Ibovespa não escapa de queda apesar de disparada da Vale; dólar cai com ata do Copom

Mercado volta a mostrar desempenho próximo da estabilidade com perda de força do rali recente

Equipe InfoMoney

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SÃO PAULO – O Ibovespa fechou estável nesta terça-feira (26), com a forte alta da Vale sendo incapaz de ofuscar as quedas de Petrobras e bancos. O desempenho da nossa Bolsa seguiu quase perfeitamente o que fizeram as bolsas norte-americanas, que terminaram entre perdas e ganhos à espera da decisão do Fomc (Federal Open Market Committee), o banco central dos EUA, amanhã. Por aqui, ata da última reunião do Copom (Comitê de Política Monetária), manteve o tom mais “hawkish” (agressivo, no sentido de um combate mais duro à inflação), ressaltando que não há espaço para uma flexibilização monetária.  

O benchmark da bolsa brasileira teve leve queda de 0,16%, a 56.783 pontos. O volume financeiro negociado foi de R$ 6,180 bilhões. 

Já o dólar comercial caiu 0,72% a R$ 3,2697 na compra e a R$ 3,2703 na venda, enquanto o dólar futuro para agosto tem queda de 0,65% a R$ 3,276 no after-market. O principal motivo para a queda foi a expectativa de que a diferença entre os juros praticados no Brasil e lá fora continue alta, já que o Copom não deve cortar a Selic tão cedo, como foi mostrado na ata desta terça. O câmbio praticamente ignorou a intervenção do Banco Central, que colocou todo o lote de 10.000 contratos de swap cambial reverso ofertados entre as 9h30 e as 9h40. 

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No mercado de juros futuros, o DI para janeiro de 2018 avança 3 pontos-base a 12,86%, ao passo que o DI para janeiro de 2021 caía 4 pontos-base a 12,05% também no after-market. A alta foi acelerada após a divulgação da ata do Copom. 

Entre as commodities, o minério de ferro spot com 62% de pureza e entrega no porto de Qingdao subiu 2,15% a US$ 58,08 a tonelada seca. Já o petróleo teve alta de 0,18% a US$ 44,80 o barril do Brent. 

Ata do Copom
Em ata da última reunião do Copom, o comitê disse que há perspectiva de progresso no combate à inflação com queda nas expectativas. O documento, contudo, mostrou que a desinflação ocorre em velocidade aquém da almejada e que alguns membros esperavam uma queda maior nos números do IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo). O texto ressaltou o que já havia dito na ata anterior, de que não há espaço para flexibilizar a política monetária.

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“O Copom concluiu que, tomados em conjunto, o cenário básico e o atual balanço de riscos indicam não haver espaço para flexibilização da política monetária”, informa o Copom. Como destaque, todos os membros do comitê chamaram atenção para a presença de risco externo.

Ipsos
A convocação de novas eleições como alternativa ao impasse político brasileiro continua o cenário preferido dos brasileiros ouvidos pelo instituto de pesquisa Ipsos. Segundo levantamento feito entre os dias 1º e 12 de julho, para 38% o melhor para o Brasil seria que o presidente interino, Michel Temer, convocasse novas eleições, ao passo que para 14% o ideal seria que a presidente afastada Dilma Rousseff voltasse ao poder e convocasse o pleito. No entanto, apenas 20% querem que a petista volte e conclua seu mandato, contra 16% que apoiam a permanência do peemedebista até 2018. 12% dos 1.200 entrevistados em todo o país não souberam ou não quiseram responder. 

Ações em destaque
Com os mercados mundiais repercutindo os resultados ruins da BP, a Petrobras (PETR3, R$ 13,74, -0,15%; PETR4, R$ 11,88, -1,25%) interrompeu o rali recente e registrou baixa.

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Ainda no radar da empresa, ela planeja um Plano de Demissão Voluntária (PDV) para a BR Distribuidora, que será estendido aos funcionários de todas as subsidiárias colocadas à venda. O plano já foi aprovado pela diretoria executiva, mas ainda depende de aval do conselho de administração. A medida reforça a estratégia da companhia de reduzir seu tamanho.

As maiores baixas, dentre as ações que compõem o Índice Bovespa, foram:

 Cód. Ativo Cot R$ % Dia % Ano
 SUZB5 SUZANO PAPELPNA 10,51 -2,69 -42,54
 RADL3 RAIADROGASILON 62,32 -2,59 +76,57
 SMLE3 SMILES ON 52,89 -2,06 +63,11
 SBSP3 SABESP ON 30,84 -1,88 +64,45
 KROT3 KROTON ON 14,55 -1,76 +53,29

Dentro do setor mais pesado no Ibovespa, o financeiro, bancos grandes fecharam entre perdas e ganhos. Itaú Unibanco (ITUB4, R$ 33,42, -1,27%), Bradesco (BBDC3, R$ 29,40, -0,34%; BBDC4, R$ 28,68, -0,80%) e Banco do Brasil (BBAS3, R$ 21,44, +0,66%) mostraram desempenho errático. Juntas, as quatro ações respondem por pouco mais de 20% da participação na carteira teórica do nosso benchmark.

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As maiores altas, dentre os papéis que compõem o Índice Bovespa, foram:

 Cód. Ativo Cot R$ % Dia % Ano
 USIM5 USIMINAS PNA 3,04 +5,92 +96,13
 VALE3 VALE ON 18,42 +5,74 +41,37
 VALE5 VALE PNA 14,59 +4,29 +42,34
 BRAP4 BRADESPAR PN 10,74 +4,17 +115,23
 TIMP3 TIM PART S/AON 8,25 +3,77 +23,48

A Vale (VALE3, R$ 18,50, +5,74%; VALE5, R$ 14,59, +4,29%) registrou fortes ganhos beneficiada pela alta do minério de ferro. A commodity spot com 62% de pureza e entrega no porto de Qingdao teve alta de 2,15% a US$ 58,08.

As ações mais negociadas, dentre as que compõem o índice Bovespa, foram :

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 Código Ativo Cot R$ Var % Vol1
 PETR4 PETROBRAS PN 11,88 -1,25 454,13M
 VALE5 VALE PNA 14,59 +4,29 375,58M
 BVMF3 BMFBOVESPA ON 19,08 -0,63 333,31M
 ITUB4 ITAUUNIBANCOPN 33,42 -1,27 242,40M
 BBAS3 BRASIL ON 21,44 +0,66 206,93M
 BBDC4 BRADESCO PN 28,68 -0,80 175,63M
 VALE3 VALE ON 18,42 +5,74 167,87M
 KROT3 KROTON ON 14,55 -1,76 129,61M
 ABEV3 AMBEV S/A ON 19,35 -0,21 128,77M
 CTIP3 CETIP ON 43,26 +0,25 120,45M

* – Lote de mil ações 
1 – Em reais (K – Mil | M – Milhão | B – Bilhão)
 

Transações correntes
O Brasil teve um déficit em conta corrente de US$ 2,479 bilhões em junho, bem mais do que a estimativa mediana dos economistas, que era de um déficit de US$ 1,39 bilhões no mês passado. As transações correntes do País incluem balança comercial, investimentos estrangeiros e remessas de moeda. O investimento direto no Brasil foi de US$ 3,917 bilhões, contra US$ 3,85 bilhões esperados. 

Dados dos EUA
Os Estados Unidos divulgaram uma série de dados a partir das 10h. Primeiro foi o S&P/Case-Shiller Home Price, que avalia a trajetória dos preços das casas. A média móvel trimestral ficou em 5,2%, contra 5,4% esperados. Também saíram as vendas de novas moradias, que ficaram em 592 mil, contra uma expectativa de 560 mil vendas. Por fim, os americanos também divulgaram a confiança do consumidor, que teve um recuo bem menor que o esperado para 97,3 pontos em julho, dos 97,4 pontos registrados em junho. A expectativa mediana dos economistas era de queda para 96 pontos. 

Europa
A sessão foi de alta para as bolsas europeias, apesar de quedas pontuais em alguns segmentos. As ações do setor de petróleo e gás lideraram as perdas do continente após a BP revelar queda de 45% no lucro. Entre as moedas, a libra caiu 0,11% ante o dólar após o Financial Times relatar que Martin Weale, membro independente do comitê de política monetária do BoE, mudou de ideia e agora defende estímulo imediato para economia britânica, porque Brexit a abalou mais do que previsto.

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Estímulo japonês
O ministro das Finanças do Japão, Taro Aso, disse que governo ainda tem de decidir sobre tamanho de um pacote de gastos fiscais e o jornal Nikkei relatou que plano incluiria 6 trilhões de ienes (US$ 58 bilhões) em novos gastos; apenas cerca de 2 trilhões de ienes estariam em orçamento suplementar para este ano.