Dólar segue exterior e sobe 1% ante real, de olho na Ucrânia

"O pessoal ficou mais cauteloso com essa tensão na Ucrânia e isso impulsionou o dólar", disse o gerente de câmbio da Treviso Corretora, Reginaldo Galhardo

Reuters

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SÃO PAULO – O dólar fechou em alta de 1 por cento ante o real nesta terça-feira, acompanhando a valorização da divisa norte-americana no exterior em meio às preocupações políticas em torno da Ucrânia, apesar da constante atuação do Banco Central brasileiro.

A moeda norte-americana subiu 1,07 por cento, a 2,2385 reais na venda, após chegar a 2,2410 reais na máxima do dia. Segundo dados da BM&F, o giro financeiro ficou em torno de 1,3 bilhão de dólares.

“O pessoal ficou mais cauteloso com essa tensão na Ucrânia e isso impulsionou o dólar”, disse o gerente de câmbio da Treviso Corretora, Reginaldo Galhardo.

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A Rússia declarou nesta terça-feira que a Ucrânia está à beira de uma guerra civil, enquanto Kiev deu início a uma operação de repressão aos separatistas do leste.

O ambiente de tensões geopolíticas fez com que investidores evitassem comprar ativos de maior risco, refugiando-se em instrumentos mais seguros, como aqueles denominados em dólares. Nesse contexto, a moeda norte-americana também avançava cerca de 1 por cento em relação a moedas como o peso chileno e a lira turca.

Os ganhos do dólar ante o real aceleraram no fim da manhã com movimento de correção, à medida que investidores se desfizeram de posições vendidas –apostando em mais quedas da moeda norte-americana– para evitar perdas maiores com a alta do dólar, segundo agentes do mercado.

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“Como houve uma calmaria nessas últimas semanas, algumas pessoas ficaram vendidos e tiveram que sair durante a manhã”, afirmou o tesoureiro-chefe de um banco nacional.

Nas últimas semanas, o dólar caiu bastante, chegando a ser cotada abaixo de 2,20 reais, em meio ao quadro de expectativas de ingresso de recursos no Brasil e ao ambiente global mais favorável a ativos emergentes.

Neste pregão, também contribuiu para a alta da divisa dos EUA a expectativa com a divulgação do Produto Interno Bruto (PIB) da China do primeiro trimestre, nesta noite, que indicará o comportamento da segunda maior economia global.

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“No mínimo, o mercado continua nervoso conforme se aproxima o PIB desta noite, especialmente porque as declarações vindas da China não sugerem que novos estímulos serão grandes nem muito rápidos”, escreveu em relatório do diretor-administrativo para estratégia de mercados emergentes do Citi, Dirk Willer.

O avanço do dólar neste pregão ocorreu a despeito da constante atuação do BC no câmbio. Pela manhã, a autoridade monetária deu continuidade às intervenções diárias vendendo a oferta total de até 4 mil swaps cambiais, equivalentes a venda futura de dólares. Foram 2,5 mil contratos para 1º de dezembro deste ano e 1,5 mil para 2 de março do próximo, com volume equivalente a 198,4 milhões de dólares.

Além disso, também vendeu a oferta total de até 10 mil swaps em leilão para rolagem dos swaps que vencem em 2 de maio. No total, a autoridade monetária já rolou cerca de 45 por cento do lote total, que equivale a 8,733 bilhões de dólares.

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