As ações desse setor já dispararam até 680% – e o Credit dá bons motivos para elas subirem mais

Para os analistas do Credit, a expectativa do setor siderúrgico para 2018 é de um robusto momentum de preços, fazendo com que as recomendações para Gerdau e Usiminas sejam elevadas

Lara Rizério

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SÃO PAULO – Após anos espetaculares de 2016 e 2017 e um começo de 2018 bastante forte, ainda há muito espaço para as siderúrgicas subirem na bolsa. Em relatório divulgado nesta sexta-feira, o Credit Suisse reavaliou a dinâmica do setor – e as notícias foram positivas para quem está nos papéis ou está pensando em investir neles, mas tem algumas dúvidas após altas tão expressivas.

Nos últimos dois anos, Usiminas (USIM5) saltou impressionantes 678%, Gerdau (GGBR4) disparou 210% e CSN (CSNA3) avançou 175%. Mas, ao fazer as projeções para 2018, os analistas Ivano Westin, Renan Criscio e Rafael Cunha apontaram que os papéis não estão totalmente precificados, principalmente Usiminas e Gerdau, que tiveram a recomendação elevada de neutra para outperform (desempenho acima da média do mercado). O preço-alvo para os ativos USIM5 passou de R$ 9 para R$ 16, enquanto os ativos GGBR4 tiveram o preço-alvo elevado de R$ 14 para R$ 19. 

Para os analistas, a expectativa para 2018 é de um robusto momentum de preços. Para os anos de 2018 a 2020, a estimativa é de que será o maior nível de demanda por aço desde 2014, algo que eles não veem precificado nos papéis do setor. 

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“Aparentemente, estamos diante de um processo inverso ao que ocorreu alguns anos atrás. A produção de aço deve avançar como um multiplicador do PIB”, afirmam os analistas, que esperam que o consumo de aço longo (cuja produtora líder é a Gerdau) e plano (cuja líder é a Usiminas) cresçam ao ritmo de 11% e 8%, respectivamente, até 2020.

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Enquanto isso, nos três últimos meses de 2017, a Cielo viu sua receita sair de R$ 3,120 bilhões para R$ 3,037 bilhões, uma queda de 2,7%. No acumulado anual, a receita líquida recuou 5,7%, para R$ 11,600 bilhões.

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“Nossas estimativas de volumes estão além das expectativas de consenso”, apontam. Eles ressaltam que o aumento do volume, o poder de preços, a mudança do viés de exportações para o mercado doméstico elevarão ainda mais as margens do setor, que agora oferece um valuation atrativo e balanços desalavancados.

Com relação ao cenário internacional, os analistas apontam ainda seguirem construtivos com a produção na China e globalmente, enquanto a produção também deve ser forte nos EUA, principalmente em função da maior demanda e a possibilidade de protecionismo (Section 232, que você pode ver clicando aqui).

Para a Gerdau, os analistas afirmaram estar otimistas com o mercado de aço longo no Brasil, devendo entregar um avanço nas margens através do crescimento de vendas no Brasil, melhora na paridade de preços, migração do volume exportado para o mercado doméstico. “Não descartamos um nível de margens próximos de 25% a 30% nos próximos três anos. Os custos devem aumentar em R$ 1,1 bilhão na base anual, principalmente em função das maiores despesas com eletrodos e sucata – mas tudo indica que o aumento de preços irá ofuscar este efeito”, apontam.

Já sobre Usiminas, o otimismo vem principalmente em função da melhora do consumo interno e um melhor balanceamento entre exportações e mercado doméstico. “A Usiminas parece ser a melhor posicionada para capturar a recuperação da indústria (atualmente 50% de capacidade ociosa) sem nenhum capex (despesas de capital). A empresa também tem espaço para direcionamento maior de volumes para exportação. Estimamos um Ebitda crescendo 25% em 2018”, afirmam. Vale ressaltar que a Usiminas está na Carteira InfoMoney desde setembro de 2017 e já subiu mais de 70% desde então. O portfólio de fevereiro será divulgado em evento ao vivo no próximo dia 8, a partir das 11h, na IMTV, mas a carteira já está disponível aos alunos do curso “Como Montar uma Carteira de Ações Vencedora” desde 31 de janeiro (não conhece o curso? Clique aqui!). 

A CSN, por sua vez, teve a sua recomendação  mantida em neutra, com o preço-alvo sendo elevado de R$ 10,50 para R$ 12. “Embora acreditemos que a empresa se beneficiará da recuperação da economia nacional e melhorará os volumes e as margens, a elevação do volume nos próximos anos não será provavelmente tão alto quanto os pares, principalmente em função da menor capacidade ociosa”, apontaram.  

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.