Mercados mundiais têm dia de pânico após vitória de Trump; ETF brasileiro desaba 4%

Trump foi eleito presidente nos EUA e mercados reagem com fortes quedas

Paula Barra

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SÃO PAULO – Os mercados registram um dia de forte queda após a vitória surpreendente de Donald Trump na presidência dos EUA. O S&P futuro chegou a atingir um limite de baixa de 5%, mas ameniza as quedas e durante a sessão. 

O índice acionário de emergentes do MSCI chegou a recuar 3,25%, atingindo o nível mais baixo em pouco mais de três meses. O ETF (Exchange Traded Fund) EWZ, que representa os papéis com maior peso no Ibovespa, cai 4%. 

Em seu primeiro discurso, o presidente eleito adotou um tom mais ameno do que o da campanha, afirmando que será o “presidente de todos”. “Trabalhando juntos, vamos começar a tarefa urgente de reunir nossa nação”, afirmou “É isso que quero fazer agora por nosso país”, acrescentou. Trump falou no Hotel Hilton em Nova York minutos após ser declarado eleito.

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As bolsas da China fecharam em baixa nesta quarta-feira antes do resultado do pleito, diante das preocupações com uma vitória de Trump na eleição presidencial. O índice CSI300, que reúne as maiores companhias listadas em Xangai e Shenzhen, caiu 0,52% e o índice de Xangai teve queda de 0,61%, para 3.128 pontos. O japonês Nikkei fechou em queda de 5,36%, enquanto Hang Seng teve baixa de 1,61%.

O Ministério japonês de Finanças, o Banco do Japão (BoJ) e a Agência de Serviços Financeiros (FSA) se reunirão hoje para estudar uma resposta para recuperar a estabilidade do mercado.

Trump teve vitórias surpreendentes sobre Hillary em estados-chave, o que abalou os mercados globais que contavam com uma vitória da democrata. Hillary ligou para Trump para admitir a derrota e parabenizá-lo pela vitória. 

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O peso mexicano, ativo prejudicado pelo discurso de Trump crítico aos imigrantes e ao livre-comércio, chegou a cair 12% e agora recua 8%. O temor é que a chegada de Trump ao poder dê fim ao acordo de livre-comércio com o país.

O contrato futuro do VIX (VIXX6), considerado o “índice do medo”, chegou a disparar 42,35%, a 22,70, mas diminuiu os ganhos e agora sobe 11,74%, a 17,85. O VIX negocia a volatilidade das 500 ações mais negociadas na Bolsa de Nova York e tende a disparar em momentos de turbulência nos mercados financeiros.  

“É uma hecatombe nos mercados”, afirmou Craig Erlam, analista de Oanda, para a agência AFP. “Pela segunda vez este ano, parece que os mercados fizeram prognósticos equivocados. Em junho, apostaram na permanência do Reino Unido na União Europeia, desta vez contavam com (….) a vitória de Clinton”.

O FTSE, de Londres chegou 4,44% no mercado futuro, mas os índices europeus abriram em queda mais fraca, mas ainda muito expressiva.  A Bolsa de Valores de Milão abriu em forte baixa de 3,47%, batendo apenas 16.230 pontos, com uma grande queda nas ações de bancos, como o MPS, que caiu 11,4%.

O mesmo acontece nos mercados de Paris, com queda de 2,8%, Londres, com queda de 1,6%, e Frankfurt, com baixa de 2,9%, na abertura dos negócios. A maior baixa é sentida em Madri, com a bolsa despencando 3,82%. Segundo analistas, a previsão é que o mercado se mantenha no vermelho durante todo o dia.

O ouro, normalmente procurado em cenários de forte aversão ao risco, subia 3,62%, a US$ 1.307 a onça. O mercado tinha maior temor uma perspectiva de eleição de Donald Trump, em geral devido ao discurso protecionista e incertezas sobre muitas das posições do candidato. Já eventual eleição de Hillary, que era esperada pelo mercado até ontem, traria alívio por representar o status quo.