Dólar cai 0,25% e vai a R$ 2,34, com menos pessimismo sobre Brasil

A melhora nas expectativas foi desencadeada pelo anúncio da nova meta de superávit primário para 2014, que provocou ampla queda do dólar no fim da semana passada

Reuters

Publicidade

SÃO PAULO – O dólar fechou em queda pela quarta sessão consecutiva nesta segunda-feira, indo ao patamar de 2,34 reais, com investidores estrangeiros ainda desmontando posições compradas diante do arrefecimento no pessimismo sobre as perspectivas fiscais brasileiras.

A moeda norte-americana recuou 0,25 por cento, a 2,3475 reais na venda, após bater 2,3295 reais na mínima do dia, com queda superior a 1 por cento.

Nas últimas quatro sessões, a divisa acumulou perda de 2,09 por cento. Segundo dados da BM&F, o giro financeiro ficou em torno de 1,4 bilhão de dólares.

Masterclass

As Ações mais Promissoras da Bolsa

Baixe uma lista de 10 ações de Small Caps que, na opinião dos especialistas, possuem potencial de valorização para os próximos meses e anos, e assista a uma aula gratuita

E-mail inválido!

Ao informar os dados, você concorda com a nossa Política de Privacidade.

“Como disse o próprio Tombini, o fluxo melhorou e as expectativas melhoraram. Com isso, o mercado continua se desfazendo de posições (compradas, que indicam alta do dólar)”, disse o economista-chefe da corretora BGC Liquidez, Alfredo Barbutti, acrescentando que sobretudo investidores estrangeiros iam nessa direção.

Ele referia-se a declarações do presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, de que o fluxo positivo de capital para o país nos dois primeiros meses do ano deve ficar perto de 3 bilhões de dólares, após alguns meses de saída líquida.

A melhora nas expectativas foi desencadeada pelo anúncio da nova meta de superávit primário para 2014, que provocou ampla queda do dólar no fim da semana passada.

Continua depois da publicidade

“O mercado deu uma tranquilizada e o custo de estar comprado em dólar está muito alto. Então, à medida que o pessoal desmonta essas posições, o mercado vai testando novos níveis (de baixa)”, disse o economista-sênior do Espírito Santo Investment Bank, Flavio Serrano.

Nesta segunda-feira, a presidente Dilma Rousseff foi na mesma direção, afirmando que o amplo fluxo de investimento estrangeiro do país reforça a resiliência no quadro de transição financeira e monetária, ao mesmo tempo em que reiterou o compromisso com o controle da inflação e das contas públicas.

Com isso, a divisa dos EUA foi negociada nesta sessão abaixo do nível de 2,35 reais, que alguns analistas identificam como importante piso de resistência. A interpretação é que esse patamar não é inflacionário nem prejudica as exportações, mas os especialistas entendem que os mercados ainda estão muito sensíveis e que é cedo para cravar tendências.

“Eu achei que o dólar pudesse segurar a 2,35 reais, mas o mercado está muito sensível. Qualquer notícia pode incomodar o mercado e impulsionar o dólar acima desse nível”, disse o operador de câmbio da corretora Renascença José Carlos Amado.

Durante a reta final do pregão, a queda da moeda norte-americana perdeu força e, segundo operadores, em função de fluxos de saída e de investidores que aproveitaram as cotações baixas para comprar dólares.

Pela manhã, o BC deu continuidade às atuações diárias, vendendo a oferta total de até 4 mil swaps tradicionais –equivalentes a venda futura de dólares– com volume equivalente a 197,6 milhões de dólares. Foram mil contratos para 1º de agosto e 3 mil para 1º de dezembro deste ano.

A autoridade monetária também vendeu o lote integral de 10,5 mil swaps em mais um leilão para a rolagem dos contratos que vencem em 5 de março. Com isso, o BC já rolou cerca de 91 por cento do lote para o próximo mês, que equivale a 7,378 bilhões de dólares.

Tópicos relacionados