Os 5 assuntos que vão agitar os mercados nesta quinta-feira

Confira os principais eventos deste pregão

Lara Rizério

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SÃO PAULO – O mercado reage à decisão do Copom (Comitê de Política Monetária) de manter a Selic em 6,5% ao ano, que correspondeu ao esperado, com analistas vendo ajuste moderado na curva de juros. Já os mercados mundiais têm uma sessão pressionada novamente pelos temores de guerra comercial entre EUA e China. Confira os destaques do mercado nesta quinta-feira (21):

1. Bolsas mundiais

Após um alívio na sessão passada, os principais mercados mundiais voltam a ficar pressionados com investidores atentos a novos capítulos das desavenças comerciais entre EUA e China. O gigante asiático acusou os EUA de “abuso” comercial e reiterou a intenção de retaliar medidas do presidente dos EUA, Donald Trump, enquanto a Índia se soma à União Europeia na taxação de produtos americanos.

A rixa comercial entre EUA e China continua sendo fonte de incertezas. O porta-voz do Ministério de Comércio chinês, Gao Feng, afirmou hoje que Pequim está confiante de que conseguirá defender seus interesses nas disputas comerciais com Washington. Gao também comentou que as tarifas propostas pela Casa Branca contra produtos chineses são “irracionais” e servem apenas para manchar a imagem dos EUA. No Japão, por outro lado, o Nikkei ampliou ganhos da véspera com um avanço de 0,61% à medida que o iene se manteve fraco em relação ao dólar.

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O petróleo cai abaixo de US$ 65, em meio a informações de que a Arábia Saudita estão tentando convencer outros grandes produtores de petróleo a elevar sua oferta combinada em 500 mil barris por dia. Por um acordo que está em vigor desde o início de 2017, a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) – que a Arábia Saudita lidera informalmente – e outros dez produtores, incluindo a Rússia, têm procurado reduzir sua oferta combinada em 1,8 milhão de barris por dia.

Às 8h12 (horário de Brasília), este era o desempenho dos principais índices:

*S&P 500 Futuro (EUA) -0,10%

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*Dow Jones Futuro (EUA) -0,19%

*Nasdaq Futuro (EUA) -0,04%

*DAX (Alemanha) -0,62%

*CAC-40 (França) -0,20%

*FTSE (Reino Unido) +0,11%

*FTSE MIB (Itália) -1,02%

*Hang Seng (Hong Kong) -1,35% (fechado)

*Xangai (China) -1,38% (fechado)

*Nikkei (Japão) +0,61% (fechado)

*Petróleo WTI -1,35%, a US$ 64,82 o barril

*Petróleo brent -1,65%, a US$ 73,51 o barril

*Contratos futuros do minério de ferro negociados na bolsa chinesa de Dalian +0,22%, a 453 iuanes (nas últimas 24 horas) 

*Bitcoin US$ 6.753 +1,39%
R$ 26.106 +1,36% (nas últimas 24 horas)

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2. Reações ao Copom e agenda externa

Após surpreender em maio ao manter os juros, o Copom (Comitê de Política Monetária) desta vez correspondeu ao esperado e deixou a Selic em 6,5% ao ano. No comunicado da decisão, o Banco Central abriu a porta a possível alta ao abandonar o sinal mais reforçado de juro estável; para economistas, o BC adotou tom neutro no comunicado e evitou se comprometer com próximos passos, o que pode levar a uma resposta moderada dos ativos financeiros nesta quinta-feira.

“O Banco Central tomou a decisão correta. Não vemos por ora necessidade de uma alta da Selic ainda este ano e, a depender da reputação do próximo time no BC, não seria necessário uma alta já no início de 2019. As incertezas, no entanto, recomendam cautela, sendo que o discurso do BC não fechou as portas para altas”, destacou a XP Investimentos em nota para clientes. Veja a análise completa clicando aqui. 

Além do Copom, o mercado de juros pode reagir ao IPCA-15 de junho a ser revelado pelo IBGE às 9h, que pode atingir 1% na base de comparação mensal, ante 0,14% em maio, segundo mediana das estimativas de economistas consultados pela Bloomberg; índice no ano deve acelerar para 3,56%. 

A agenda também é movimentada no exterior; após a decisão desta manhã do Banco Central da Inglaterra de manter a taxa de juros em 0,5% ao ano, o presidente da autoridade monetária, Mark Carney, fala às 17h15. Já nos EUA, o presidente do Federal Reserve de Minneapolis, Neel Kashkari, fala às 10h. Antes disso, às 9h30, sai o número de pedidos de seguro-desemprego; às 11h, serão revelados os indicadores antecedentes de maio. À noite, serão divulgados os dados de preços ao consumidor (20h30) e o índice PMI Nikkei (21h30) no Japão. 

3. Papo com gestor na IMTV

Na IMTV, o programa Papo com Gestor desta quinta-feira recebe Felipe Guerra, CIO da Legacy Capital, mais uma gestora que já nasce gigante com o peso da experiência de seus fundadores. Dois colegas de Guerra da época do Santander estão no negócio: Pedro Jobim e Gustavo Pessoa. Confira a grade completa da IMTV clicando aqui. 

4. Notícias do dia

Os jornais desta quinta-feira se voltam mais uma vez para a disputa dos presidenciáveis Geraldo Alckmin (PSDB) e Ciro Gomes (PDT) pelo chamado partidos do Centrão. Em comum, ambos participaram de encontros com representantes do DEM, que jantaram com Ciro na noite de terça e tomaram café com Alckmin na manhã seguinte, destaca o Estadão. O tucano se encontrou também com dirigentes do PTB e do PRB, enquanto o pedetista se reuniu com líderes do PP, Solidariedade e PRB. 

O bloco formado por DEM, PP, Solidariedade e PRB vai marcar uma conversa com Alckmin para o início de julho. O grupo pretende anunciar quem apoiará, em conjunto, para a Presidência até o próximo dia 15. Ao jornal O Globo, Rodrigo Maia (DEM-RJ) destacou que seu partido está mais perto do tucano, enquanto a coluna Painel, da Folha, aponta que Gomes fez gestos enfáticos durante jantar com o DEM e o PP.

Já no âmbito da Operação Lava Jato, o juiz federal Sérgio Moro marcou para o dia 11 de setembro o terceiro interrogatório do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Desta vez, o petista vai falar em ação penal que responde por supostas propinas de R$ 1 milhão referentes às reformas do sítio em Atibaia.

A Polícia Federal (PF), por sua vez, deflagra hoje a Operação Pedra no Caminho, que apura desvio de recursos públicos nas obras do trecho norte do Rodoanel, em São Paulo. São cumpridos 15 mandados de prisão temporária e 51 mandados de busca e apreensão na capital paulista e nas cidades de Carapicuíba, Arujá, Bofete, Ribeirão Preto e São Pedro, além de Marataízes e Itapemirim, no Espírito Santo.

 

5. Noticiário corporativo

A Petrobras é mais uma vez o destaque no radar corporativo, após a Câmara aprovar Projeto de Lei para venda direitos da estatal na cessão onerosa. Os deputados devem analisar agora os destaques ao projeto; o Projeto de Lei 8939/17 permite à Petrobras transferir até 70% de seu direito de exploração de 5 bilhões de barris de petróleo na área de cessão onerosa. Já o Globo destaca que o TST julga ação nesta quinta-feira que pode gerar despesa de R$ 17 bilhões para a Petrobras.
Caso a corte decida em favor dos petroleiros, a ação trabalhista pode resultar em um aumento salarial de até 35% para os funcionários da estatal.

O Valor informa, por sua vez, que a BRF negociou a venda em bloco de parte da fatia na Minerva; o mandato não foi fechado e a operação poderia ocorrer na próxima semana. A BRF não comentou ao Valor. No radar de recomendações, a ação do Pão de Açúcar foi elevada a ’compra’ pelo Goldman Sachs, com preço-alvo de R$ 91, enquanto a Klabin foi elevada a ‘overweight’ pelo Morgan Stanley, com preço-alvo de R$ 25. Já a Rumo teve o rating elevado de BB- para BB pela Fitch. 

(Com Bloomberg e Agência Estado) 

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.