Euro salta, bolsas europeias disparam até 4% e Dow Jones avança 200 pontos com 2º turno entre Macron e Le Pen

Mercado comemora o "esperado" resultado para o segundo turno na França

Lara Rizério

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SÃO PAULO – O resultado oficial nem havia saído, mas o mercado já tinha mostrado reação às projeções sobre as eleições na França neste domingo, que se estendeu nesta segunda-feira com a abertura das bolsas europeias. 

O segundo turno será o que o mercado esperava – o  liberal Emmanuel Macron e a candidata de extrema-direita Marine Le Pen vão disputar o 2° turno das eleições presidenciais na França.  Com 97% das urnas apuradas, Macron tem 23,86% dos votos, enquanto Le Pen tem 21,43%. As pesquisas de boca de urna apontavam Macron da noite de ontem, com 23,9% dos votos e Le Pen com 21,7% dos votos.

Essas informações deram um sinal de alívio para o mercado, que tinha como grande temor um possível segundo turno entre Le Pen, que quer a França fora da zona do euro, e o esquerdista Jean-Luc Mélenchon, que tinha como uma das promessas de campanha renegociar tratados europeus. Ambos significam uma grande incerteza para o futuro da União Europeia. Ao mesmo tempo, a expectativa é de uma maior força de Macron para conseguir apoio e votos que eram dos outros candidatos no segundo turno, marcado para 7 de maio. 

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Com o segundo turno entre Macron e Le Pen, os mercados reagem: o futuro do Dow Jones registra alta de quase 200 pontos, com ganhos de cerca de 1%, mesmo porcentual do S&P500 futuro, que avança 26 pontos. Alta também para o euro, que avança 1,40% em relação ao dólar e atinge US$ 1,09, com a maior alta porcentual desde novembro, ou cerca de cinco meses e meio. O euro também sobe mais de 1,3% em relação a libra, a 0,8479 por libra, e chegou a subir mais de 3% em relação ao iene. 

Nesta segunda-feira, destaque para as bolsas europeias, com atenção para o francês CAC 40, que dispara 4,35%, a 5.279 pontos. O alemão DAX avança 2,91%, o FTSE tem alta de 1,83% e o FTSE MIB registra ganhos de 3,84%. 

“O mercado vai comemorar hoje, mas ela [Le Pen] não está fora”, afirmou Quincy Krosby, estrategista de mercado da Prudential Financial, para a CNBC. “As pesquisas fizeram a coisa certa dessa vez, mas não sabemos se estarão errados no segundo turno.”

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“Há alguma chance de que as pesquisas estejam superestimando o apoio da Macron”, disse Krishna Guha, vice-presidente da Evercore ISI, em nota no domingo. “Mas, de qualquer forma, o pior resultado seria uma disputa  entre Le Pen e Mélenchon”, aponta, destacando ainda que Macron conta com o benefício de ser a segunda escolha dos candidatos do “mainstream”.

Vale destacar que, segundo as pesquisas de opinião, Macron sairia vencedor. Ele receberia 62% dos votos contra 38% de Le Pen, segundo o instituto Ipsos.

 

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.