5 ações vão de alta de 4% até queda de 9% após resultados; veja as análises

SÃO PAULO – Diversas empresas já divulgaram seus resultados e reagem na Bolsa, e nesta quarta-feira (27) mais cinco companhias foram impactadas pelos seus números do segundo trimestre deste ano divulgados entre a noite de ontem e esta manhã.

Não só os números em si, mas a forma como o mercado interpreta os balanços é o que tem maior impacto nas ações. O InfoMoney compilou as principais informações e análises referentes aos últimos resultados, envolvendo desde a small cap Weg até a blue chip Telefônica. Confira abaixo o que de mais importante o investidor precisa saber sobre os principais resultados de ontem e hoje:

Telefônica
O resultado: A Telefônica Brasil, grupo de telecomunicações que opera sob a marca Vivo, viu seu lucro líquido cair 23,2% entre o 2º trimestre de 2015 e de 2016, para R$ 699,5 milhões. A queda foi atribuída a um evento não recorrente de 2015, quando a empresa comprou a GVT e fez um aumento de capital de R$ 16,1 bilhões – sem isso, lucro teria ficado estável. Já a geração de caixa medida pelo Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização, na sigla em inglês) cresceu 3,7% na mesma base comparativa, para R$ 3,2 bilhões.

As análises: Em relatório, o Santander ressaltou que os dados operacionais foram “sólidos e em grande parte em linha” com expectativas. Dois aspectos foram positivos: geração de fluxo de caixa livre e significativa sinergia alcançada. Já o Credit Suisse elevou o preço-alvo para as ações de R$ 46 para R$ 54, mantendo a recomendação neutra para os ativos. “O aumento do guidance de sinergias em 46% deve ser bem visto pelo mercado”, destacam os analistas do banco.

Desempenho das ações: Os papéis VIVT4 registraram ganhos de 2,50%, aos R$ 47,96, após chegarem a subir 2,63% na máxima do dia, para R$ 47,97. O volume financeiro foi quase o dobor da média de 21 dias e atingiu R$ 154,81 milhões.

A teleconferência: O presidente da companhia, Amos Genish, disse que espera elevar ligeiramente os gastos em capex no Brasil no segundo semestre, mas mesmo assim a projeção é de queda de até 20% nos investimentos neste ano, em comparação aos R$ 8,32 bilhões registrados em 2015. Sobre a aquisição da GVT, feita em maio de 2015, a Telefônica elevou a projeção de sinergias de R$ 14 bilhões, na fase de avaliação do negócio, para R$ 22 bilhões.

Santander
O resultado: O banco encerrou o segundo trimestre com lucro líquido gerencial, que não exclui o ágio da compra do Real, de R$ 1,806 bilhão, crescimento de 7,8% sobre o mesmo período de 2015. A carteira de crédito total ao final de junho estava em R$ 244,284 bilhões, queda de 4% em doze meses e de 1,6% ante março. Já o índice de inadimplência considerando os atrasos acima de 90 dias reduziu 0,1 ponto porcentual ante o primeiro trimestre, para 3,2%, enquanto o ROE (Retorno Sobre Patrimônio Líquido) ficou em 13%, contra uma expectativa compilada pela Bloomberg de 10,6%.

As análises: Para o Credit Suisse, por mais que o resultado pareca bom à primeira vista, olhando mais no detalhe os números foram ruins, com destaque para as provisões e deterioração dos indicadores de inadimplência, sugerindo que o custo de risco aumentou consideravelmente nos últimos trimestres. Eles seguem com recomendação underperform (desempenho abaixo da média) para os ativos. Já o Votorantim destacou que o banco está no caminho certo para melhorar o seu nível de rentabilidade, mas que é difícil justificar um prêmio de 20% P/L (preço sobre lucro) ante o Itaú e o Bradesco.

Desempenho das ações: As ações SANB11 chegaram a subir 2,23% na máxima do dia, para R$ 20,64, mas perderam força e fecharam com perdas de 0,35%, a R$ 20,12, com um volume financeiro de R$ 27,90 milhões – acima da média de R$ 18,13 milhões.

A teleconferência: o presidente do Santander Brasil, Sérgio Rial, afirmou que o banco provavelmente vai competir pelos ativos do Citi “até o final”, dizendo ser que é “provável” que fará uma oferta vinculante pelos ativos à venda. Rial previu que o Santander Brasil tem espaço para continuar elevando margem com crédito e receitas com tarifas no segundo semestre, dado o melhor cenário prospectivo para a economia brasileira.

Via Varejo
O resultado: A empresa teve alta de 888% em seu prejuízo no segundo trimestre, que passou de R$ 9 milhões para R$ 89 milhões em um ano. O Ebitda somou R$ 229 milhões, uma queda de 6,5% na mesma base de comparação, enquanto a receita líquida ficou estável em relação a um ano antes, em R$ 4,33 bilhões.

As análises: Segundo a Votorantim Corretora, o resultado veio mais fraco do que o estimado e eles não veem sinais de melhoras nos próximos trimestres, com as condições macroeconômicas seguindo difíceis. Eles, no entanto, acrescentaram que a recente melhora na confiança pode ajudar a companhia no médio a longo prazo. A corretora segue com recomendação outperform (desempenho acima da média) para os papéis, vendo o múltiplo P/L (Preço sobre Lucro) projetado para 2017, de 10,9 vezes, como “atrativo”. Já o Brasil Plural cortou sua recomendação para “underweight”, com preço-alvo para 2017 em R$ 8,00.

Desempenho das ações: Os papéis VVAR11 ficaram próximos da mínima do dia, quando caíram 9,51%, cotados a R$ 6,95, fechando com perdas de 9,11%, a R$ 6,98. O volume financeiro superou em duas vezes a média de R$ 8,56 milhões e ficou em R$ 17,24 milhões.

A teleconferência: O presidente da Via Varejo, Peter Paul Estermann, disse que o trabalho de união com Cnova deve ser concluído em algumas semanas e que a companhia teve que fazer uma provisão para perdas com investimentos na Cnova no valor de R$ 326 milhões no período, afetando diretamente última linha do balanço. Além disso, ele afirmou que e empresa está mudando o modelo operacional de suas lojas das redes Casas Bahia e Ponto Frio, sem dar maiores detalhes sobre o assunto.

Weg
O resultado: A companhia registrou queda de 2,3% no lucro líquido, para R$ 255 milhões no segundo trimestre, ante estimativa ajustada de R$ 259,5 milhões. A receita líquida teve queda de 0,6% na base anual, para R$ 2,34 bilhões no trimestre, enquanto o Ebitda caiu 7,4% para R$ 326,1 milhões. Já a Margem Ebitda foi de 14% versus 15% no segundo trimestre de 2015.

As análises: Conforme destaca a Votorantim Corretora, os números foram em linha com a expectativa, exceto pelo dado de lucro líquido, que segundo os analistas acabou impactado pela redução dos benefícios com o câmbio.

Desempenho das ações: as ações WEGE3 subiram 4,11%, para R$ 15,20, ficando próximo da sua máxima do dia de R$ 15,27, com alta de 4,59%.

Teleconferência: A companhia realizará sua teleconferência nesta quinta-feira (28), às 11h (horário de Brasília)

Indústrias Romi
O resultado: O prejuízo líquido atribuído aos controladores foi de R$ 4,86 milhões no segundo trimestre, uma melhora ante o resultado negativo de R$ 13,77 milhões de um ano antes. Já a receita líquida subiu 26%, para R$ 150,1 milhões, com o Ebitda passando de um resultado negativo de R$ 8,95 milhões um ano antes para atuais R$ 5,66 milhões positivos.

As análises: William Castro Alves, hedge da Valor Gestora de Recursos, afirma que os números foram fracos, mas dentro do esperado para o cenário ruim que empresa viveu recentemente. Para ele, a empresa teve um resultado operacional satisfatório e dentro do possível. Porém, o mais importante, segundo ele, foi o aumento na carteira de pedidos da empresa. “Isso sem contar que a recuperação da divisão Máquinas Romi ainda não começou. Essa divisão é extremamente importante para a empresa”, afirma.

Desempenho das ações: Após chegarem a subir 5,31% na máxima da sessão, a R$ 2,58, os papéis ROMI3 avançaram 4,08%, cotados a R$ 2,55, com um volume financeiro que superou sua média de R$ 470,78 mil e atingiu R$ 647,62 mil.