Dados nos Estados Unidos jogam balde de água fria no mercado nesta sexta; entenda

Criação de vagas de emprego supera a expectativa do mercado; Treasuries sobem forte e reduzem apetite por risco

Rafael Souza Ribeiro

Publicidade

SÃO PAULO – O Ibovespa recuava 1,16%, aos 84.500 pontos, às 15h27 (horário de Brasília), em um dia de realização de lucros por conta de dois eventos vindos dos EUA: i) forte alta dos Treasuries de 10 anos, que estão em seu maior patamar nos últimos 4 anos; ii) geração de vagas de emprego acima do esperado em janeiro. Para completar, contribui a entrevista de Michel Temer ao Estadão dando o tom de que o governo “jogou a toalha” para a reforma da Previdência.

Os Estados Unidos abriram 200 mil vagas de emprego em janeiro, acima dos 180 mil novos postos de trabalho projetados pelo mercado, a maior taxa de crescimento desde 2009. A taxa de desemprego ficou em 4,1%, em linha com a expectativa do mercado, enquanto os ganhos médios por hora subiram para 0,3% na passagem mensal, enquanto os analistas aguardavam avanço de 0,2%, o que representa uma maior pressão de custo para as empresas e aumenta a expectativa de inflação.

Com isso, os rendimentos dos Treasuries de 10 anos aceleram seu movimento de alta e atingiram a faixa de 2,825% pela primeira vez desde 2014, forte alta que retira o apetite dos investidores por ativos de maior risco e pressiona as bolsas do mundo todo. No mesmo horário, os principais índices de ações dos EUA recuavam 1%, movimento semelhante visto na Europa, com as principais bolsas encerrando o dia com queda de até 1,6%.

Masterclass

As Ações mais Promissoras da Bolsa

Baixe uma lista de 10 ações de Small Caps que, na opinião dos especialistas, possuem potencial de valorização para os próximos meses e anos, e assista a uma aula gratuita

E-mail inválido!

Ao informar os dados, você concorda com a nossa Política de Privacidade.

Quer investir em ações pagando só R$ 0,80 de corretagem? Clique aqui e abra sua conta

Destaques do mercado
Do lado negativo, destaque para as ações da Petrobras, que acompanham a queda de 1,5% do petróleo em Nova York. Do outro lado, os papéis da Embraer disparam com a notícia que aceitou a proposta da Boeing (veja mais aqui).

As maiores baixas dentre as ações que compõem o Ibovespa são:

Continua depois da publicidade

C?d. Ativo Cot R$ % Dia % Ano Vol1
 ECOR3 ECORODOVIAS ON 11,28 -3,01 -8,29 16,81M
 CSNA3 SID NACIONALON 10,81 -2,79 +29,00 81,59M
 VVAR11 VIAVAREJO UNT N2 27,12 -2,73 +10,83 25,20M
 PCAR4 P.ACUCAR-CBDPN 72,80 -2,54 -7,77 72,76M
 PETR4 PETROBRAS PN 20,02 -2,44 +24,35 740,38M

As maiores altas dentre as ações que compõem o Ibovespa são:

C?d. Ativo Cot R$ % Dia % Ano Vol1
 EMBR3 EMBRAER ON 21,50 +5,39 +7,50 180,92M
 FIBR3 FIBRIA ON 56,46 +1,90 +17,99 105,51M
 SUZB3 SUZANO PAPELON 21,23 +0,95 +13,59 43,43M
 BRKM5 BRASKEM PNA 49,17 +0,55 +14,70 47,19M
 MRVE3 MRV ON 15,27 +0,13 +1,53 47,01M
* – Lote de mil ações
1 – Em reais (K – Mil | M – Milhão | B – Bilhão)

Reforma da Previdência

O governo parece ter “jogado a toalha” sobre a reforma da Previdência, conforme o tom de Michel Temer em entrevista ao Estadão. Ele disse que já fez sua parte e que é preciso convencer a população para ter apoio do Congresso à proposta, principal pilar de sua agenda de ajuste fiscal. O presidente afirmou ainda que avaliará junto com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, se o texto será colocado em pauta no dia 19 de fevereiro, mesmo sem a certeza dos 308 votos necessários para aprovação: “nós vamos insistir muito na reforma da Previdência. Agora, de fato, é preciso ter votos. Nós temos duas, três semanas para fazer a avaliação se temos votos ou não e depois decidimos se vamos votar de qualquer maneira ou não”, afirmou.

Segundo aponta a matéria, os integrantes do governo insistem que fevereiro será a única alternativa para votar a reforma. Antes, alguns aliados do presidente defendiam que a reforma fosse colocada em votação em novembro, depois das eleições, o que aumentaria as chances de o texto ser aprovado, porque os parlamentares não teriam mais de votar tema tão impopular nas vésperas da eleição.

Lula e eleições
Em uma semana marcada por nova derrota da defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no Judiciário com a recusa do STJ (Superior Tribunal de Justiça) em conceder habeas corpus preventivo após sua condenação, novas sinalizações desfavoráveis ao líder petista foram dados pela Justiça. Logo na cerimônia de abertura dos trabalhos do Judiciário em 2018, realizada na manhã da última quinta-feira (1), a presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), ministra Cármen Lúcia, que já vem mostrando indisposição de rever a decisão de prisão após decisão por órgão colegiado (sobretudo após o julgamento de Lula no TRF-4), foi enfática sobre a necessidade de se fazer cumprir a Lei.

A magistrada aproveitou seu discurso para dizer que a aplicação de normas pode ser questionada, mas pelas vias normais, e que é “inadmissível e inaceitável desacatar a Justiça, agravá-la ou agredi-la”. A fala, que ocorreu na presença do presidente Michel Temer e dos presidentes do Senado, Eunício Oliveira (MDB-CE), e da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), foi uma clara sinalização a Lula, após o ex-presidente indicar que poderia não cumprir as determinações do Judiciário – clique aqui para conferir a matéria completa.

Além disso, o noticiário eleitoral também segue no radar. Segundo a Coluna do Estadão, animados com a última pesquisa eleitoral do Datafolha, PPS e Agora! se unem para eleger base de apoio a Luciano Huck no Congresso. O Valor também traz hoje que o ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun (MDB), após condenação em segunda instância do ex-presidente Lula (PT), afirmou que há uma “avenida” para os candidatos governistas e de centro-direita na eleição ao Planalto e considerou que o nome de Rodrigo Maia já está lançado.