Ex-sócios do BTG e Goldman criam gestora de fundos de R$ 5 bi

James Oliveira, que trabalhou no BTG até 2016, e Andre Laport, o primeiro brasileiro a se tornar sócio do Goldman Sachs, fundaram a Vinland Capital Management Gestora de Recursos

Bloomberg

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(Bloomberg) — Ex-sócios do Goldman Sachs Group Inc. e do Banco BTG Pactual acabam de criar uma empresa de gestão de fundos de hedge no Brasil tirando proveito do crescimento dessa indústria na maior economia da América Latina.

James Oliveira, que trabalhou no BTG até 2016, acaba de fundar a Vinland Capital Management Gestora de Recursos com Andre Laport, o primeiro brasileiro a se tornar sócio do Goldman Sachs. Laport, 49, saiu do Goldman em janeiro de 2017, quando era responsável pela área de renda variável na América Latina.

“Eu gosto do mercado e queria voltar a ele”, disse Oliveira, 47, em uma entrevista no escritório da Vinland em São Paulo, que ainda está em reformas.

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A Vinland, que lançará seus dois primeiros fundos no final deste mês, planeja levantar no máximo R$ 5 bilhões para eles, disse Oliveira. Os atuais oito sócios da empresa investirão seu próprio dinheiro nos fundos, disse ele.

Os fundos multimercado, semelhantes aos fundos de hedge globais, tiveram ingressos líquidos de R$ 97 bilhões no ano passado – quase cinco vezes o valor de 2016 e o maior total entre todos os tipos de fundo, de acordo com Anbima, associação dos participantes no mercado de capitais no Brasil. Os fluxos positivos para a indústria de fundos mais do que duplicaram para um recorde de R$ 263,8 bilhões à medida que os investidores desistiram de aplicar em títulos de renda fixa em busca de maiores rendimentos, segundo a Anbima. Em janeiro, os fundos de hedge no Brasil tiveram fluxo positivo de quase R$ 13 bilhões.

Oliveira, que estava entre os sete sócios no controle do BTG, tirou um ano sabático após deixar o banco e, findo o período de não-competição, estava planejando criar uma pequena empresa de gestão de recursos. Soube então por meio de amigos sobre o plano de Laport. “Eu tive um almoço com André e decidi me juntar ao projeto da Vinland, pois achei que era o casamento perfeito”, disse ele.

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Oliveira começou em 1992 no Banco Pactual, que mais tarde se tornou o UBS Pactual e, em seguida, o BTG Pactual, e passou toda sua carreira lá, com foco no trading de renda fixa e de moeda nos mercados locais. Tornou-se chefe de asset management no Brasil do BTG em 2008 e também ficou responsável por renda variável.

Laport tem experiência internacional com foco no trading de ações. Ele se juntou ao Goldman Sachs em 2007.

“Nosso DNA é tomar e controlar risco”, disse Paulo Castilho, sócio fundador da Vinland. “Temos relações com muitas fundações, endowments, fundos de pensão e fundos de hedge nos mercados internacionais que querem investir no Brasil”, disse Castilho, que conheceu Laport enquanto trabalhava como vice-presidente no negócio de prime-brokerage do Goldman Sachs.

Vinland, o nome do primeiro lugar no qual os Vikings chegaram nas Américas, começa a atuar com cerca de 25 funcionários. Um dos dois primeiros fundos vai adotar uma estratégia chamada de “long-bias”, que pode comprar ações de zero a 120 por cento da carteira total. O outro terá a chamada estratégia macro, na qual o fundo pode deter posições vendidas ou compradas em vários mercados, como renda fixa, ações, moeda, commodities e futuros, de acordo com as perspectivas econômicas e políticas de cada país.

“Há muitas oportunidades, pois devemos ter um longo período de taxas de juros baixas no Brasil, dado o ambiente de inflação reduzida e de alta taxa de desemprego”, disse Oliveira. “Há muito espaço para o crescimento econômico após mais de dois anos de recessão”.

Mesmo as eleições presidenciais de outubro são um evento de baixo risco, porque os candidatos que mais provavelmente ganharão apoiam as reformas fiscais e da Previdência, afirmou.

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