Suzano e Fibria: por que essas duas ações dispararam até 11% no pior pregão desde 2008?

Em dia de "sell off" no Ibovespa, apenas essas duas ações conseguiram se manter durante todo o pregão no positivo; em comum, ambas ganham com a disparada do dólar, que encerrou hoje com alta de 8% - no melhor pregão desde 5 de março de 2003

Paula Barra

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SÃO PAULO – A bomba que atingiu o governo de Michel Temer e contaminou o mercado brasileiro nesta quinta-feira (18) fez estrago em praticamente todas as ações do Ibovespa. Apenas seis dos 58 papéis que compõem o índice conseguiram escapar do pânico e fecharam em alta hoje. Sendo que desses, apenas dois – Fibria (FIBR3) e Suzano (SUZB5) – conseguiram se manter durante todo o pregão no positivo e tiveram altas expressivas de 11% e 10%, respectivamente. Em comum, um fator crucial: o perfil exportador. 

Com a maior parte de receitas atreladas ao dólar, essas ações ganharam com a disparada da moeda – que teve sua maior alta neste pregão desde 5 de março 2003 -, em meio à forte aversão ao risco que atingiu o mercado. O dólar comercial encerrou em valorização de 8,15%, a R$ 3,3815 na compra e R$ 3,3890 na venda. O dólar futuro subiu 7,42%, a R$ 3,38. Vale menção que no caso da Fibria, que encerrou como a maior alta do Ibovespa, cerca de 90% de suas receitas são atreladas ao dólar. 

Além da própria disparada da moeda, essas ações são beneficiadas também por conta de suas receitas virem de exportações e, com isso, afastando-as da crise que atinge a política nacional.