Natura tem queda de 87% no lucro do 1º trimestre; Qualicorp e mais resultados agitam o radar

Confira as principais notícias corporativas da noite desta quinta-feira (10)

Rodrigo Tolotti

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SÃO PAULO – Esta quinta-feira (10) é mais um dia em que a temporada de resultados corporativos do primeiro trimestre domina o noticiário noturno, com a Natura chamando atenção por conta da forte queda em seu lucro líquido. Confira os destaques:

Natura (NATU3)
A Natura viu seu lucro líquido cair 87,1% em um ano, ficando em R$ 24,4 milhões no primeiro trimestre deste ano. O Ebitda (lucro antes de impostos, juros, depreciação e amortização, na sigla em inglês), por sua vez, recuou 12,5% no mesmo período, para R$ 318,9 milhões.

Nos três primeiros meses deste ano, a receita líquida consolidada da empresa cresceu 55,5%, atingindo R$ 2,6 bilhões. Considerando apenas a operação de Natura, a receita ficou em R$ 1,679 bilhão, alta de 6%, enquanto a receita da The Body Shop, adquirida em setembro de 2017, fechou o período em R$ 807,3 milhões.

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Qualicorp (QUAL3)
A Qualicorp registrou lucro líquido de R$ 102,7 milhões no primeiro trimestre deste ano, representando uma queda de 7,5% em relação ao mesmo período do ano passado, “em razão de benefícios fiscais pontuais obtidos no começo do ano comparado”.

O Ebitda ajustado somou R$ 236,6 milhões no primeiro trimestre, desempenho 0,3% acima do observado um ano antes. A margem Ebitda ajustada foi de 49,4%, alta de 0,4 ponto porcentual na comparação anual.

A receita líquida atingiu R$ 479,2 milhões entre janeiro e março, o que significou uma queda de 0,5% frente mesmo intervalo de 2017.

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A empresa afirma que a redução da receita se deve principalmente a uma menor base de clientes no segmento Adesão e menor receita de Auto Gestão por conta de contratos que se encerraram. O resultado financeiro líquido foi negativo em R$ 6,2 milhões, ante um desempenho negativo de R$ 1,2 milhão de um ano antes.

CCR (CCRO3)
O Grupo CCR registrou lucro líquido de R$ 446,8 milhões no primeiro trimestre de 2018, cifra que corresponde a um crescimento de 35,8% em relação aos R$ 329,0 milhões reportados em igual etapa de 2017. O lucro líquido na mesma base, que desconsidera a inclusão de novos negócios no período, somou R$ 413,6 milhões, 32,3% superior no comparativo anual.

O critério “mesma base” exclui a concessionária ViaQuatro, que passou a ser controlada a partir do segundo trimestre de 2017, e a ViaRio, cuja participação detida pela CCR aumentou de 33,33% para 66,66% a partir de maio do ano passado.

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A coordenadora de Relações com Investidores da CCR, Flávia Godoy, classificou como “bastante satisfatório” o resultado do início deste ano. Do lado operacional, a executiva destaca a manutenção do crescimento do tráfego rodoviário, mas aponta que outros segmentos de atuação da CCR, como mobilidade urbana e aeroportos, também têm mostrado melhora. “Além disso, o nosso custo caixa mesma base ficou bem em linha com a inflação. Como tivemos, na outra ponta, crescimento de dados operacionais, conseguimos apresentar expansão importante de Ebitda e margem Ebitda”, disse, em entrevista ao Broadcast, serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado.

Entre janeiro e março, o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado da CCR aumentou 17,0% frente a igual período de 2017, para R$ 1,206 bilhão. O cálculo do indicador exclui despesas não caixa com depreciação e amortização, provisão de manutenção e apropriação de despesas antecipadas da outorga. No trimestre, a margem Ebitda ajustada ficou em 62,2%, alta de 1,2 ponto porcentual (p.p.) na comparação ano contra ano.

O Ebitda ajustado mesma base mostrou alta de 9,3% no comparativo anual, alcançando R$ 1,127 bilhão. Entre janeiro e março, a margem trimestral cresceu 1,0 p.p., para 62,0%.

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Também contribuiu para o aumento do lucro o resultado financeiro líquido menos negativo se comparado ao primeiro trimestre de 2017. “O CDI médio teve redução de 6,0 pontos porcentuais no período, então teve uma contribuição importante também”, avaliou Flavia. A CCR teve um perda financeira líquida de R$ 186,7 milhões no primeiro trimestre, 46,8% menor que os R$ 350,9 milhões negativos anotados um ano antes, refletindo a redução da taxa de juros.

A receita líquida, excluindo a receita de construção, somou R$ 1,940 bilhão, montante 14,7% maior que o verificado no primeiro trimestre de 2017. Pelo critério mesma base, a receita líquida ajustada alcançou R$ 1,891 bilhão no trimestre, 7,6% acima do verificado um ano antes.

Randon (RAPT4)
A Randon fechou o primeiro trimestre com lucro de R$ 43,2 milhões, resultado 27 vezes maior que os três primeiros meses de 2017. Já a receita líquida da empresa subiu 59%, para R$ 921,6 milhões, enquanto o Ebitda teve avanço de mais de 3 vezes, a R$ 159,5 milhões entre janeiro e março.

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A divisão de autopeças da empresa teve forte avanço de 55,7%, enquanto a de montadoras teve alta de 71,8% no trimestre. Por outro lado, a companhia teve resultado financeiro negativo de R$ 20 milhões por conta da pior receita financeira, que caiu 54,7%, puxada pela variação do dólar no período e pela queda de 55,1% dos juros sobre rendimentos de aplicações.

Tenda (TEND3)
A incorporadora e construtora Tenda – uma das principais operadoras do Minha Casa Minha Vida (MCMV) no País – lucrou R$ 36,3 milhões no primeiro trimestre de 2018, montante 91% maior do que no mesmo período de 2017, conforme balanço publicado nesta quinta-feira, 10.

A margem bruta ajustada foi a 35,2%, alta de 0,6 ponto porcentual na comparação anual. O resultado ficou levemente acima do guidance (meta oficial) previsto para o ano, que vai de 33% a 35%.

O Ebitda ajustado somou R$ 58,3 milhões, crescimento de 83,5%. A margem do Ebitda ajustado aumentou 6,1 pontos porcentuais, para 15,9%. O critério “ajustado” exclui juros capitalizados, despesas não caixa com planos de ações e minoritários. A receita líquida totalizou R$ 366,1 milhões, expansão de 12,7%.

A expansão do lucro da Tenda é um reflexo do avanço dos lançamentos e das vendas por vários trimestres, o que proporcionou ganhos de escala e melhores retornos. O resultado, entretanto, não foi maior porque a construtora sofreu o impacto negativo de R$ 21 milhões oriundos de dois efeitos considerados não recorrentes.

A Tenda teve uma perda de R$ 12 milhões com obras para refazer as contenções em um empreendimento de Belo Horizonte. O local teve excesso de chuva recentemente e as contenções foram avariadas. O empreendimento foi entregue em 2014 e faz parte do chamado “legado”, isto é, referente ao período anterior à reestruturação dos modelos de projetos e negócios.

Além disso, a companhia contabilizou R$ 9 milhões de ajustes em plano de opções de ações. Esse item não teve efeito sobre o caixa. As vendas líquidas chegaram ao recorde de R$ 424 milhões, alta de 25%, enquanto os lançamentos alcançaram R$ 266,3 milhões, recuo de 11,8%, devido à demora para liberação de licenças aos empreendimentos em algumas cidades.

Energisa (ENGI11)
A Energisa apresentou um lucro líquido consolidado de R$ 142,3 milhões no primeiro trimestre, um desempenho 8,7% superior ao do mesmo intervalo do ano passado.

O Ebitda somou R$ 722,4 milhões no primeiro trimestre, um expansão de 36%. Já o Ebitda ajustado consolidado totalizou R$ 783,3 milhões, crescimento de 35,7%. A margem Ebitda ajustada com venda de ativos ficou em 19,7%, crescimento de 2,4 pontos porcentuais, enquanto desconsiderando a venda de ativos ficou em 21,3% (+2,5 p.p.).

A receita operacional líquida, sem receita de construção, atingiu R$ 3,435 bilhões, um incremento de 23,9%. O consumo nos mercado cativo e livre avançou 3,5%. A dívida líquida consolidada totalizou R$ 8,141 bilhões, ante R$ 7,202 bilhões em dezembro de 2017. A relação entre a dívida líquida e o Ebitda ficou em 3,2 vezes, ante 3,0 vezes em dezembro de 2017

Os investimentos somaram R$ 351,5 milhões, ante R$ 432,7 milhões do primeiro trimestre do ano passado.

(Com Agência Estado)

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Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.