Gafisa cai 10% após cisão com Tenda e economista explica por que isso não deve afetar os acionistas

O economista Rafael Bevilacqua, da Eleven Financial, destaca que esta é a primeira vez no Brasil que é realizado este "descasamento" de ativos

Mário Braga

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SÃO PAULO – As ações da Gafisa (GFSA3) registraram queda de mais de 10% nesta sexta-feira (27), dia em que ficam “ex-restituição de capital” uma vez que entra em vigor a cisão dos papéis da construtora com os da Tenda. A listagem da sua controlada só ocorrerá em 4 de maio, quando os ativos TEND3 passarão a ser negociadas na B3.

 O economista Rafael Bevilacqua, da Eleven Financial, destaca que esta é a primeira vez no Brasil que é realizado este “descasamento” de ativos, em que um segue negociado na bolsa e o outro só estará disponível para transações posteriormente.

Às 13h, as ações GFSA3 desaceleraram as perdas, para recuo de 8,78%, negociadas a R$ 17,76. Bevilacqua explica que a percepção dos investidores sobre esses dois ativos não mudou drasticamente de ontem para hoje e que a forte queda nos papéis da construtora nesta sexta deve ser compensada por uma valorização das ações da sua controlada na semana que vem, quando for listada na B3.

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Bevilacqua explica que a oscilação da GFSA3 se deve devido à diferença entre o preço de aquisição das ações da TEND3 na restituição de capital, de R$ 8,13, e o valor precificado pelo mercado para o papel da Tenda, na faixa entre R$ 12,50 e R$ 16,50.

“O ajuste realizado pela bolsa na ação da Gafisa foi feito tirando R$ 8,13 do valor do papel, mas o mercado está precificando um valor R$ 12,50 menor porque é o que ele espera que o papel da Tenda valha quando passar a ser negociado”, disse.

Como os acionistas receberam uma ação TEND3 para cada GFSA3 que possuíam, o valor combinado dos papéis deve ser similar ao que os investidores tinham em carteira antes da restituição de capital ser confirmada. Dessa forma, a queda do papel da Gafisa nesta sexta não significa necessariamente um prejuízo para os acionistas.