Chegou a hora do repique? Ibovespa dispara e confirma força de compra dos 71 mil pontos

Mercado é contagiado por "efeito EUA"; dólar recua mais de 1% e volta para R$ 3,27

Rafael Souza Ribeiro

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SÃO PAULO – Na volta do feriado da Proclamação da República, o Ibovespa registrava alta de 2,15%, aos 72.346 pontos, às 15h16 (horário de Brasília) desta quinta-feira (16), guiado pela recuperação 

refletindo a alta dos ADRs (American Depositary Receipt) brasileiros negociados em Nova York na última quarta-feira (15) e com os investidores acompanhando de perto o desenrolar da reforma ministerial no Brasil e da tributária nos EUA. Vale lembrar que o dia também é marcado pelo vencimento de opções sobre o índice na B3.

O índice Brazil Titans 20, que reúne os principais ADRs de empresas nacionais negociados em Wall Street, fechou em alta de 0,94%, aos 21.324 pontos, acompanhando a virada dos ativos da Petrobras e contrariando o movimento das bolsas dos EUA, que encerraram a última quarta-feira (15) em queda. Os ADRs da Petrobras (PBR.A) – referentes às ações preferenciais da estatal – subiram 1,74%, a US$ 9,36, enquanto os PBR – que representam os papéis ordinários – fecharam em alta 1,50%, a US$ 9,82, em dia de recuperação após a forte queda da véspera em vista do resultado abaixo do esperado pelo mercado do terceiro trimestre.

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Destaque também para os ADRs da Sabesp, que subiram 5,20%, aos US$ 9,40%, após apresentar resultado acima do esperado no terceiro trimestre, segundo os analistas do Goldman Sachs, que destacaram a melhora operacional da empresa, em especial a parte de custos e geração de caixa. Além disso, os ativos da Fibria subiram 1,18%, cotados a US$ 15,48, refletindo o anúncio da empresa que vai elevar em US$ 30 o preço da tonelada de celulose vendida para Europa, América do Norte e Ásia a partir de 1º de dezembro deste ano.

Com a recuperação, o mercado confirmou a força de compra presente na faixa de 71 mil pontos, por onde passa a média móvel exponencial de 21 semanas, patamar que será decisivo para definir o rumo do mercado no curto prazo. Encerrando a sexta-feira (17) com um candle de reversão sobre este patamar, fica a expectativa por um repique até a faixa de 75 mil pontos, patamar que sacramentou a tendência de baixa de curtíssimo prazo do mercado. Contrariando a expectativa de manutenção do suporte, ou seja, confirmando a perda de 71.450 pontos com boa margem percentual em base semanal, o índice abre caminho para testar a região de 69 mil pontos, patamar que abriu compra para o mercado em agosto deste ano.

Acompanhando este cenário de euforia, o dólar comercial recua 1,15%, cotado a R$ 3,27 na venda, enquanto os juros futuros com vencimento em janeiro de 2019 e 2021 operavam em baixa de 4 pontos-base, negociados a 7,25% e 9,42%, respectivamente.

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Destaques do mercado

Além de Fibria (FIBR3) e Sabesp (SBSP3), chama atenção na ponta positiva do mercado o desempenho das ações da Natura (NATU3), que disparam após apresentar resultado acima do esperado no terceiro trimestre (veja mais aqui).

As maiores altas dentre as ações que compõem o Ibovespa são:

C?d. Ativo Cot R$ % Dia % Ano Vol1
 NATU3 NATURA ON 33,55 +14,74 +46,49 73,32M
 KROT3 KROTON ON 18,36 +4,62 +40,65 48,69M
 CYRE3 CYRELA REALTON 12,40 +4,29 +21,61 8,24M
 SBSP3 SABESP ON 30,66 +4,07 +10,56 21,77M
 SANB11 SANTANDER BRUNT 29,41 +3,92 +5,41 12,45M

As maiores baixas dentre as ações que compõem o Ibovespa são:

C?d. Ativo Cot R$ % Dia % Ano Vol1
 BRML3 BR MALLS PARON 11,92 -1,16 +15,36 17,76M
 BRKM5 BRASKEM PNA 46,24 -0,71 +35,01 12,79M
 BRFS3 BRF SA ON 41,79 -0,26 -13,39 16,73M
* – Lote de mil a??es
1 – Em reais (K – Mil | M – Milh?o | B – Bilh?o) 

Juntando as peças
Desde a saída de Bruno Araújo (PSDB) do Ministério das Cidades na última segunda-feira (13), Temer deu a largada para a reforma ministerial e o líder do governo no Senado, Romero Jucá, já garantia 17 ministérios para os parlamentares do centrão, mas todo esse ímpeto já foi freado. Segundo a Folha de S. Paulo, sob pressão dos partidos de sua base aliada, Temer recuou e vai reavaliar a decisão de fazer uma reforma ministerial ampla no fim desse ano – em que sairiam do governo todos os políticos que disputarão eleições em 2018.

Agora, ele estuda fazer a reforma por etapas, com substituições pontuais no primeiro escalão do governo. Depois da pasta das Cidades, será a vez da Secretaria de Governo do tucano Antônio Imbassahy, que mais de uma vez já revelou sua antipatia ao governo Temer, como também está na fila a presidência do BNDES. “A reforma ministerial será em etapas, ele não vai mexer em todo mundo, nos 17 ministérios agora. O presidente ressaltou que o governo está dando certo, que a equipe está dando certo e que vai mexer pontualmente”, afirmou o vice-líder do governo, Beto Mansur, que entregará o mapeamento da base aliada para o presidente no final de semana.

Enquanto o presidente junta as peças para conseguir os 308 votos necessários para a aprovação na Câmara, a reforma da Previdência desidratada vai tomando forma. O texto deve incluir a idade mínima (62 mulheres e 65 homens), regra de transição e fim dos privilégios ao serviço público. O benefício integral só deve ser concedido a quem completar 40 anos de contribuição, mas a aposentadoria proporcional, com 60% do benefício, poderá ser acessada com tempo mínimo de 15 anos de contribuição.

Tanto aqui, como lá
Em meio ao aumento das incertezas, a reforma tributária de Donald Trump será votada no plenário da Câmara nesta quinta-feira, onde deve ser aprovada sem grandes dificuldaes (assim o mercado espera). O vice-líder republicano na Câmara, Patrick McHenry disse que se sente confiante em obter os votos.

As coisas ficam mais complicadas no Senado, onde os republicanos querem adiar o corte dos impostos corporativos dos atuais 35% para 20% neste ano para 2019 e decidiram incluir na reforma a revogação do Obamacare, tema polêmico que pode complicar e atrasar os debates. E as diferenças não param por aqui: ao invés de quatro faixas de imposto de renda, os senadores também pretendem manter as atuais sete, com a mais alta delas tendo alíquota de 38,5%, número menor do que a taxa máxima dos deputados, de 39,6%. Além disso, os planos são de extinguir a dedução de impostos estaduais e municipais, proposta que está gerando muito atrito entre os partidos, pois as deduções são uma fonte de receita para os estados democratas com impostos altos.

Uma vez aprovado o texto nas duas casas, os parlamentares precisarão realizar uma conferência conjunta, o que deve acontecer entre dezembro e janeiro, de acordo com o andamento das conversas entre os legisladores da reforma.

Bolsas mundiais
A maioria das bolsas asiáticas fechou em alta nesta quinta-feira, ignorando o fraco desempenho de ontem dos mercados acionários de Nova York e refletindo a decisão do Banco Central chinês em injetar US$ 47 bilhões em liquidez no sistema financeiro em meio à queda das ações e títulos no país, o maior montante desde 18 de janeiro. 

Apesar do tom majoritariamente positivo, os investidores acompanham de perto as negociações para a aprovação do pacote de reforma tributária no Congresso americano. Hoje, está prevista a votação da proposta feita por deputados republicanos na Câmara dos Representantes.

Às 15h16, este era o desempenho dos principais índices:

*Dow Jones (EUA) +0,81%

*S&P 500 (EUA) +0,81%

*Nasdaq (EUA) +1,26%

*CAC-40 (França) +0,66% (fechado)

*FTSE (Reino Unido) +0,19% (fechado)

*DAX (Alemanha) +0,55% (fechado)

*Hang Seng (Hong Kong) +0,58% (fechado)

*Xangai (China) -0,08% (fechado)

*Nikkei (Japão) +1,47% (fechado)

*Petróleo WTI -0,56%, a US$ 55,02 o barril

*Petróleo brent -0,95%, a US$ 61,28 o barril

*Contratos futuros do minério de ferro negociados na bolsa chinesa de Dalian +1,22%, a 458 iuanes