Impasse com Eletrobras e Petrobras pode custar R$ 92 bi; 3 recomendações, Vale e mais 8 notícias

Confira os destaques do noticiário corporativo desta segunda-feira (15)

Lara Rizério

Usina Hidrelétrica de Tucuruí *** Local Caption *** Comportas abertas da usina de Tucuruí

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SÃO PAULO – A segunda-feira começa movimentada no mercado, com destaque para as recomendações de ações, os impasses do governo com a Eletrobras e com a Petrobras, entre outras notícias. Confira no que se atentar:

Petrobras (PETR3;PETR4) e Eletrobras (ELET3;ELET6)

O jornal O Globo de hoje ressalta que a  falta de entendimento entre União e Petrobras sobre a revisão do contrato da cessão onerosa e a suspensão pela Justiça da medida provisória (MP) que autoriza a privatização da Eletrobras criaram incertezas sobre as receitas do governo em 2018.

“Estas arrecadações são consideradas cruciais pela equipe econômica para ajudar a reequilibrar as contas públicas e poderiam render aos cofres públicos até R$ 92,5 bilhões, mas esta falta de acordo faz com que ambas correm o risco de não se concretizarem este ano. O acordo com a Petrobras abre espaço para a realização de novos leilões de petróleo avaliados em US$ 25 bilhões (R$ 80,5 bilhões). Já a Eletrobras está na proposta orçamentária, com R$ 12 bilhões”, aponta. 

Sobre a Eletrobras, o governo brasileiro enviará um projeto de lei que estabelece as bases para a privatização da Eletrobras, que provavelmente será aprovado, diz Eurasia em relatório. O projeto precisa ser aprovado no Congresso no segundo trimestre para dar tempo ao governo privatizar a Eletrobras em 2018. Se a privatização não for feita neste ano, “isso afetaria negativamente o orçamento do próximo governo”, diz a Eurasia. 

Os riscos para a venda da Eletrobras incluem um possível prolongamento do debate sobre a reforma da Previdência e potenciais contestações à privatização na Justiça. A Eurasia espera que o governo priorize o projeto quando o Congresso retornar do recesso. Se isso não for feito ou se o prazo para aprovação se tornar desafiador, as probabilidades de sucesso diminuirão.

Já no radar da Petrobras, a estatal reduziu o preço da gasolina em 0,8% e elevou do diesel em 0,1%, com novos preços válidos nas refinarias a partir de terça-feira (16). Além disso, a Petrobras e a Total concluíram a negociação sobre os campos de Lapa e Iara. A cessão de direitos das concessões, anunciada em 1º de março de 2017, saiu por US$ 1,95 bilhão, incluindo ajustes do fechamento da operação. A Petrobras explica que esse valor não contempla uma linha de crédito que pode ser acionada por ela no valor de US$ 400 milhões, representando parte dos investimentos em Iara, além de pagamentos contingentes.

O fechamento do acordo se deu com a cessão de direitos de 35% da Petrobras para a Total, assim como a operação do campo de Lapa no bloco BM-S-9A no pré-sal da Bacia de Santos. Dessa forma, a Total amplia a fatia no consórcio para 35% e se torna operadora, ao passo que Shell fica com 30%, Repsol-Sinopec, 25% e a Petrobras, com 10%. A capacidade do campo de Lapa é de 100 mil barris por dia. A produção foi iniciada em dezembro de 2016, por meio do FPSO Cidade de Caraguatatuba. “Todas as condições precedentes às cessões de direitos foram cumpridas, incluindo a concessão de licenças de operação e instalação pelo Ibama para que a Total se torne operadora do campo de Lapa”, diz a Petrobras em comunicado.

Recomendações

Em destaque no radar de recomendações, a IRB Brasil (IRBR3) foi iniciada com recomendação outperform (desempenho acima da média) pelo Credit Suisse, com preço-alvo de R$ 45,00. Já a Randon (RAPT4) foi elevada de marketperform a outperform pelo Itaú BBA, com preço-alvo de R$ 9,50. 

Sobre o IRB, o Credit Suisse apontou acreditar que a empresa deve entregar um ROE (Retorno sobre o patrimônio) sustentável de 26%. No longo prazo, a expectativa é por um aumento do prêmio local, consequência do maior prêmio de seguros (e não maior penetração). “Traçando diferentes cenários, no mais otimista chegamos a um target price de R$ 53 considerando um crescimento duas vezes maior do que o cenário base (em linha com o market share) e aumento de payout para 90%, enquanto que no cenário mais pessimista, descartamos uma queda da alíquota de imposto de 45% para 40% e queda de 10% de receita que levaria o target para R$ 32”, apontam os analistas.

Já o BTG Pactual rebaixou a QGEP (QGEP3) para neutro após o rali de mais de 85% desde o anúncio da venda do campo de Carcará para Statoil por US$ 379 milhões. “Apesar da companhia ainda ter um balanço robusto e geração de caixa garantida no campo de Manati, vemos o campo de Atlanta, cujo primeiro óleo está previsto para o primeiro trimestre, gerando pouco valor para o nosso NAV [Valor Presente Líquido]. Além disso, achamos que a sólida posição de caixa da companhia poderia justificar um pagamento mais robusto de dividendos, o que na nossa visão agradaria mais aos investidores do que a aquisição de mais ativos exploratórios. No momento, enxergamos upside limitado e ausência de catalisadores importantes no horizonte”, avaliam os analistas, que têm preço-alvo de R$ 11. 

Pão de Açúcar (PCAR4)

As vendas líquidas no quarto trimestre do Grupo Pão de Açúcar cresceram 6,8% na base anual, para R$ 12,5 bilhões. As vendas mesmas lojas cresceram 3,5% na base anual no quarto trimestre, segundo comunicado ao mercado. A receita líquida de Multivarejo teve queda de 4,9% para R$ 7,07 bilhões, enquanto Assaí teve alta de 28,2% para R$ 5,44 bilhões. A performance de Multivarejo foi afetada negativamente por deflação de alimentos e migração de canais em função do cenário macroeconômico. No quarto trimestre, foram finalizadas 8 conversões de Extra Hiper para Assaí, foram abertas 5 novas lojas: três Assaí, um Pão de Açúcar
e um Minuto Pão de Açúcar. Já a receita líquida em 2017 cresceu 8,2% na base anual, para R$ 44,6 bilhões;
vendas mesmas lojas aumentaram 4,3%. No ano, foram inauguradas 5 lojas Assaí, 3 Pão de Açúcar, 6
Minuto Pão de Açúcar, além de 2 Drogarias Extra e 2 postos de gasolina.

 Gol (GOLL4)

A CVM rejeitou proposta de termo de compromisso apresentada pela Gol, de pagamento de R$ 1 mi ao órgão, para encerrar futuros processos relacionados a supostos pagamentos inapropriados por parte da empresa a agentes públicos, conforme comunicado da Comissão. Os pagamentos foram objeto de investigações por parte da Delegacia Especial da Receita Federal de Maiores Contribuintes (DEMAC) e do Ministério Público Federal (MPF), órgão com o qual a Companhia celebrou Termo de Acordo de Leniência, divulgado ao mercado em fato relevante de 12 de dezembro de 2016. 

O Comitê de Termo de Compromisso entendeu ser inconveniente e inoportuna a celebração do acordo, considerando o estágio atual muito incipiente em que se encontram as investigações na CVM, o que dificulta a visualização plena do caso e os efeitos para a GOL, acionistas e o mercado de capitais em geral. Considerou-se também a natureza e a gravidade das questões contidas no processo, situadas no contexto da Operação Lava-Jato; o fato de envolver pessoa politicamente exposta e de já existir acordo de leniência firmado pela Companhia com o MPF, no qual a Gol se comprometeu a pagar R$ 12 milhões. A Gol disse que tomou conhecimento da decisão e que segue em tratativa com a CVM para resolução desse tema.

Já O Globo informa que a companhia aérea vai retomar as operações para os Estados Unidos a partir de 4 de novembro. A companhia — que suspendeu as linhas para o país em fevereiro de 2016 — terá voos diários partindo de Brasília e Fortaleza para a Flórida.  A decisão vem impulsionada pela retomada na demanda internacional, explicou Eduardo Bernardes, vice-presidente de vendas e marketing, ao jornal.

 

Vale (VALE3)

Segundo fontes ouvidas pela Bloomberg, a BHP Billiton está pedindo à Vale cerca de US$ 1 bilhão por sua participação de 50% na Samarco. A avaliação considera que a BHP continuaria a assumir a sua parte dos passivos remanescentes associados ao acidente com a barragem da Samarco ocorrido em 2015, disseram as pessoas. A BHP também está pedindo para receber royalties pela vida da mina, segundo as fontes. Nenhuma das três empresas quis comentar.
Marfrig (MRFG3)

A Marfrig mantém estratégia de abate mensal de cerca de 300.000 cabeças de gado, mesmo com reabertura da planta em Mato Grosso, informou a empresa. A reabertura da unidade de Pontes e Lacerda dá opção de melhorar ainda mais footprint da companhia e flexibilidade para melhorar a compra de gado no estado. 

Oi (OIBR4)

Duas notícias sobre Oi agitam o radar. A Anatel aprovou novos membros do conselho transitório da Oi, com a posse de Marcos Grodetzky, Eleazar de Carvalho Filho e Marcos Bastos Rocha, segundo comunicado no website da agência. A análise restringe-se exclusivamente à solicitação de anuência prévia para composição do conselho.

Já o Estadão informa que a empresa voltou a fazer planos para retomar seu crescimento, após a tumultuada aprovação de seu plano de reestruturação em dezembro. Protagonista da maior recuperação judicial já feita no País, com dívidas de R$ 64 bilhões, a companhia vai começar a fazer um levantamento de seus bens dentro e fora do Brasil para vendê-los e vai contratar uma consultoria de reestruturação para colocar em prática o plano de expansão da tele. 

Banco do Brasil (BBAS3)

Também em destaque duas notícias sobre o Banco do Brasil. Segundo o Valor, a estatal caminha para ofertar mais de R$ 12 bilhões em recursos para o financiamento do chamado pré-custeio da próxima safra, a 2018/19, que começa oficialmente em 1º de julho deste ano. Os financiamentos devem estar à disposição dos produtores rurais em meados de fevereiro. 

Já a Coluna do Broad, do Estadão, informa que mais de um ano e meio após ter anunciado a intenção de fazer uma nova oferta de ações do argentino Patagônia, o Banco do Brasil ainda prefere aguardar ventos mais favoráveis no mercado para tirar do papel a operação que, na prática, é uma re-listagem. Na Argentina na semana passada, para reuniões na instituição, o presidente do BB, Paulo Rogério Caffarelli, garantiu que o ativo não está à venda, a despeito de ter atraído interessados no ano passado. O grande entrave para uma negociação em torno do Patagônia sempre foi preço. Isso porque a operação do argentino é rentável e, portanto, não faz sentido para o BB se desfazer da sua fatia por um valor abaixo do patamar justo.O BB possui 58,97% do Patagônia, mas cogitava vender apenas 8,5% em uma eventual oferta de ações.

CPFL (CPFE3)

O Valor Econômico informa que a avaliação de que a chinesa State Grid precisará fazer uma nova oferta de aquisição da ações (OPA) da CPFL Energia para saída do Novo Mercado, o que está levando investidores a comprar as ações da companhia que restaram no mercado, apostando que o valor a ser pago trará ganho substancial na bolsa. 

Energias do Brasil (ENBR3) e Celesc (CLSC4)

A Energias do Brasil e Centrais Elétricas de Santa Catarina (Celesc) submeteram ao Cade operação de aquisição de participação societária no setor de energia elétrica, de acordo com edital publicado no Diário Oficial. O ato de concentração tem acesso restrito no site do Cade até o momento.

Locamerica (LCAM3)

A Locamerica e Unidas submeteram ao Cade operação de aquisição de controle no setor de terceirização de frotas e comercialização de veículos usados, segundo edital publicado no Diário Oficial. O ato de concentração tem acesso restrito no site do Cade até o momento.

(Com Agência Estado)

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.