Prejuízo da Oi salta 16 vezes e chega a R$ 3 bi; Cosan reverte lucro e mais 11 resultados no radar

Confira os principais destaques corporativos da noite desta quarta-feira (9)

Rodrigo Tolotti

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SÃO PAULO – Caminhando para seus últimos dias, a temporada de resultados corporativos ganha força na noite desta quarta-feira (9) com dezenas de balanços divulgados. Enquanto os números de Ultrapar, Guararapes e Cosan chamam atenção, a Vale sai um pouco deste noticiário ao anunciar o ganho de US$ 178 milhões com a venda de dois navios. Confira os destaques:

Vale (VALE3; VALE5)
A mineradora brasileira Vale obteve US$ 178 milhões na terça-feira com a venda de dois navios do tipo VLOC, com capacidade de 400 mil toneladas, informou a companhia em um comunicado nesta quarta-feira.

A companhia também está negociando a venda dos outros dois navios VLOC remanescentes, “o que é consistente com a sua estratégia de fortalecer o balanço e focar nos ativos ‘core’ (essenciais)”, disse a Vale no comunicado.

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Ultrapar (UGPA3)
Afetada pelo desempenho mais fraco da Ipiranga e da Oxiteno, a Ultrapar reportou lucro líquido de R$ 247 milhões no segundo trimestre de 2017, com recuo de 33% ante o mesmo período de 2016.

O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) da companhia, que controla as empresas Ipiranga, Ultragaz, Extrafarma, Oxiteno e Ultracargo, atingiu R$ 784 milhões entre abril e junho, o que representa recuo de 22% na comparação anual. A margem Ebitda atingiu 4,1%, ante 5,2% em igual intervalo de 2016.

A receita líquida trimestral alcançou R$ 19,173 bilhões, com declínio de 1% sobre o mesmo intervalo do ano anterior.

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A Ultrapar apresentou uma despesa financeira líquida de R$ 113 milhões, menor em R$ 110 milhões (recuo por volta de 50%) na comparação com igual intervalo de 2016, devido à queda do CDI na comparação anual, apesar da maior dívida líquida, e aos efeitos cambiais dos períodos.

O endividamento líquido da Ultrapar em 30 de junho de 2017 foi de R$ 6,2 bilhões, com relação entre dívida líquida e Ebitda de 1,59 vez, em comparação a R$ 5,5 bilhões em 30 de junho de 2016 (1,32 vez).

Cosan (CSAN3)
A Cosan apresentou prejuízo líquido de R$ 76 milhões no segundo trimestre, frente a lucro líquido de cerca de R$ 280 milhões reportado no mesmo período do ano passado. Segundo a empresa, o prejuízo foi reflexo principalmente do menor resultado contábil da Raízen Energia, afetado principalmente pelo impacto não caixa da variação do ativo biológico, e da Comgás.

Adicionalmente, a empresa disse que o resultado líquido do trimestre foi negativamente impactado por efeitos não recorrentes nos negócios. A empresa disse que registrou um lucro líquido ajustado por estes efeitos extraordinários de R$ 24,5 milhões, versus R$ 163 milhões no mesmo trimestre de 2016.

Guararapes (GUAR4)
A Guararapes, companhia de moda controladora da Riachuelo, reportou lucro líquido de R$ 82,3 milhões no segundo trimestre de 2017, crescimento de 126,9% ante o apurado nos mesmos meses de 2016. No acumulado do primeiro semestre do ano, o lucro da Guararapes foi de R$ 192 milhões, montante equivalente a quatro vezes o lucro do mesmo semestre do ano passado.

O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) atingiu R$ 213,6 milhões entre abril e junho, aumento de 84,8% na comparação com igual período de 2016. Em seis meses, o Ebitda atinge R$ 485,3 milhões, crescimento de 144%.

A companhia divulga ainda o Ebitda ajustado ao incentivo fiscal de Imposto de Renda. O resultado ajustado foi também de R$ 213,6 milhões entre abril e junho, com crescimento de 62% ante o trimestre anterior dado o maior volume de incentivos fiscais do ano passado.

A receita líquida da Guararapes no segundo trimestre chegou a R$ 1,608 bilhão, montante 10% mais alto que o dos mesmos meses do ano anterior. Entre janeiro e junho, a receita acumulada é de R$ 2,877 bilhões, alta de 7,5%.

MRV Engenharia (MRVE3)
A MRV Engenharia teve alta de 2,3% no lucro líquido do segundo trimestre sobre um ano antes, para R$ 141 milhões. O Ebitda, por sua vez, ficou em R$ 191 milhões, alta de 18,2% sobre o mesmo período do ano anterior.

Os lançamentos somaram R$ 1,33 bilhãoem valor geral de vendas no segundo trimestre, crescimento de 18,6% ante o período de abril a junho de 2016.

Randon (RAPT4)
A Randon registrou um lucro líquido de R$ 18,987 milhões no segundo trimestre deste ano, com avanço de 176,5% ante igual período de 2016. Com o resultado, a empresa obteve uma melhora de 1,6 ponto porcentual na margem líquida, para 2,6%. No primeiro semestre, a empresa obteve lucro líquido consolidado de R$ 20,6 milhões, contra prejuízo de R$ 2,7 milhões, no mesmo período de 2016.

O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) consolidado da Randon somou R$ 86,882 milhões no segundo trimestre, com expansão de 15,4% no comparativo anual. A margem Ebitda consolidada ficou em 11,9%, ante 10,8% de um ano antes. No semestre, o Ebitda consolidado registrou alta de 10,9% no comparativo anual, somando R$ 135,1 milhões.

A receita líquida consolidada atingiu de abril a junho R$ 730,1 milhões, representando um aumento de 4,8% sobre o mesmo período do ano passado. A companhia atribuiu o resultado ao crescimento de produção de caminhões no País e ampliação do market share na venda de semirreboques. No comparativo semestral, a receita líquida registrou queda de 8,5%, para R$ 1,3 bilhão.

O resultado financeiro líquido ficou negativo em R$ 14,9 milhões no segundo trimestre, ante perdas de R$ 13,4 milhões de igual intervalo de 2016. No semestre, o resultado financeiro líquido da companhia ficou negativo em R$ 14,4 milhões, ante perdas de R$ 28,3 milhões informadas nos primeiros seis meses de 2016.

Oi (OIBR4)
A Oi teve prejuízo líquido de R$ 3,303 bilhões no segundo trimestre, resultado negativo 16 vezes maior que o prejuízo de R$ 200 milhões apurado nos três meses imediatamente anteriores. Um ano antes, a empresa registrou prejuízo líquido de R$ 822 milhões.

Segundo a companhia, o balanço foi impactado por perdas com posições de hedge que foram fechadas por causa da recuperação judicial da companhia. O resultado negativo veio muito acima da expectativa média de analistas apurada pela Thomson Reuters, de prejuízo de R$ 332,8 milhões.

Taesa (TAEE11)
A Taesa registrou lucro líquido de R$ 72 milhões no segundo trimestre, queda de 65% ante o mesmo período do ano passado. O lucro caiu em meio ao impacto de reajustes inflacionários na receita da companhia, conforme contrato de concessão. A transmissora destacou que a queda se deu pela diferença significativa dos índices macroeconômicos, IGP-M e IPCA, entre o segundo trimestre deste ano e o mesmo período de 2016.

O Ebitda da transmissora de energia somou R$ 384,9 milhões no período, 12,9% maior do que o registrado no segundo trimestre de 2016.

T4F (SHOW3)
A empresa de entretenimento Time For Fun viu seu lucro líquido subir 126% no segundo trimestre sobre um ano antes, passando de R$ 3,2 milhões para R$ 7,2 milhões. O Ebitda, por sua vez, teve um avanço menor, de 14%, fechando o período em R$ 18,9 milhões, enquanto a receita líquida recuou 24%, ficando em R$ 170,9 milhões entre abril e junho.

No segundo trimestre, a companhia promoveu 225 eventos de música ao vivo, teatro e família, com público pagante de 591 mil pessoas, o que representa uma alta de 32% no número de evento em comparação com o mesmo período de 2016, mas uma queda de 15% no número de ingressos.

Em música ao vivo, foram realizados 72 shows, com 365 mil ingressos vendidos. “Mesmo com crescimento de 14% no número de shows, foram vendidos 35% menos ingressos ano contra ano, devido à menor atividade em shows outdoor”, disse a T4F em seu release de resultados.

Biosev (BSEV3)
A Biosev, braço sucroenergético da Louis Dreyfus Company (LDC), reportou prejuízo líquido de R$ 577,3 milhões no primeiro trimestre do ano-safra 2017/2018, entre abril e junho deste ano. O resultado supera em 63% os R$ 353,3 milhões de prejuízo registrados em igual período do ciclo anterior.

A receita líquida da companhia (ex-HACC) aumentou 15,4% na mesma base de comparação, para R$ 1,954 bilhão, enquanto o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado totalizou R$ 159 milhões, uma alta de 13,5%. A dívida líquida em 30 de junho era de R$ 5,218 bilhões, aumento de 11,1% na comparação com o nível verificado o final do primeiro trimestre de 2016/2017.

A Biosev investiu um total de R$ 266,7 milhões no trimestre, 6,5% mais do que em igual período do ciclo anterior. Do total, R$ 231,68 milhões foram investidos em atividades operacionais, alta de 6,5%. Para expansão, o montante foi de R$ 1,66 milhão, redução de 64%.

No primeiro trimestre da safra 2016/2017, as usinas da Biosev moeram 9,62 milhões de toneladas de cana-de-açúcar, crescimento de 6,5% em relação ao ciclo anterior. O destaque é o polo de Ribeirão Preto, cuja moagem cresceu 10,2% no período, para 5,8 milhões de toneladas de cana. O Açúcar Total Recuperável (ATR) por tonelada de cana processada subiu 0,7% entre os períodos, para 120,4 quilos.

Com mix de 53% da oferta de matéria-prima para a fabricação de açúcar, a produção do alimento alcançou 587 mil toneladas no primeiro trimestre de 2017/2018, um aumento de 12,6%. A fabricação de etanol ficou em 320 milhões de litros, alta de 6,3% entre os períodos, e a cogeração de energia elétrica para venda foi de 278 Gwh, aumento de 17,3%.

A Biosev manteve o guidance de moer entre 31,5 milhões e 33,5 milhões de toneladas de cana na safra 2017/18, com ATR de 129 kg a 131 kg por tonelada.

Rumo Logística (RAIL3)
A empresa de logística Rumo fechou o segundo trimestre com prejuízo líquido de R$ 30,2 milhões, uma melhora ante os R$ 32,6 milhões registrado um ano antes. A receita líquida, por sua vez, avançou 9,4%, passando de R$ 1,37 bilhão para R$ 1,51 bilhão. Já o Ebitda teve forte avanço de 23,5%, encerrando o trimestre em R$ 732,70 milhões.

O volume total transportado no trimestre atingiu 12,3 bilhões de TKU, uma alta de 14% ante o período entre abril e junho de 2016. O aumento de capacidade devido aos investimentos realizados, resultou em crescimento dos volumes transportados, com maior representatividade de cargas mais rentáveis, originadas no Mato Grosso, explicou a companhia.

Senior Solution (SNSL3)
A Senior Solution reportou um lucro líquido de R$ 1,407 milhão, o que representa uma queda de 41,7% ante os R$ 2,413 milhões registrado um ano antes. Enquanto isso, a receita líquida da companhia avançou 60%, passando de R$ 20,531 milhões no segundo trimestre de 2016 para atuais R$ 32,847 milhões. Já o Ebitda encerrou em R$ 3,805 milhões, uma alta de 41,8% sobre os R$ 2,684 milhões ante o ano passado.

A companhia destacou que teve receita líquida recorde no segundo trimestre, com a consolidação dos resultados da attps, adquirida em novembro do ano passado. A administração da Senior Solution também reforçou que deu início a uma reestruturação com ajustes de preços, custos e despesas “visando compensar o eventual aumento de tributos sobre a folha de pagamentos, assunto em discussão no Congresso desde o final de março”.

CPFL Renováveis (CPRE3)
A CPFL Renováveis teve prejuízo líquido de R$ 71,78 milhões no segundo trimestre, uma piora de 16,4% ante os R$ 61,68 milhões negativos registrados um ano antes. Por outro lado, a receita líquida da companhia teve uma alta de 14,4%, passando de R$ 360,17 milhões para R$ 412,07 milhões em um ano.

O Ebitda, por sua vez, teve leve avanço de 5,7%, para R$ 222,99 milhões, com a margem Ebitda piorando 4,5 pontos percentuais, caindo de 58,6% para 54,1%.

SLC Agrícola (SLCE3)
A SLC Agrícola teve lucro líquido de R$ 78,194 milhões no segundo trimestre de 2017, revertendo prejuízo de R$ 74,521 milhões em igual período do ano passado. O Ebitda ajustado mais do que quadruplicou na mesma comparação, para R$ 73,78 milhões, enquanto a margem Ebitda ajustado passou de 4,5% para 21,5%.

Já a dívida líquida ajustada caiu 13,8%, para R$ 1,009 bilhão ao fim do trimestre. A alavancagem permaneceu estável na comparação com o primeiro trimestre de 2017, em 2,65 vezes na relação dívida líquida/Ebitda.

Em balanço, a empresa destacou que, ao longo do segundo trimestre, finalizou a colheita da soja e iniciou as colheitas do algodão de primeira e segunda safras e também do milho de segunda safra. “O desempenho da safra está sendo muito bom, reflexo de um comportamento normal do clima”, disse a SLC em comunicado.

No trimestre, a produtividade da soja ficou em 3,282 toneladas por hectare, um aumento de 6,7% ante a previsão inicial e de 27,2% em relação ao ciclo anterior. No milho segunda safra, o rendimento até o fim do segundo trimestre estava em 6,916 toneladas por hectare, um aumento de 0,6% ante a previsão inicial e de 28,6% em relação à temporada anterior.

A produtividade do algodão primeira safra estava em 1,827 tonelada por hectare, altas de 12,8% e 46,2%, respectivamente. Já a do algodão segunda safra era de 1,696 tonelada por hectare, aumentos de 8% e 22,1%.

(Com Agência Estado)

Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.