“Eu depositava oficialmente na conta do PT”, diz dono da UTC sobre propina

O então diretor de Serviços da Petrobras, Renato Duque, sempre encaminhou as propinas a João Vaccari Neto, então tesoureiro do partido, afirmou Ricardo Pessoa em delação premiada

Lara Rizério

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SÃO PAULO – Em delação no âmbito da Operação Lava Jato, o  empresário Ricardo Pessoa, dono da UTC Engenharia, afirmou que depositou dinheiro de propina da Petrobras diretamente na conta do Partido dos Trabalhadores (PT).

O então diretor de Serviços da Petrobras, Renato Duque, sempre encaminhou as propinas a João Vaccari Neto, então tesoureiro do partido, afirmou. Pessoa é um dos principais delatores da Lava Jato e teve a sua delação premiada tornada pública.

O dono da UTC disse que a cobrança de propina em contratos com a Petrobras começou com o deputado José Janene, do PP. “Depois, o próprio Duque me procurou e começou a dizer que eu tinha que fazer contribuições políticas que essas contribuições teriam que ir através do Vaccari.” 

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O juiz Sérgio Moro quis saber então se a contribuição ao PT era mesmo parte do acerto da propina, se essa relação ficava clara. Mais clara impossível, eu depositava oficialmente na conta do Partido dos Trabalhadores. Nunca paguei nada ao Duque, estava pagando a Vaccari”, afirmou Pessoa.

O juiz insistiu mais uma vez. “Essa contribuição vinha do acerto de propinas para a Diretoria de Serviços?” E Pessoa respondeu: “sim, para mim eu estava pagando a Vaccari, a mesma coisa.”

O empresário disse que o pagamento de propina começou por volta de 2005 e que ele existia mesmo que não houvesse cartel ou acerto entre as empresas para vencer as licitações. 

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Pessoa é apontado pelo Ministério Público Federal e pela Polícia Federal como o presidente do ‘clube vip’ das empreiteiras que tomaram conta de contratos bilionários da Petrobras entre 2004 e 2014. Ao ser perguntado pelo MPF se havia feito pagamento de propina a funcionários da estatal, ele confirmou.

Ricardo Pessoa contou que os valores para pagamento de propina era de 1% para a Diretoria de Serviços e para a Diretoria de Abastecimento. “A referência inicial era para a Diretoria de Serviços 1%, para a Diretoria de Abastecimento 1%. Mas isso era só referência. Caberia a negociação depois de cada um. Eu, por exemplo sempre negociei o máximo que eu pude.”

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.