De olho nos dividendos, Barsi conta como garantiu a compra de duas ações este ano que já rendem 150% na Bolsa

Em seu recente artigo, o megainvestidor explica como seu processo de investimentos, focado em dividendos, garantiu compras bem sucedidas este ano, como das ações da Vale e Banco do Brasil

Paula Barra

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SÃO PAULO – Em seu mais recente artigo publicado no site Suno Research, Luiz Barsi Filho, um dos maiores investidores pessoas físicas da BM&FBovespa, traz novas dicas para quem quer iniciar uma carteira de longo prazo na Bolsa. A coluna, divulgada semanalmente, tem como intuito orientar o investidor baseado no que deu certo para Barsi ao longo de décadas de investimentos.

Nesse artigo, ele destrincha sobre seu processo de investimentos em ações, citando dois cases de sucesso em sua carteira este ano. Os exemplos em questão foram as ações do Banco do Brasil e Vale, que ele começou a comprar em períodos distintos na Bovespa este ano, mas renderam de 100% a 150% até novembro. 

O processo, explica Barsi, é o que ele vem seguindo ao longo de anos de investimentos na Bolsa: a busca por boas empresas, que sejam grandes pagadoras de dividendos, e o reinvestimento desses proventos na compra de novas ações. Conforme o papel for se valorizando, o investidor vai em busca de uma nova oportunidade na Bolsa, mas sem necessariamente vender a ação que comprava antes.

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Dos exemplos citados no texto – BB e Vale -, Barsi comenta que já não compra mais nenhuma dessas ações. “Uma nova oportunidade melhor surgiu na Bolsa”, ressalta o megainvestidor, que a revelará em seu próximo artigo para o site Suno Research.

Confira abaixo a íntegra do último artigo da série “Ações Garantem o Futuro”, de Luiz Barsi:

Na coluna da semana passada, uma sugestão que foi feita àqueles que pretendem investir em ações com a perspectiva de construir uma carteira previdenciária foi a de comprar ações de apenas uma empresa em determinado momento.

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Conforme esta ação se valorize e outras oportunidades de investimento apareçam, o investidor passa a comprar ações de uma nova empresa, sem necessariamente vender a ação que comprava antes.

Conforme o investidor conseguir economizar no seu orçamento mensal e reaplicar os dividendos para comprar mais ações, a carteira passa a ganhar um tamanho respeitável ao longo do tempo.

Dessa forma, o investidor passará a ter receitas de dividendos oriundas de empresas diferentes e expostas a diversos setores da economia. Ou seja, sua renda não será dependente de apenas uma atividade econômica.

Ao longo de 2016 comprei e recomendei aqueles que são meus clientes ações de duas empresas diferentes. Em janeiro de 2016, escrevi um e-mail sobre o Banco do Brasil e enviei para amigos que se interessam por ações.

O site InfoMoney na época fez uma matéria comentando (o conteúdo pode ser visto através deste link). Suas ações eram negociadas a entre de R$12,00 e R$13,00.

O racional por trás deste investimento eram os volumosos dividendos que o Banco do Brasil pagava aos seus acionistas, na casa de 15% ao ano – patamar bastante elevado.

A tabela abaixo foi enviada no e-mail que escrevi. De 2008 a 2015, a empresa havia pagado como dividendo aos seus acionistas valor superior às cotações da época.

Tabela Barsi 

Curiosamente, dias depois o Banco anunciou que cortaria os dividendos que pagaria no futuro. Diversos investidores viram esse movimento como positivo, pois os dividendos retidos fortaleceriam o balanço do Banco em um momento de incertezas econômicas. 

Nos meses seguintes, o impeachment passou no Congresso, e o novo governo passou a trabalhar para que a imagem sobre a governança do Banco fosse fortalecida.

Como consequência as ações mais do que dobraram desde então, e seguem negociadas a R$ 26,00 no momento em que escrevo. 

Por volta de abril, as ações do Banco do Brasil haviam se valorizado e já negociavam por cerca de R$ 20,00. E, paralelamente, outra oportunidade surgiu. A compra de ações do Banco do Brasil foram paralisadas e os recursos dos dividendos da carteira foram direcionados a essa nova oportunidade, mas sem vender as ações do banco.

Essa oportunidade eram as ações da mineradora Vale. O site InfoMoney também fez matéria na época (o conteúdo pode ser visto aqui).

Novamente, o pagamento de dividendos foi um fator importante na decisão. Nos oito anos anteriores, a Vale havia pagado aos seus acionistas cerca de R$ 13,00 em dividendos. As ações da Vale negociavam numa banda entre R$ 10,00 e R$ 12,00. Além disso, a Vale está ampliando a sua produção de minério de ferro em Carajás, um projeto muito competitivo e com ótima qualidade do minério, que deve ampliar a capacidade de gerar lucros para a empresa.

Atualmente, as ações da Vale estão negociando a R$25,00. Quem comprou em abril dobrou seu capital.

Obviamente, esses foram casos de sucesso muito forte. Não é comum ter rentabilidade tão elevada em pouco tempo. 

O ano de 2016 foi um ano muito bom para os investimentos em bolsa, nem todos os anos são assim.

Mesmo assim as ações do Banco do Brasil e da Vale valorizaram-se acima da média de mercado.

Obviamente, não só de histórias de vitórias vive o investidor. Também existem histórias de insucessos que também serão tratadas no futuro nesse espaço. 

Analisar os casos de fracasso com autocritica é uma das melhores maneiras de evoluir e se possível evitar estes erros no futuro.

Neste momento, eu não estou comprando mais nenhuma dessas duas ações, pois existe uma nova oportunidade melhor de investimento.

Na semana que vem, o artigo irá tratar desta empresa. Desde já, peço que não encarem como uma recomendação. O intuito é orientar aos leitores a maneira como deve ser feita a análise de uma empresa e o processo de investimento em uma ação.