Fibria salta 6% com nova alta de preços e “projeção estelar” de banco; construtoras sobem até 3% após prévias

Confira os destaques da B3 na sessão desta quinta-feira (18) 

Lara Rizério

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Fibria (FIBR3, R$ 52,35, +4,05%),  Klabin (KLBN11, R$ 17,30, +2,37%) e Suzano (SUZB3, R$ 20,43, +3,97%) 

As ações do setor de papel e celulose são o destaque de alta do Ibovespa após relatório do Bradesco BBI, que está otimista sobre o setor e também após a Fibria (que inclusive é top pick do banco) anunciar um novo aumento de preços de celulose em US$ 30 a tonelada para a Europa e América do Norte, válidos a partir de 1 de fevereiro. 

A continuidade da alta de preços da celulose e das taxas de câmbio favoráveis, implicando uma significativa geração de fluxo de caixa livre e desalavancagem, ajudará os produtores de papel e celulose da América Latina a terem “outro ano estelar” em 2018, de acordo com relatório dos analistas do banco. 

A Fibria é a top pick do banco, que também gosta de Suzano. Klabin, CMPC e COPEC têm recomendação neutra; no Chile, CMPC é preferida. O Bradesco BBI espera que as principais produtoras de celulose tomem importantes decisões estratégicas, em projetos de crescimento ou consolidação. O banco tem estimativa média de US$ 720 a tonelada para o preço da celulose em 2018, 12% acima de 2017 e 11% acima das previsões anteriores do banco.

“Esperamos que os preços da celulose tenham uma corrida saudável em direção a níveis máximos de US$ 820 a tonelada até 2020, sendo que depois disso modelamos uma correção gradual para nossa projeção de preço de longo prazo de US$ 580 a tonelada”. 2018 será um ano de decisões importantes para as cias. de papel e celulose da América Latina, dizem os analistas, citando que a Fibria pode decidir avançar com a expansão de Horizonte 3, enquanto Suzano também avalia uma expansão de parcerias.

“Embora isso possa fazer parte de um ‘jogo de poker’ nas discussões sobre múltiplos para consolidação, também pensamos que, se nenhuma das duas anunciar um novo projeto de crescimento até meados de 2018, outro player do setor poderia fazê-lo, como a Arauco, da Copec. A consolidação seria, em nossa opinião, o melhor caminho para gerar valor, com sinergias estimadas entre a Fibria e a Suzano em R$ 7 bilhões a R$ 10 bilhões”, afirmam os analistas. 

Vale (VALE3, R$ 43,37, +0,51%)
Os dados da China animaram o mercado e impulsionaram o minério nesta quinta. As ações da Vale registram ganhos, também guiadas pelos contratos futuros do minério negociados em Dalian em alta de 1,42%, a 537 iuanes, mas amenizaram os ganhos logo no começo do pregão.

A economia chinesa cresceu 6,9% em 2017, enquanto os analistas aguardavam avanço de 6,7%, o que acaba afastando a hipótese de uma desaceleração forte da economia. Além disso, em dezembro, a produção industrial registrou expansão anual de 6,2%, enquanto o mercado aguardava crescimento de 6%, enquanto as vendas no varejo avançaram 9,4%, aquém dos 10,1% projetados pelos analistas.

Petrobras (PETR3, R$ 19,64, +0,87%;PETR4, R$ 18,51, +0,82%)

Após a disparada da véspera em meio aos avanços das negociações sobre a cessão onerosa, as ações da Petrobras seguem com ganhos em um dia de noticiário bastante movimentado para a companhia, enquanto o petróleo tem leves ganhos, com o WTI em alta de 0,22%, a US$ 64,11 e o brent em alta de 0,12%, a US$ 69,46.

Em destaque no noticiário da empresa, a estatal anunciou a revisão da política de preços do GLP de uso residencial, com redução a partir da sexta-feira, 19, de 5% nas refinarias. Assim, o preço médio sem tributos nas refinarias da Petrobras será de R$ 23,16 por botijão de 13 quilos. Entre as mudanças na política de preços está a frequência dos ajustes, agora trimestral em vez de mensal, com vigência no dia 5.

“A Petrobras acredita que estes novos critérios permitirão manter o valor do GLP referenciado no mercado internacional, mas diluirão os efeitos de aumentos de preços tipicamente concentrados no fim de cada ano, dada a sazonalidade do produto”, conforme comunicado ao mercado. 

Outro ponto da nova política de preços para o GLP é que reduções ou elevações de preços superiores a 10% terão que ser autorizadas pelo Grupo Executivo de Mercado e Preços, formado pelo presidente da Petrobras e pelos diretores de Refino e Gás Natural e Financeiro e de Relacionamento com Investidores. Nestes casos, a data de aplicação dos ajustes (dia 5) pode ser modificada. “Caso o índice de reajuste seja muito elevado, o GEMP poderá decidir não aplicá-lo integralmente, ficando a diferença para compensação conforme mecanismo adiante detalhado”, explica a estatal.

A Petrobras ainda informou que está em um processo seletivo “em andamento” para escolha de um novo diretor executivo de Governança e Conformidade, em substituição a João Adalberto Elek Junior, cujo mandato encerra em 30 de abril, segundo comunicado da companhia nesta quinta-feira. Por fim, a petrolífera ainda comunicou que elevou o preço da gasolina em 0,8% e do diesel em 0,7% nas refinarias, com novos valores válidos a partir de sexta-feira (19). 

Natura (NATU3, R$ 34,28, +1,39%)

A ação da Natura registra ganhos após conselho de administração da fabricante de cosméticos aprovar a emissão no mercado internacional de até US$ 1,15 bilhão em títulos de dívida, de acordo com fato relevante divulgado pela companhia.

Os recursos captados por meio da emissão serão utilizados para repagamento de parte da dívida da companhia decorrente da emissão de R$ 3,7 bilhões em notas promissórias emitidas para financiar a aquisição da The Body Shop International Limited. A Natura anunciou em junho do ano passado a compra da marca britânica, que pertencia à francesa L’Oreal, numa operação de cerca de 1 bilhão de euros.

Eletropaulo (ELPL3, R$ 15,25, +0,20%)

A Eletropaulo informou em comunicado que avalia a possibilidade de realização de
uma oferta pública de distribuição de ações, dentre outras alternativas disponíveis para o financiamento de suas atividades e compromissos no curso normal dos seus negócios, segundo comunicado.

A Eletropaulo disse que “não há, nesta data, qualquer definição quanto à efetiva realização de uma oferta, tampouco sobre estrutura e volume”. “A efetiva realização de uma oferta pública de distribuição de ações está sujeita, dentre outros fatores, às condições dos mercados de capitais nacional e internacional e à obtenção das
aprovações societárias competentes”.

 

Eletrobras (ELET3, R$ 17,13, -0,81%; ELET6, R$ 20,36, -1,07%)

Segundo o Valor Econômico, o governo deve iniciar esforços para antecipar o envio do projeto de lei (PL) que trata da modelagem da privatização da Eletrobras, O projeto está pronto desde o fim do ano passado, mas estacionou na Casa Civil. Em reunião ontem no Planalto, na qual participaram ministros e o secretário-executivo do ministério da Fazenda, Eduardo Guardia, não houve uma decisão concreta sobre a data de envio. Com isso, existe a possibilidade de envio do projeto antes do fim deste mês, com chances de ocorrer esta semana, segundo uma fonte ouvida pelo jornal. 

CCR (CCRO3, R$ 16,09, +0,31%)

O leilão para concessão da operação das linhas 5-Lilás e 17-Ouro, do Metrô de São Paulo, que ocorre na próxima sexta-feira na B3, deve atrair poucos grupos devido a limitações de empresas brasileiras e desafios intrínsecos ao projeto. A única presença praticamente certa é a da brasileira CCR, que estará na concorrência em parceria com ao menos uma empresa, segundo o Valor.

JBS (JBSS3, R$ 9,71, -0,51%)

A JBS conseguiu fechar acordo para se desfazer do último ativo em sua lista de negócios à venda: a operação de confinamento da Five Rivers Cattle Feeding nos Estados Unidos.

Segundo informou nesta quarta-feira, 17, em comunicado ao mercado, a Pinnacle Asset Management concordou em pagar cerca de US$ 200 milhões pela operação (ou R$ 640 milhões pelo câmbio atual). A empresa vinha tentando há meses vender o negócio.  O programa de venda de ativos foi anunciado pela JBS em junho do ano passado como reação à crise desencadeada pela delação dos irmãos Batistas, que havia se tornado pública um mês antes. À época, a empresa informou que queria levantar R$ 6 bilhões com as vendas para ajudar a reduzir sua dívida.

Desde então, a JBS vendeu a operação de confinamento da Five Rivers no Canadá (por US$ 40 milhões), a Moy Park (£ 1 bilhão), uma fatia de 19% na Vigor (R$ 1,1 bilhão) e quase toda a operação da JBS Mercosul (US$ 300 milhões). De acordo com a empresa, como resultado das vendas e da boa geração de caixa no período, o índice de alavancagem da JBS (Dívida Líquida/EBITDA) no terceiro trimestre de 2017 ficou em 3,4, frente ao patamar de 4,16x verificado no segundo trimestre de 2017.

O dinheiro levantado com os desinvestimentos, no entanto, não vai integralmente para o caixa da empresa. Fechada em setembro do ano passado, a venda da Moy Park, por exemplo, maior operação feita pelo grupo, foi realizada por meio de um negócio “caseiro”. A americana Pilgrim’s Pride, que é controlada pela JBS, assumiu a empresa por £ 1 bilhão, mas esse valor incluía também a assunção das dívidas da companhia irlandesa. 

Cyrela (CYRE3, R$ 14,39, -0,07%)

A Cyrela zerou os ganhos após chegar a subir 1,5% depois de divulgar a prévia de seus resultados operacionais no quarto trimestre de 2017. Os lançamentos no período somaram R$ 1,269 bilhão, queda de 0,4% em relação ao R$ 1,274 bilhão registrado no quarto trimestre de 2016. No total do ano passado, os lançamentos da Cyrela foram de R$ 3,053 bilhões, aumento de 3,9% ante os R$ 2,937 bilhões de 2016.

Entre outubro e dezembro, a Cyrela lançou 19 empreendimentos, dos quais 16 na cidade de São Paulo, 2 no Rio de Janeiro e 1 no Sul. A participação da Cyrela nos lançamentos do trimestre foi de 62%, ante 81% no mesmo período de 2016.

Ao excluir as permutas, o VGV dos lançamentos nos últimos três meses de 2017 foi de R$ 774 milhões, queda de 20,3% em relação aos R$ 972 milhões de um ano antes. No ano, ainda por esse critério, os lançamentos somaram R$ 2,1 bilhões, ante R$ 2,065 bilhões do período anterior.

As vendas líquidas da Cyrela somaram R$ 1,253 bilhão no quarto trimestre do ano passado, avanço de 15% na comparação anual. Em 2017, as vendas ficaram em R$ 3,259 bilhões, crescimento de 17,8%. A participação da Cyrela no total foi de 70% no quarto trimestre, ante 79% em 2016.

Segundo a Cyrela, do total de unidades vendidas, R$ 296 milhões, ou 24% do total, se referem a estoques prontos, R$ 394 milhões (31%) a estoque em construção e R$ 563 milhões (45%) a lançamentos. A velocidade de vendas (VSO) chegou a 44,3% no trimestre. O VSO total em 12 meses chegou a 34%, ante 29,1% no quarto trimestre de 2016. Quando excluídas as permutas, o volume vendido pela Cyrela no trimestre ficou em R$ 862 milhões, crescimento de 7,1%. No ano, neste mesmo critério, as vendas somaram R$ 2,321 bilhões, número 14,2% maior que o de 2016.

Segundo o Credit, este deve ser o melhor resultado entre as empresas de média renda, com crescimento de lancamento para R$ 1,3 bilhão (versus a média dos ultimos trimestres de R$ 600 milhões). A velocidade de vendas dos lançamentos também foi forte (40%), mas o destaque foi a velocidade de vendas dos estoques que melhorou para 11%, dado a queda nos distratos, apontam os analistas. “Com essa forte venda dos estoques, o fluxo de caixa livre deve vir forte”, apontam. 

 Even (EVEN3, R$ 6,20, +1,97%)

A Even também divulgou sua prévia, com o VSO melhorando na margem para 11% versus 10% no terceiro trimestre, mas o VSO dos estoques continuou fraco em 6%, aponta o Credit Suisse. Os analistas acreditam que as entregas de R$ 1,4 bilhão levaram a um aumento no distrato. As vendas líquidas subiram 15% no trimestre, para R$ 274 milhões, enquanto os lançamentos caíram 2,6%, para R$ 402 milhões. 

EzTec (EZTC3, R$ 22,23, +1,32%)

Segundo o Credit Suisse, a prévia operacional do quarto trimestre continuou mostrando sinais de melhora, principalmente, com a performance de vendas que chegou a R$ 99 milhões e queda de distrato pelo terceiro trimestre consecutivo. Os lancamentos de R$ 151 milhões foram razoáveis, diz o Credit, levando o valor do ano para R$ 343 milhões. Tanto a venda bruta como distrato melhoraram levando a uma melhora no VSO para 7% (versus 3% no terceiro trimestre de 2017).

Tenda (TEND3, R$ 21,29, +3,10%)

Os lançamentos da Tenda subiram 22,6% no quarto trimestre de 2017 na comparação anual, para R$ 458,3 milhões, enquanto as vendas líquidas subiram 39,1%, a R$ 433,5 milhões. 

O Credit aponta que a construtora teve o melhor resultado entre os pares de baixa renda, com o resultado foi ajudado pelo faixa 1.5. A empresa conseguiu entregar lancamentos de R$ 458 milhões, acima das expectativas. As vendas também foram solidas, acelerando o VSO para  27% de 24% no terceiro trimestre, apontam os analistas. 

OSX (OSXB3, R$ 6,89, -0,14%)

A OSX informou que Pedro Borba renunciou à presidência do Conselho de Administração da companhia. 

(Com Agência Estado e Agência Brasil) 

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.