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Ibovespa futuro avança após Copom manter juros inalterados; dólar recua frente ao real

Investidores repercutem decisões de juros no Brasil, Estados Unidos, Inglaterra e Japão

Vitor Azevedo

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O Ibovespa futuro opera em alta no pré-mercado desta quinta-feira (22). Às 9h30, o contrato futuro do principal índice da Bolsa brasileira avança 1,09%, aos 113.840 pontos, descolado do que é visto nos Estados Unidos.

Em Nova York, os índices futuros, após recuarem no início da manhã, passaram a registrar leve alta, com o S&P 500 e o Dow Jones subindo, respectivamente, 0,14% e 0,25%. O Nasdaq, por outro lado, opera próximo da estabilidade.

Investidores, no exterior, continuam repercutindo a decisão de ontem do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) de elevar a taxa de juros americana em 75 pontos-base – e de trazer um tom duro nas declarações após a medida

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 “Ativos de risco globais estão amanhecendo em tom de maior aversão ao risco, com investidores digerindo a bateria de informações trazidas pelo Fed após o término da mais nova reunião de política monetária do FOMC”, comenta a Guide Investimentos, em seu morning call

Os treasuries yields voltam a subir, com o título para dois anos negociando a uma taxa de 4,088%, ganhando 9,3 pontos-base, e o para dez anos a 3,55%, com acréscimo de 3,8 pontos.

“Apesar da alta ter confirmado o esperado pela grande maioria, o discurso duro de Jerome Powell, que teve o seu momento de whatever it takes (custe o que custar) ao garantir que a atuação na política monetária ‘será suficiente para garantir a estabilidade de preços’, e as projeções econômicas do Fed, que mostraram um juro mais próximo de 4,5% no fim do ano, acabaram pesando sobre o sentimento e derrubando as bolsas”, acrescenta a Guide. 

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Ibovespa futuro: dólar versus real

O dólar, com isso, continua ganhando força frente à maior parte das moedas do mundo. O DXY, que mede o desempenho da moeda americana frente a outras divisas de países desenvolvidos, sobe 0,30%, a 110,98 pontos. 

Em relação ao real, porém, o dólar cai 0,94%, negociado a R$ 5,124 na compra e a R$ 5,125 na venda. O dólar futuro recua 0,57%, a R$ 5,155. 

A curva de juros brasileira também segue caminho contrário da americana, após o Comitê de Política Monetária (Copom) optar por manter a Selic inalterada – o que traz fluxo de capital para o país.

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As taxas dos DIs para 2023 perdem seis pontos-base, a 13,69%, e as dos DIs para 2025, 11 pontos, a 11,65%. Os rendimentos dos DIs para 2027 e 2029 recuam, respectivamente, dez e sete pontos, a 11,28% e 11,40%. Os DIs para 2031 vão a 11,50%, caindo sete pontos.

Juros sobem também na Europa

Hoje, o Bank of England, ao contrário do Banco Central brasileiro, seguiu o Fed e também optou por elevar a sua taxa de juros em 50 pontos-base, para 2,25% ao ano, com tom dividido entre os membros da instituição.

As bolsas na Europa recuam em bloco. O FTSE, do Reino Unido, cai 0,46%, com a menor queda. O DAX, da Alemanha, tem baixa de 1,16%, o CAC 40, da França, de 1,14%, e o STOXX 600, de toda a União Europeia, de 1,25%.

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“Índices acionários recuam na Europa e nos EUA, o dólar avança contra o euro enquanto perde força para o Iene (manhã também é de perdas contra emergentes), os yields americanos seguem em alta e as commodities abrem a manhã sem direção única”, explica a casa de análise.

Na Ásia, o dia também foi de queda. A moeda japonesa, contudo, ganhou força frente ao dólar, porém, após o banco central do país ter interferido no mercado de câmbio para fortalecer a moeda local. 

O índice Nikkei, do Japão, caiu 0,58%, o Shanghai, da China, 0,27%. HSI e Kospi, de Hong Kong e da Coreia do Sul, caíram, respectivamente, 1,61% e 0,63%.

O petróleo Brent avança 1,17%, a US$ 90,84 o barril. O minério de ferro, contudo, avançou 3,24% no porto de Dalian, a US$ 101,58 a tonelada. 

Análise técnica de Ibov e dólar, por Pamela Semezatto, da Clear Corretora

IBOV: “Segue consolidado e, pela primeira vez, depois de testar região de topos anteriores, não voltou com muita força vendedora. Ainda é cedo para dizer que isso é um sinal para saída da consolidação, pois temos que esperar os próximos pregões para confirmar se vai se segurar por aí, ou voltar a testar o fundo de 109.000 pontos novamente.”

DÓLAR: “Vem fazendo fundos cada vez mais altos dentro da consolidação e o candle de ontem parou na LTA dessa consolidação. Ainda precisa romper o topo de 5.300 e ter boa continuidade para confirmar o rompimento concreto. Se hoje passar acima da máxima de ontem, acredito que possa vir testar novamente esse topo anterior. Se perder a mínima, esperamos por teste no fundo de 5.080.”