Ibovespa Futuro sobe e dólar cai em dia D para Dilma; PIB no Brasil e ADP nos EUA não surpreendem

IBGE divulgou dado um pouco pior do que o esperado para a economia brasileira, enquanto EUA divulgaram ADP levemente acima do esperado

Lara Rizério

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SÃO PAULO – O Ibovespa Futuro registra leves ganhos nesta quarta-feira (31), em dia em que deve se confirmar o impeachment de Dilma Rousseff. O mercado fica de olho na sessão do Senado, mas também repercute os dados do PIB do segundo trimestre, que vieram um pouco abaixo do segundo trimestre.

O IBGE divulgou que a atividade econômica registrou queda de 0,6% na comparação com os primeiros três meses de 2016, ante expectativa de queda de 0,5%, totalizando R$ 1,5 trilhão. Na comparação anual, a queda é de 3,8%, ante estimativa de 3,7%. O mercado fica ainda na decisão do Copom, que deve manter a taxa de juros em 14,25% ao ano e para os dados de emprego dos EUA. Com isso, o contrato do Ibovespa Futuro com vencimento em outubro registra alta de 0,32%, a 59.645 pontos, enquanto o dólar futuro com vencimento em setembro tem queda de 0,40%, a R$ 3,230, em dia de leilão de linha do BC. 

Após cinco dias de sessões, esta quarta marcará o fim do julgamento da presidente afastada Dilma Rousseff. A sessão começará hoje às 11h (horário de Brasília) com a leitura de um relatório produzido pelo presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Ricardo Lewandowski, seguido pelos discursos de dois senadores pela defesa de Dilma e dois pela defesa do impeachment, cada um pelo tempo de cinco minutos. Em seguida ocorrerá a votação, que será feita via painel eletrônico. Os placares de dois jornais – Folha de S. Paulo e O Estado de S. Paulo – apontam ao menos 54 votos “sim”, que são suficientes para que Dilma deixe definitivamente o cargo de presidente. 

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Já no noticiário internacional, vale destacar o ADP de agosto que foi levemente acima do esperado em agosto, com a criação de 177 mil novas vagas, ante expectativa de criação de 175 mil vagas. O dia é de leve queda para os mercados mundiais, com os mercados também voltando a sua atenção para a fala dos  dirigentes do Fed de Boston Eric Rosengren, de Chicago Charles Evans e de Mineapolis Neel Kashkari, que podem dar sinais sobre os próximos passos da política de juros nos EUA. Rosengren, que já se pronunciou, adotou um tom mais “hawkish” em sua fala, ao dizer que o Fed deve atingir suas metas de inflação e emprego em breve e, com isso, deve considerar que altas das taxas de juros mais rápidas que podem conter os riscos à economia.

Nos EUA, atenção ainda para os dados de estoques de petróleo a serem divulgados às 11h30. A expectativa é de alta de 825 mil barris. 

Já no noticiário corporativo, em destaque, o jornal O Globo destacou que o grupo Ultrapar (UGPA3), candidato à compra da BR Distribuidora, também tem interesse na Braskem (BRKM5), controlada pela Odebrecht. Porém, a compra da fatia da Odebrecht estaria condicionada à permanência da Petrobras (PETR3;PETR4) como sócia da petroquímica.

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Além disso, a Petrobras negocia a obtenção de mais financiamentos junto a instituições financeiras da China, disseram fontes aoValor Econômico, e as discussões poderão se acelerar esta semana com a presença de uma importante delegação brasileira naquele país. Depois do contrato de financiamento de US$ 1 bilhão junto ao Eximbank da China, outras operações continuam em negociação. 


Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.