Ibovespa sobe 1,5% e renova máxima histórica de fechamento, de olho em Brasília e no petróleo

Alta do petróleo no mercado internacional também impulsiona o índice

Paula Barra

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SÃO PAULO – Recuperando-se após duas sessões consecutivas de queda, o Ibovespa teve alta de 1,55% nesta terça-feira (10), indo aos 76.897 pontos e renovando recorde histórico de fechamento, na expectativa pela aprovação de uma reforma da Previdência mais enxuta e seguindo o movimento do petróleo, cujos contratos futuros do WTI, negociados em Nova York, subiram 2,7% hoje, no melhor pregão em duas semanas. O volume movimentado na B3 hoje foi de R$ 9,8 bilhões, contra média diária de R$ 9,4 bilhões dos últimos 21 pregões. 

De acordo com o Estado de S. Paulo, lideranças governistas estão trabalhando para apresentar à base aliada uma proposta mais enxuta da reforma da Previdência logo após a nova denúncia contra Temer ser barrada. Segundo o deputado Beto Mansur, o novo texto deve se concentrar em três mudanças: idade mínima de aposentadoria, tempo mínimo de contribuição e uma regra de transição para quem já contribui. A estratégia é colocar o texto em votação no plenário da Câmara em novembro.

Com isso, o dólar futuro com vencimento em novembro registrava desvalorização de 0,17%, a R$ 3,193. O dólar comercial encerrou em leve queda de 0,06%, a R$ 3,1838 na venda. Já os juros futuros com vencimento em janeiro de 2019 e 2021 caíram 4 e  6 pontos-base, respectivamente, negociados a 7,31% e 8,94%, respectivamente.

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Destaques do mercado

Do lado negativo, destaque para as ações da Vale, que recuaram acompanhando o minério de ferro, enquanto, entre as altas, os papéis da Petrobras subiram quase 2% seguindo o petróleo. Fora do índice, atenção para as ações da Oi (OIBR4), que registraram valorização de 4% com a possibilidade de ajuda do governo (veja mais aqui).

As maiores altas, dentre as ações que compõem o Índice Bovespa, foram:

 Cód. Ativo Cot R$ % Dia % Ano Vol1
 GOAU4 GERDAU MET PN 5,66 +5,40 +17,92 124,76M
 GGBR4 GERDAU PN 11,15 +4,21 +3,43 199,18M
 SANB11 SANTANDER BRUNT EJ 30,27 +3,81 +8,49 89,56M
 RAIL3 RUMO S.A. ON 12,95 +3,68 +110,91 285,12M
 KROT3 KROTON ON 20,98 +3,60 +60,73 147,20M

As maiores baixas, dentre os papéis que compõem o Índice Bovespa, foram:

 Cód. Ativo Cot R$ % Dia % Ano Vol1
 SBSP3 SABESP ON 33,94 -1,68 +22,38 42,09M
 BRAP4 BRADESPAR PN 23,57 -1,30 +62,64 78,26M
 BRKM5 BRASKEM PNA 45,62 -0,91 +33,20 64,18M
 CIEL3 CIELO ON 21,56 -0,65 -4,33 65,33M
 VALE3 VALE ON 31,32 -0,57 +34,68 615,24M

* – Lote de mil ações
1 – Em reais (K – Mil | M – Milhão | B – Bilhão)
IBOVESPA

Segunda denúncia contra Temer
A Câmara dos Deputados começou hoje a analisar a segunda denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República contra o presidente Michel Temer pelos crimes de obstrução da justiça e organização criminosa. Nesta tarde, o relator, deputado Bonifácio Andrada (PSDB-MG), disse que a tentativa de envolver ministros e o presidente não encontra respaldo nas páginas da denúncia nem na legislação aplicável a partir do texto constitucional. 

FMI otimista com o Brasil

O FMI (Fundo Monetário Internacional) elevou a previsão para o crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro de 0,3% para 0,7% neste ano, revisão guiada pelo desempenho do setor agrícola e o impulso para o consumo que foi dado com a liberação de saques nas contas de FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço).

“No Brasil, a performance forte das exportações e a diminuição do ritmo da contração na demanda doméstica permitiram que a economia retornasse ao crescimento positivo no primeiro trimestre de 2017, após oito trimestres de declínios”, destacou o FMI.

Porém, para o ano que vem, a entidade está cautelosa por conta das incertezas políticas e o andamento da agenda de reformas, em especial da Previdência, ao passo que reduziu a previsão para o PIB de 2018 de 1,7% para 1,5%. De acordo com o FMI, o País precisa restaurar sua confiança para voltar a crescer mais de 2%.

Bolsas mundiais

Na Ásia, a Bolsa de Tóquio encerrou os negócios desta terça-feira no maior nível em mais de dois anos, em virtude da expectativa de que a coalizão governista do primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, consolide seus poder e mantenha o foco em políticas econômicas depois da eleição parlamentar marcada para o dia 22. 

No mercado de commodities, os contratos futuros de petróleo registraram fortes ganhos após a Arábia Saudita anunciar planos para cortar suas exportações em novembro. Além disso, a Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) mostrou ontem uma posição otimista sobre o mercado, o que colabora para o movimento, amparado ainda pelo dólar em geral mais fraco. 

Veja abaixo o desempenho dos principais índices:

*Dow Jones (EUA) +0,31%

*S&P 500 (EUA) +0,23%

*Nasdaq (EUA) +0,11%

*CAC-40 (França) -0,04% 

*FTSE (Reino Unido) +0,40% 

*DAX (Alemanha) -0,21% 

*IBEX 35 -0,92% 

*Hang Seng (Hong Kong) +0,58% 

*Xangai (China) +0,27% 

*Petróleo WTI +2,7%, a US$ 50,92 o barril

*Petróleo brent +1,40%, a US$ 56,57 o barril

*Contratos futuros do minério de ferro negociados na bolsa chinesa de Dalian -2,00%, a 440 iuanes

*Minério de ferro spot (à vista) no porto de Qingdao, na China, -2,65%, a US$ 61,01 a tonelada