Especialista vê fundo do dólar a R$ 2,83 e diz que prova de fogo virá essa semana

Câmbio pode passar a operar entre R$ 2,85 e R$ 2,90 ou voltar aos R$ 3,08, tudo depende dos indicadores que saem nos próximos dias tem prova de fogo em semana de juros aqui e nos EUA

Equipe InfoMoney

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SÃO PAULO – Quando todo mundo esperava uma alta e alguns analistas já falavam até em dólar a R$ 4,00, o câmbio surpreendeu a todos e recuou abaixo dos R$ 3,00. Contudo, a moeda terá uma prova de fogo nesta semana que tem decisão de juros aqui e nos Estados Unidos, PIB (Produto Interno Bruto) dos EUA, resultado fiscal do governo – ambos na quarta-feira (29) – e, de quebra, votações no Congresso. 

O diretor técnico da Wagner Investimentos, José Faria Júnior, disse que a tendência de recuperação do real no longo prazo segue intacta depois que o suporte dos R$ 3,00 foi rompido. “O real pode começar a queimar na mão de traders de curto prazo com aposta de Fed mais dovish (moderado) e alta da Selic, abrindo chance para cair para a faixa 2,85 – 2,90, como comentando por nós nas últimas semanas”, explica Faria Júnior. 

Na segunda-feira pelo menos, o câmbio deu indicações de que caminhará para este cenário. Após perder os R$ 3,00 no final da última semana, a moeda norte-americana estendeu as perdas e agora já ameaça ficar abaixo dos R$ 2,90, valor que não atinge desde 2 de março, quando encerrou o pregão a R$ 2,8942.

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Esse desempenho no último pregão se deve ao aumento do apetite por risco dos investidores no mundo todo apoiados em mudanças e um maior otimismo com a situação da crise na Grécia. Mais cedo, um funcionário do governo afirmou que o país fez alterações na equipe de negociadores que vem discutindo com credores internacionais sobre o programa de ajuda a Atenas. A decisão pode reduzir a influência que o espontâneo ministro de Finanças do país, Yannis Varoufakis, tem no ritmo lento das conversas.

R$ 2,83 é o fundo do dólar?
Para Faria Júnior, as alterações na equipe da Grécia e o rumor de que os gregos abriram mão do reajuste do salário-mínimo são bons vetores para uma queda do dólar, que ganhou mais probabilidade de andar até os R$ 2,83 – 2,85. No entanto, uma queda abaixo deste patamar é possível, mas não provável, de acordo com o analista, devido às preocupações que continuam com a economia no cenário doméstico, além do que ocorre com as bolsas chinesas. 

“A bolsa chinesa e suas ações de tecnologia estão em P/L (Preço da ação dividido pelo lucro líquido por ação) de 250, a bolha das pontocom na Nasdaq estourou [quando a relação das empresas do setor estava] em 164. As contas abertas de novos investidores aumentaram em 15 vezes. Então a gente tem que se preocupar com Xangai”, afirma.