“Jamais investiria em ações do setor de aviação”, diz Luiz Barsi

O megainvestidor diz que foge das ações de aviação, porque "o histórico é penoso"; nesse pacote, ele inclui também as empresas de eletrodomésticos

Paula Barra

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SÃO PAULO –  Um dos maiores e dos mais admirados investidores de ações do Brasil, Luiz Barsi, que fez fortuna na bolsa comprando ações de empresas sólidas, com bom histórico de pagamentos de dividendos e, de preferência, a um preço atrativo, foi categórico ao comentar sobre o que nunca se exporia: “jamais investiria em ações do setor de aviação”. 

O megainvestidor diz que foge das ações de aviação, porque “o histórico é penoso”. Nesse pacote, ele inclui também as empresas de eletrodomésticos. “Procuro investir em empresas que estejam em atividades que sejam perenes e ostentem uma condição de sustentabilidade. Setores necessários para qualquer país, como energia, saneamento, telecomunicações, mineração”, explicou Barsi durante palestra na Expert 2017, evento de investimentos promovido pela XP Investimentos, que ocorreu entre os dias 22 e 24 de junho. 

Entre as empresas, ele destacou a Klabin (KLBN11), do setor de papel e celulose, que tem um histórico de gestão de mais de 100 anos. Ela possui terras, onde planta árvores, produz celulose, transformando-a em papel, papelão, embalagens, o cartão de uso exclusivo da Tetrapack que embala caixas de leite, sucos e afins, produtos sustentados pelo consumo, explica. “A perenidade é isso. Ela vai fazer todo esse processo novamente. Ela está em um setor que permite isso”, complementa.

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Entre as ações que investe, ele destacou também a Vale, uma ação para “comprar e esquecer” na carteira e que está com um preço convidativo. Entre os fatores para o otimismo com a mineradora, Barsi cita dois fatores: a substituição recente de Murilo Ferreira por Fabio Schvartsman [no comando da empresa], que é considerado um gestor mais austero e compromissado em remunerar os acionistas; e a migração para o Novo Mercado, que transformará suas ações preferenciais em ordinárias. Inclusive, por conta desse último fator, ele lembra: “não vale a pena comprar as ações preferenciais, porque você vai ter um gap de perda”.  

Durante a palestra, Barsi defendeu ainda que o investidor forme uma “carteira previdenciária”, com ações de empresas sólidas e que tenham histórico de pagar bons dividendos e disse que, sabendo investir na bolsa, ninguém precisará do que chamou de “perda fixa” – referindo-se à renda fixa.  

Para Barsi, momentos como esse – em que a economia é acometida por uma crise – criam oportunidades para se participar de bons projetos através do investimento em ações. “Os nossos políticos são exímios nisso [crise] e acredito que as crises são passageiras. Nesses períodos, quando você avalia a relação P/VPA (Preço sobre Valor Patrimonial), a sustentabilidade de um projeto, aí não há dúvida [sobre investir em ações]”, disse. 

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Para ele, qualquer um pode ficar rico investindo em ações. Para isso, além de saber comprar bons papéis, basta conseguir controlar seu ego, ter disciplina e paciência. “Quem souber fazer isso, com certeza, ficará milionário”, avalia.