Lula vê tsunami e tentativa de criminalização contra ex-presidente

"No fim, quando não pesar nenhuma acusação sobre o Lula, haverá um prejuízo político dramático", afirmou Nilo Batista

Lara Rizério

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SÃO PAULO – O advogado criminalista Nilo Batista se uniu à equipe de advogados responsável pela defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e, segundo informações do jornal O Estado de S. Paulo, afirmou que não haverá denúncia criminal contra o ex-presidente, mas alertou para o “sentido político” das acusações que têm chegado ao público. “No fim, quando não pesar nenhuma acusação sobre o Lula, haverá um prejuízo político dramático”. 

Ao falar sobre o filho de Lula, Luís Cláudio Lula da Silva, que é alvo da Operação Zelotes, Nilo diz que o filho do ex-presidente tem atuação conhecida na área de marketing esportivo e reclama do que chama de “leviandade acusatória” contra Lula e sua família. O criminalista afirmou ter se juntado a Roberto Teixeira e Cristiano Zanin para “ajudá-los a enfrentar esse tsunami, esse esforço artificial para tentar criminalizar o presidente Lula”.

“Acho que é uma causa muito importante para além do pouco que há nela de jurídico-penal. O principal é o sentido político de (tentativa de) neutralizar uma liderança política”, afirmou. 

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O advogado também falou que “não há perspectiva de ação criminal concreta, o que existem são coisas imaginativas, tentativas fantasiosas e até ridículas de relacionar fatos”. Nilo diz que cabia aos partidos indicar postos importantes como as diretorias da Petrobras. “Quando se convida um aliado a participar, ele tem justa expectativa de exercer poder e os partidos decidem soberanamente. Querem transformar o Executivo em fiador das indicações, e isso não existe”.

Ontem, a Folha de S. Paulo destatou que, segundo aliados, o ex-presidente “tomou consciência de que algo mais grave pode acontecer” e reforçou a sua equipe de defesa com a contratação de Batista. Foi divulgado esta semana, por exemplo, a delação de Cerveró que o citou diretamente em um empréstimo ao PT investigado pela Lava Jato.

Lula, até então, vinha adotando como tática mostrar-se como perseguido por setores do Judiciário e pela imprensa que, segundo ele, teriam como objetivo minar uma eventual candidatura do petista à presidência. Ele não abandonará o discurso, mas contratou Batista para reforçar a sua defesa técnica em relação aos casos em que está sendo citado. 

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Batista foi governador do Rio de Janeiro em 1994 (foi vice de Leonel Brizola, que se afastou para concorrer à presidência) e é um dos principais criminalistas do Estado. Lula cogitou convidá-lo para o STF em 2003, mas acabou optando por Cezar Peluzo.

O criminalista disse à Folha que está trabalhando de graça para Lula.  Segundo o jornal, especula-se que os honorários dos advogados da Lava Jato variem entre R$ 3 milhões e R$ 5 milhões, mas alguns figurões chegam a cobrar R$ 15 milhões pelo trabalho.

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.