Kit Selic e mais 10 ações para ficar de olho no início do pregão

Veja o que de mais essencial você precisa saber antes de começar a operar nesta quinta-feira (12)

Lara Rizério

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SÃO PAULO – A quinta-feira promete ser movimentada para o mercado brasileiro, ainda repercutindo as falas de Donald Trump, mas também reagindo à decisão do Copom, que reduziu a Selic em 0,75 ponto percentual, a 13% ao ano, o que deve impactar o mercado de juros futuros. Confira os destaques desta quinta-feira (12):

1. Ações para monitorar
Kit Selic: Diferentes grupos de ações tradicionalmente reagem de maneira positiva ao corte da taxa básica de juros. Entre elas estão imobiliárias, varejistas, construtoras, concessionárias, administradoras de shopping centers, companhias endividadas e pagadoras de dividendos e o papel da própria BM&FBovespa (BVMF3). Veja como cada papel é afetado pela redução de juros, clicando aqui.
Bradesco (BBDC4): O Bradesco anunciou a redução das taxas de juros de linhas de crédito para pessoas físicas e para empresas, após o corte de 75 pontos-base da Selic para 13% ao ano. Para pessoa físicas, o banco reduziu a taxa mínima mensal do crédito pessoal de 2,84% para 2,78% ao mês, e a máxima de 7,78% para 7,72%. A taxa máxima do cheque especial passou de 13,55% para 13,49% ao mês.
Banco do Brasil (BBAS3): O Banco do Brasil também anunciou diminuição dos juros cobrados na maior parte das linhas que oferece, sendo que em cinco delas a queda foi maior do que os 75 pontos-base de redução da Selic. As novas taxas entram em vigor a partir da próxima segunda. Além disso, o jornal Folha de S.Paulo informa que o banco vai liderar um consórcio de bancos para fazer novos empréstimos ao governo do Rio com garantias do Tesouro. Caixa e Bradesco farão parte do grupo, que pode contar com mais instituições privadas.
Vale (VALE3; VALE5): A Renaissance Capital elevou a recomendação da Vale de underperform (desempanho abaixo da média do mercado) para market perform (desempenho em linha com a média do mercado), elevando o preço-alvo dos ADRs (American Depositary Receipts) de US$ 9,30 para US$ 9,40. Além disso, foi estendido até 19 de janeiro o prazo para que a companhia e a BHP Biliton depositem o valor de R$ 1,2 bilhão determinado pela Justiça para a reparação dos danos socioambientais decorrentes do rompimento da barragem da Samarco, em Mariana (MG).
Ultrapar (UGPA3): O Santander rebaixou a recomendação para as ações da Ultrapar de compra para manutenção, com o preço-alvo para 2017 passando de R$ 78,00 para R$ 75,60. 
Petrobras (PETR3; PETR4): A estatal pode começar do zero a licitação da unidade de processamento de gás natural do Comperj (Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro), apesar de já ter efetuado pagamento de R$ 500 milhões por ela. As informações foram dadas pelo jornal O Estado de S. Paulo.
JBS (JBSS3): A processadora de carnes está prestes a desbancar a concorrente BRF (BRFS3) e se tornar fornecedora exclusiva de hambúrguer ao McDonald’s no Brasil. Conforme conta reportagem do jornal Valor Econômico, o contrato de R$ 350 milhões ainda não foi assinado, mas as tratativas estariam avançadas.
Fibria (FIBR3): A Fibria Overseas Finance precificou na quarta-feira a emissão no mercado internacional de US$ 700 milhões em Notes com vencimento em 10 anos e cupom de 5,50% a.a., segundo comunicado. A liquidação da operação está prevista para ocorrer em 17 de janeiro, com vencimento em janeiro de 2027.
BR Malls (BRML3): A BR Malls informou que o diretor presidente Carlos Medeiros Silva Neto renunciou a assento no conselho em nome de melhores práticas de governança. O Santander vê a BR Malls tomando “mais um passo positivo” ao melhorar governança e espera reação positiva do mercado, com ação “também ajudada pelo corte maior que esperado de 75 pontos-base na Selic”.
CCR (CCRO3): Segundo o Credit Suisse, a CCR apresentou performance abaixo do mercado nesta quarta-feira (11), caindo 3,53% depois que a Folha publicou reportagem dizendo que a ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres) arquivou o processo que discutia a extensão do contrato da NovaDutra e por causa disso, a concessão seria relicitada em 2021.

2. Bolsas mundiais
A primeira entrevista coletiva do presidente eleito dos EUA Donald Trump segue repercutindo no mercado. Em destaque, o dólar cai contra a maioria das principais moedas, enquanto as ações europeias e S&P futuro recuam, após a fala do republicano na últimaa quarta frustrar expectativas sobre estímulos fiscais ou investimentos em infraestrutura. 

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Os mercados estão desapontados pela fala de detalhes sobre o muito propalado plano de estímulos”, disse Michael McCarthy, estrategista da CMC Markets. 

Na Ásia, o japonês Nikkei foi o destaque de baixa com queda de mais de 1% em meio à alta do iene. Já os principais índices acionários da China recuaram pela terceira sessão consecutiva, com os investidores mantendo a cautela antes do feriado do Ano Novo Lunar e com as empresas menores nas mínimas de 10 meses. Já o índice MSCI avançava depois que Trump deixou de mencionar possíveis tarifas contra as exportações chinesas em entrevista na quarta-feira, um alívio para os mercados asiáticos que temiam o início de uma guerra comercial global.

No mercado de commodities, o petróleo tem leve alta após disparar ontem 2,8% com processamento recorde por refinarias nos EUA e cortes da Opep. Já o cobre e níquel têm altas expressivas, enquanto o minério de ferro estende alta na China com esforços de corte de produção.

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Às 08h02, este era o desempenho dos principais índices:

* FTSE 100 (Reino Unido) -0,21%

* CAC-40 (França) -0,41%

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*DAX (Alemanha) -0,54%

* Xangai (China) -0,55% (fechado)

*Hang Seng (Hong Kong) -0,46% (fechado)

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* Nikkei (Japão) -1,19% (fechado)

*Petróleo brent +0,78%, a US$ 55,53 o barril

3. Agenda de indicadores
No âmbito doméstico, os destaques ficam com o resultado de novembro do setor de serviços, às 9h, o leilão de LTN e LFT do Tesouro Nacional, às 11h, e o relatório Prisma Fiscal, do Ministério da Fazenda, com as expectativas do mercado sobre as variáveis fiscais, sem horário definido.

Nos Estados Unidos, as atenções se voltam para os pedidos de auxílio desemprego, às 11h30, e para o discurso da presidente do Fed, Janet Yellen, às 22h, e falas dos presidentes regionais do Fed: Patrick Harker, da Filadélfia, às 11h30; Charles Evans, de Chicago, também às 11h30; Dennis Lockhart, de Atlanta, às 15h30; e James Bullard, de Saint Louis, às 16h15.

4. Reação à Selic
O mercado digere nesta quinta-feira, a decisão do Copom (Comitê de Política Monetária) de cortar a Selic em 75 pontos-base, a 13% ao ano, que foi anunciada na noite desta quarta-feira (11). Após a decisão, economistas já começam a projetar a próxima reunião: embora uma repetição do 0,75 p.p. seja o cenário mais aguardado, há quem não descarte um corte de 1 p.p. na próxima reunião do dia 22 de fevereiro, o que levaria a taxa a 12% ao ano. Confira análises clicando aqui. 

Confira ainda quais empresas são as mais beneficiadas pela redução dos juros, clicando aqui.

5. Agenda política
Na agenda política e econômica brasileira, o ministro da Fazenda Henrique Meirelles almoça com o presidente do BC, Ilan Goldfajn, às 13h. Antes, às 12h, ele se reúne com a estrategista-chefe para o Brasil do JPMorgan, Emy Shayo Cherman.

Vale destacar que, na noite de ontem, Meirelles participou de encontro com o presidente do BB Paulo Caffarelli e com o governo do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão. Ele afirmou que o acordo de recuperação fiscal do Rio de Janeiro não vai envolver recursos do Tesouro, mas não descartou a participação de bancos públicos. “O governo em si não vai conceder novos empréstimos, mas é possível que se estruturem operações com entidades financeiras”, afirmou Meirelles. Questionado pela imprensa sobre eventual concessão de recursos pelo Banco do Brasil, o ministro afirmou que isso será analisado. Segundo o Tesouro, qualquer repasse do BB precisa do aval do próprio Tesouro.

Já o presidente Michel Temer se reúne com o governo do Espírito Santo Paulo Hartung às 10h30 e embarca para São Paulo às 13h30. Às 16h, ele participa de inauguração de escola em Praia Grande (SP).  

(Com Reuters, Bloomberg e Agência Estado)

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.