Dólar acentua queda no fim e volta ao patamar de R$ 3,05 após quase 2 anos

O dólar recuou 0,46%, cotado a R$ 3,0565 na venda, menor cotação de fechamento desde 21 de maio de 2015 (R$ 3,0426)

Rodrigo Tolotti

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SÃO PAULO – O dólar fechou em queda nesta quinta-feira, pela segunda sessão consecutiva e voltando ao patamar de R$ 3,05 depois de quase dois anos, após o Federal Reserve não endossar apostas de aumento de juros em breve e em meio ao ambiente de taxas mais baixas no Brasil que alimentavam avaliações mais positivas sobre a economia.

O dólar recuou 0,46%, cotado a R$ 3,0565 na venda, menor cotação de fechamento desde 21 de maio de 2015 (R$ 3,0426). “Além de o mercado achar que o Fed não deve subir o juro agora em março, o BC brasileiro cortou a Selic, o que ajuda a impulsionar a economia e deixa investidores satisfeitos”, comentou o operador da Advanced Corretora, Alessandro Faganello.

Durante a manhã, a moeda chegou a subir, mas zerou os ganhos após fala do secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Steven Mnuchin sobre a força do dólar em todo o mundo. “No curto prazo, há certos aspectos (de uma moeda forte) que são positivos sobre o dólar para a nossa economia e há aspectos que não são tão positivos”, afirmou ele em entrevista ao Wall Street Journal.

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Na véspera, a ata do último encontro do Federal Reserve mostrou que muitos membros do colegiado disseram ser apropriado aumentar os juros “em breve”, caso os dados de emprego e inflação estejam alinhados com as expectativas. O Fed se reúne novamente para tratar de política monetária nos dias 14 e 15 de março.

Entre os membros com direito a voto, no entanto, havia muito menos urgência de aumentar as taxas, com muitos vendo apenas “risco modesto” de que a inflação aumentaria significativamente e que o Fed “provavelmente teria tempo suficiente” para responder se surgissem pressões sobre os preços.

No exterior, o dólar caía ante uma cesta de moedas e divisas de países emergentes, como os pesos chileno e mexicano. O dólar também recuou no Brasil com o cenário um pouco mais positivo para a economia brasileira, após o BC reduzir a taxa básica de juros na noite passada em 0,75 ponto percentual, a 12,25%, e deixar a porta aberta para acelerar o passo em breve.

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Além disso, mesmo com os cortes, a Selic ainda é a maior taxa do mundo, segundo a corretora Infinity, o que mantém a atratividade do mercado brasileiro aos investidores. O movimento da moeda norte-americana, entretanto, não foi uniforme durante todo o dia. Quando foi para as mínimas, atraiu compradores, que aproveitaram os preços baixos para recompor carteiras e diminuíram o recuo do dólar ante o real momentaneamente.

“Como semana que vem tem o Carnaval, muitos investidores se anteciparam e o preço baixo foi um atrativo”, comentou o operador de câmbio de uma corretora local. “Com a folga, não descarto um dólar mais pressionado na sessão de amanhã”, emendou.

O BC vendeu o lote integral de 6 mil swaps tradicionais –equivalentes à venda futura de dólares– nesta sessão, rolando apenas parte (equivalente a US$ 2,4 bilhões) dos US$ 6,954 bilhões em swaps que vencem em março. A autoridade não costuma fazer leilões no último pregão do mês que, por causa do Carnaval, acontece nesta sexta-feira.

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Com Reuters

Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.