Vale, Petrobras e siderúrgicas caem até 5%; Marcopolo dispara 6% com aposta de “bilionário anônimo”

Confira os destaques da Bovespa na sessão desta quinta-feira (22)

Paula Barra

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SÃO PAULO – O Ibovespa teve sua primeira queda nesta quinta-feira (22), após dois pregões de leves ganhos, puxado pelas commodities e em dia marcado pela falta de liquidez no mercado com a proximidade das festas de fim de ano. Já o dólar comercial caiu pelo 4° pregão e fechou abaixo dos R$ 3,30. 

Contribuíram para a queda do índice as ações da Vale e Bradespar – holding que detém participação na mineradora -, após derrocada dos preços do minério de ferro. Acompanharam o movimento as ações das siderúrgicas. A Petrobras também caiu forte, apesar da alta dos preços do petróleo no mercado.   

Confira abaixo os principais destaques de ações da Bovespa nesta quinta-feira:

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Petrobras (PETR3, R$ 16,35, -1,21%;PETR4, R$ 14,01, -2,30%)
As ações da Petrobras se descolaram dos preços do petróleo e caíram nesta quinta-feira, seguindo o sentimento de aversão ao risco do mercado doméstico. Lá fora, o contrato futuro do Brent subia 0,94%, a US$ 54,97 o barril, enquanto o WTI avançava 0,65%, a US$ 52,83 o barril. 

A Petrobras reagiu também ao anúncio, feito ontem à noite, de um acordo estimado em US$ 2,2 bilhões com a petroleira francesa Total, que envolve cessão de direitos em áreas no pré-sal, compartilhamento de terminal de regaseificação, transferência de fatias em térmicas, entre outros negócios.

O montante inclui entrada de caixa de 1,6 bilhão de dólares após conclusão da operação, o que deve demorar cerca de 60 dias, além de pagamentos contingentes e um carrego de investimentos no desenvolvimento da produção de ativos comuns às duas empresas.

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O acordo foi avaliado positivamente por analistas de mercado. Segundo o Santander, a materialização do acordo coloca a Petrobras perto de suas metas importantes de desinvestimento e desalavancagem, além de ajudar a reduzir investimentos futuros em capex. Já o Bradesco BBI avalia que o acordo seja o primeiro de vários outros nas atividades de transporte e distribuição de produtos. Já o Itaú BBA aponta que, mesmo se a Petrobras não cumprir o guidance de desinvestimento, “o que acreditamos ser possível, dada a proximidade do encerramento do exercício, consideramos que a administração foi bem-sucedida no programa de venda de ativos”. 

Hypermarcas (HYPE3, R$ 24,21, -1,51%)
As ações da Hypermarcas viraram para queda, após alta de 5,04% na máxima do dia, a R$ 25,82, após a notícia de que a companhia decidiu vender a divisão de fraldas para a belga Ontex por cerca de 1 bilhão de reais em dinheiro, conforme disse uma fonte para a Reuters com conhecimento da operação.

A Ontex confirmou nesta quinta-feira que as conversas para possível aquisição dos negócios estão em estágio avançado, mas ressaltou não haver garantias de que a transação vai se materializar.

De acordo com a fonte, que pediu o anonimato porque os termos do negócio permanecem confidenciais, o anúncio de venda pode sair ainda nesta quinta-feira. Um executivo de relações públicas da Hypermarcas não comentou imediatamente o assunto. Segundo o Credit Suisse, se a transação ocorrer, seria uma surpresa positiva para o mercado já que não havia um timing claro para a transação. 

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Vale (VALE3, R$ 25,38, -4,15%; VALE5, R$ 21,78, -5,18%)
As ações da Vale e Bradespar (BRAP4, R$ 14,32, -4,21%) – holding que detém participação da Vale – afundaram nesta quinta-feira, seguindo o movimento do minério de ferro. A commodity negociada em Qingdao fechou em baixa de 4%, a US$ 76,19 a tonelada métrica.  

Acompanharam o movimento as ações das siderúrgicas, com Metalúrgica Gerdau (GOAU4, R$ 4,51, -4,04%), Gerdau (GGBR4, R$ 10,32, -4,27%), CSN (CSNA3, R$ 9,60, -2,34%) e Usiminas (USIM5, R$ 3,96, -1,98%). 

PetroRio (PRIO3, R$ 22,06, +16,97%)
As ações da PetroRio dispararam até 21,63%, a R$ 22,94, após a companhia fechou a aquisição, por meio de uma de suas subsidiárias, dos 23,19% detidos pelo Goldman Sachs na Brasoil, companhia holding que detém indiretamente participação de 10% sobre os direitos e obrigações do contrato de concessão do Campo de Manati, que, por sua vez, produz atualmente 4,1 milhões de metros cúbicos de gás natural por dia. Com a notícia, o volume financeiro movimentado com as ações da petrolífera atingiu R$ 1,55 milhão, contra média diária de R$ 326,8 mil nos últimos 21 pregões.

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Além da participação no Campo de Manati, outros ativos relevantes da Brasoil incluem a participação indireta de 100% nas concessões do Campo de Pirapema. 

Klabin (KLBN11, R$ 16,54, -4,17%)
As ações da Klabin registraram baixa: os analistas do Itaú BBA rebaixaram a recomendação para as units de outperform para marketperform e mantiveram o preço-alvo de R$ 20,00 para os ativos para 2017. Segundo eles, a ação é uma “história para 2018” apontando que, apesar do momentum fraco no curto prazo, a empresa continua a ter uma boa perspectiva no médio prazo. Fibria (FIBR3, R$ 30,31, -1,65%) e Suzano (SUZB5, R$ 13,38, -1,18%) registram baixa, mas menos expressiva. 

PDG Realty  (PDGR3, R$ 1,27, -1,55%)
A PDG teve leve queda nesta sessão. 
De acordo com fontes ouvidas pelo jornal O Estado de S. Paulo, a PDG vai entrar com pedido de recuperação judicial em janeiro. Com dívida total estimada em cerca de R$ 7,5 bilhões, a necessidade do pedido de proteção da Justiça contra credores ficou mais evidente depois de a companhia informar ao mercado, na noite de terça-feira, que não vai pagar juros relativos a debêntures (títulos de dívida) emitidas.

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Gol (GOLL4, R$ 3,85, -4,94%)
As ações da Gol caíram forte, entre corte de recomendação pelo Itaú BBA e revisão para baixo do preço-alvo pelo Bank of American Merrill Lynch. 

O Itaú BBA cortou a recomendação da companhia para market perform (desempenho em linha com a média) e introduziu novo preço-alvo para 2017 de R$ 4,50 por ação, contra R$ 5,50 para 2016. Os analistas comentam que aumentaram as incertezas sobre o dólar que, juntamente com desafios com a geração de caixa que a empresa empresa, podem tornar o case de investimentos na empresa mais binário. 

Além disso, o BofA manteve a recomendação da empresa em neutra, mas revisou para baixo o preço-alvo de R$ 27,00 para R$ 22,00, em meio à redução de expectativa na margem da empresa – de 7,6% para 7% – para 2017.

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Marcopolo (POMO4, R$ 2,64, +5,60%)
As ações da Marcopolo dispararam 5,20%, a R$ 2,63, na máxima do dia, após o “bilionário anônimo” Luiz Alves Paes de Barros, que administra o fundo Alaska’s Black Master, de melhor desempenho no Brasil, apontar os papéis da Marcopolo, assim de Braskem, Marcopolo e Vale, como os de sua preferência hoje, segundo uma reportagem da Bloomberg. O motivo? “O mercado esqueceu esses papéis”, disse (confira a entrevista clicando aqui). 

Odontoprev (ODPV3, R$ 12,51, +2,29%)
As ações da Odontoprev dispararam pelo 3° dia, após terem sido elevadas pelo Santander. O banco revisou a recomendação dos papéis de underperform (desempenho abaixo da média) para manutenção, citando queda excessiva nos preços das ações após fracos resultados no 3° trimestre. Em 3 pregões, as ações da Odontoprev disparam 10%.  

Cielo (CIEL3, R$ 28,20, +0,36%)
As ações da Cielo tiveram leve alta, de olho no anúncio do governo sobre as medidas sobre cartões. Em entrevista coletiva, o presidente Michel Temer 
afirmou que a redução dos juros do cartão de crédito que, no primeiro semestre de 2017, devem recuar em 50%. A primeira hipótese é de redução de mais da metade dos juros nos primeiros 30 dias. Segundo o presidente, 30 dias após, haverá um parcelamento, com juros mais baixos para o chamado pagamento rotativo.