Ibovespa Futuro sobe com “brecha” deixada pelo Copom e à espera por dados nos EUA

Ata da última reunião do comitê deixa espaço para corte adicional; inflação e produção industrial em destaque nos Estados Unidos

Rafael Souza Ribeiro

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SÃO PAULO – Os contratos futuros do Ibovespa com vencimento em abril sobem 0,76%, aos 85.070 pontos, às 9h11 (horário de Brasília) desta quinta-feira (15), com o mercado digerindo a última ata do Copom (Comitê de Política Monetária), que apontou que a inflação baixa abriria espaço para uma flexibilização adicional, como na expectativa pelos dados econômicos que serão divulgados nos EUA.

Depois de um novo corte de 25 pontos-base na taxa básica de juros, hoje em seu menor patamar da série histórica, a 6,75% ao ano, o Banco Central voltou a sinalizar menores chances para a continuidade do ciclo de flexibilização monetária, mas ainda não excluiu totalmente tal possibilidade. Em ata referente à última reunião, o BC ressaltou o cenário externo como fator desfavorável a uma nova redução na Selic na próxima reunião, marcada para março, ao passo que um ambiente de inflação baixa poderia oferecer espaço para um movimento adicional: “de um lado, a continuidade do ambiente com inflação subjacente em níveis confortáveis ou baixos, com intensificação do risco de sua propagação, abriria espaço para essa flexibilização adicional”, aponta o documento.

Por conta desta “brecha” deixada pelo Copom, o que aumenta a probabilidade de um novo corte 0,25 ponto percentual na próxima reunião, os juros futuros com vencimento em janeiro de 2019 e 2021 registravam queda de 3 pontos-base, cotados a 6,65% a 8,74%, respectivamente. No mesmo momento, o dólar futuro com vencimento em março registrava desvalorização de 0,42%, aos R$ 3,213.

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Bolsas mundiais

As poucas bolsas asiáticas que operaram nesta quinta-feira tiveram altas significativas, seguindo os ganhos vistos ontem em Nova York, mas a liquidez na região foi limitada pela aproximação do feriado do ano-novo lunar, que manteve vários mercados locais fechados. Na China, não houve negócios hoje e os mercados continuarão fechados até o dia 21, enquanto na Coreia do Sul o mercado só abre na próxima segunda-feira.

No mercado de commodities, o petróleo sobe e volta a ser cotado ao redor de US$ 61 após alta menor do que o previsto nos estoques dos EUA na última semana. Já os metais avançam em Londres com baixa do dólar e minério de ferro em Dalian atinge maior nível em três semanas com otimismo sobre demanda.

Às 9h11, este era o desempenho dos principais índices:

*Dow Jones Futuro (EUA) +0,96%

*S&P Futuro (EUA) +0,59%

*CAC-40 (França) +1,43%

*FTSE (Reino Unido) +0,54%

*DAX (Alemanha) +0,93% 

*Hang Seng (Hong Kong) +1,97% (fechado)

*Nikkei (Japão) +1,47% (fechado)

*Petróleo WTI +0,73%, a US$ 60,99 o barril

*Petróleo brent +0,19%, a US$ 64,48 o barril

*Contratos futuros do minério de ferro negociados na bolsa chinesa de Dalian +2,57%, a 539,5 iuanes (nas últimas 24 horas)

*Bitcoin +12,29%, a R$ 32.800 (confira a cotação da moeda em tempo real)

Agenda econômica nos EUA
Nos EUA, após os dados de varejo da véspera ficarem abaixo do esperado, lançando dúvidas sobre o ímpeto da economia e contrabalanceando a inflação ao consumidor acima das expectativas, mais indicadores serão observados com atenção pelo mercado. Às 11h30, serão divulgados os dados de preços ao produtor de janeiro, com estimativa de alta de 0,4% na base mensal, além dos pedidos de seguro desemprego e o Empire Manufacturing. Às 12h15, será divulgado o dado de produção industrial de janeiro no país, com estimativa de alta de 0,2% na passagem de dezembro para janeiro.

Huck candidato

O noticiário sobre eleições segue no radar e as movimentações políticas em torno de Luciano Huck seguem a todo vapor. Os jornais O Estado de S. Paulo e Folha de S. Paulo destacam que movimentos pró-renovação política querem propor um debate com o global nos próximos dias. Um texto que circula entre membros desses grupos diz que, “seja candidato ou não, Luciano será uma peça importante no debate sobre a renovação da política nacional”. Segundo o Estadão, a reunião está prevista para a próxima semana, em São Paulo, e na prática deverá significar mais um estímulo ao projeto presidencial de Huck. Vale destacar que, segundo o Valor Econômico, o apresentador deverá tomar sua decisão sobre sua candidatura até amanhã.

Enquanto isso, atenção para o desenrolar do caso do ex-presidente Lula. A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, enviou ontem parecer ao STF (Supremo Tribunal Federal) contra o pedido de habeas corpus protocolado pela defesa do ex-presidente para evitar a eventual prisão preventiva dele após o fim dos recursos na segunda instância da Justiça Federal. No parecer, Dodge argumenta que o habeas corpus não pode ser concedido pelo STF porque o mérito do mesmo pedido ainda não foi julgado pela instância inferior, no caso o STJ (Superior Tribunal de Justiça).

Previdência só ano que vem?

O governo estabeleceu fevereiro como limite para a negociação e votação da reforma da previdência e, deste modo, vale ficar atento às últimas movimentações da base aliada. Segundo a Folha de S. Paulo, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), segue negociando nos bastidores uma proposta alternativa ao limite de dois salários mínimos para o acúmulo de aposentadoria e pensão por morte, previsto na reforma da Previdência. Já o Estadão afirma que, descrente de que o governo reúna os 308 votos necessários para aprovar a reforma da Previdência, o presidente da Câmara  já prepara o discurso para anunciar, no final de fevereiro, o engavetamento da matéria.

De acordo com o jornal, para evitar que o ônus do anúncio recaia sobre o Congresso Nacional e, muito menos, sobre ele, Maia deve responsabilizar o governo por não ter obtido apoio suficiente à proposta. Deve dizer, ainda, que não vale a pena colocar a matéria em votação para ser derrotada. 

Noticiário corporativo

Em destaque no radar corporativo, a Gerdau vendeu duas hidrelétricas à Kinross por US$ 257 milhões, enquanto a Gafisa foi rebaixada a ’underperform’ por Santander. Já o jornal Valor Econômico traz duas informações: a de que a venda de ativos da Eletrobras e perdas no processo de distribuição de energia estão afetando a Light, como também que a Pharol, acionista da Oi, prepara-se para pedir a instauração de um procedimento contra a operadora na CAM (Câmara de Arbitragem do Mercado) da B3. Além da nova frente arbitral, a maior acionista da Oi tenta reverter na Justiça a homologação do plano de recuperação judicial da operadora, aprovado por credores em assembleia realizada em dezembro. 

O Ibovespa Futuro é um bom termômetro de como será o pregão, mas nem sempre prevê adequadamente movimentos na Bolsa a partir do sino de abertura.