A “festa” dos estrangeiros: mais de R$ 200 bilhões estão prestes a chegar na Bolsa brasileira

"Embora os baixos níveis de alocação revelem a cautela contínua dos estrangeiros, vemos enormes entradas potenciais nas ações brasileiras“, aponta o BTG

Lara Rizério

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SÃO PAULO – Após um 2017 muito positivo em termo de fluxo tanto para o investidor estrangeiro quanto o local em Bolsa, a equipe de estratégia do BTG Pactual destacou as perspectivas para 2018 – e elas também são bastante animadoras. De acordo com os estrategistas Carlos Sequeira e Bernardo Teixeira, R$ 200 bilhões podem estar prestes a vir para o Brasil. 

Em 2017, o volume negociado no segmento Bovespa totalizou R$ 2,13 trilhões no ano passado, 15,6% acima do ano anterior de R$ 1,85 trilhão (também recorde), apesar de três dias de negociação menor, revertendo o declínio registrado nos dois anos anteriores.

Em outubro e novembro, os fundos globais e voltados para emergentes reduziram sua alocação em ações brasileiras. Os níveis de exposição aumentaram ligeiramente em dezembro, mas a alocação ainda está bem fora dos níveis de setembro, aponta o BTG. No final de dezembro, os fundos globais tinham 0,6% do seu dinheiro no Brasil, abaixo dos 0,76% em setembro e de volta para os patamares do início de 2016. As alocações de ações brasileiras por fundos voltados para mercados emergentes também diminuíram, passando de 8% em setembro para 7,2% em dezembro.

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Agora, “embora os baixos níveis de alocação revelem a cautela contínua (e extrema) dos investidores estrangeiros quando se trata de investir no Brasil, vemos enormes entradas potenciais nas ações brasileiras”, apontam os estrategistas. 

Assumindo os níveis de outubro de 2014, um pouco antes da ex-presidente Dilma Rousseff ter sido reeleita e considerando os patamares atuais dos ativos sob gestão de fundos em todas as categorias, os cálculos estimam uma entrada de R$ 200 bilhões na bolsa. E, voltando para níveis de alocação de 2012, o potencial seria ainda maior. 

Essa entrada de capitais é mais um sinal impulsionador para a bolsa, em um cenário em que o BTG Pactual já aponta otimismo. Em relatório do final da semana passada, o banco destacou que o Ibovespa pode chegar a 110 mil pontos. 

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“Nós acreditamos que existe uma combinação de fatores que apoiam o Ibovespa”, destacaram os estrategistas. São quatro os pontos: i) a recuperação econômica pode ser mais forte do que o originalmente previsto, oferecendo suporte ao aumento de lucros da ordem de 18% em 2018; ii) a alocação para ações brasileiras estão em níveis historicamente baixos; iii) um cenário sem reformas em 2018 parece estar precificado; e iv) apesar de não ser mais uma pechincha, ainda há potencial de valorização para as ações brasileiras.

Caso se desenhe o cenário com taxas de juros reais a 3% e crescimento do PIB de 3% (o que seria possível com um presidente alinhado às reformas fiscais), o índice poderia ir além dos 100 mil pontos, avaliam. 

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.