Esta é uma oportunidade única de investir no Brasil, diz uma das maiores gestoras do mundo

"Pela primeira vez em décadas, o Brasil tem uma oportunidade de ouro para enfrentar alguns desses fatores e estruturalmente reduzir as taxas de juros para um único dígito"

Rodrigo Tolotti

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SÃO PAULO – O cenário visto no Brasil atualmente pode ser uma oportunidade única de investimento no País, segundo os analistas Ismael Orenstein e Lupin Rahman, da Pimco, um dos maiores fundos de investimento do mundo. Muito desta interpretação tem relação com as alta taxa de juros praticada por aqui, algo que segundo os gestores “talvez mude em breve”.

Na avaliação deles, todas as reformas que já foram aprovadas, mudanças na condução da política econômica e no Banco Central, e a quase aprovação da reforma da previdência, estão criando “uma oportunidade em décadas para o Brasil e única para investidores”.

Em relatório para clientes, os analistas explicam os fatores para o Brasil ter uma taxa de juros “significativamente superior aos seus pares”, citando três fatores. “Pressões fiscais embutidas na Constituição e insustentáveis; um sistema de crédito no qual metade da totalidade do crédito é concedida com taxas de juros subsidiadas, o que significa que a outra metade, ligada à Selic, precisa de taxas muito mais altas para compensar esse subsídio; e uma história de inflação alta e volátil, exacerbada pela prática generalizada de indexação de contratos”, afirmam.

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“Agora, pela primeira vez em décadas, o Brasil tem uma oportunidade de ouro para enfrentar alguns desses fatores e estruturalmente reduzir as taxas de juros para um único dígito”, continua o relatório. Na análise dos gestores, o cenário não é de aproveitar antes que o bom momento acabe, mas sim de que a melhor oportunidade se dará se o Brasil conseguir alcançar um quadro de estabilidade para a queda “estrutural” dos juros.

A Pimco, inclusive, credita ao presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, boa parte da forte redução da inflação. Se este cenário se mantiver, a dupla de analistas afirma que a meta de inflação pode ser reduzida para 2019, ante os atuais 4,5%, alimentando este novo ciclo sustentável e positivo para a economia brasileira.

“Embora existam riscos – incluindo a impopularidade das medidas propostas, as investigações de corrupção em andamento e as próximas eleições de 2018 – o Brasil se destaca entre os mercados emergentes se movendo na direção certa para a transição para taxas de juros mais baixas sustentadas”, diz o relatório.

Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.