Como ficar exposto a opções que podem explodir 5.000% do dia para noite?

"Vi R$ 0,01 virar mais de R$ 2,00 algumas vezes. Posso dizer que já fiz R$ 150 mil a R$ 200 mil em um dia", diz Luiz Fernando Roxo, economista e sócio da ZenEconomics, que trabalha no mercado há 19 anos

Paula Barra

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SÃO PAULO – Comprar opções no “pó”. Pode parecer loucura, mas Luiz Fernando Roxo, economista e sócio da ZenEconomics, que trabalha no mercado há 19 anos tem convicção que isso funciona. Um dia esses contratos vão explodir e quando isso acontecer você pode ver seu investimento aumentar em 50 vezes, como foi o caso de uma opção do LinkeIn, que em 13 de junho disparou 5.000% com o anúncio que a Microsoft iria comprar a empresa por US$ 26,2 bilhões, enquanto as ações subiram quase 50%. 

Roxo, que começou no mercado financeiro quando tinha 19 anos, passou a adotar essa estratégia desde 2008 e de lá para cá garante que já ganhou grandes fortunas. “Vi R$ 0,01 virar mais de R$ 2,00 algumas vezes. Posso dizer que já fiz R$ 150 mil a R$ 200 mil em um dia”, comenta. 

A trajetória, no entanto, não foi fácil. Até conseguir ter convicção e disciplina para executar essa estratégia, Roxo já levou alguns tombos: três, ele enumera. Em um deles ele precisou sair de ambulância de um restaurante, tamanho estresse gerado com a perda. Mas a experiência e tranquilidade para operar fez a diferença e há 8 anos consegue mais do que sobreviver com isso. 

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Você vai perder um pouco todo mês até que…
Roxo comenta que a estratégia é simples, mas o fundamental é ter a disciplina para operá-la. Isso porque mensalmente você vai precisar aceitar uma perda até que um dia sua opção exploda. “Não pode ser o dinheiro do leite, mas todo o mês você precisa estar posicionado. Um dia essa opção vai explodir e seu dinheiro multiplicar”, disse.

Segundo ele, entender isso é um dos pontos mais importantes de sua estratégia. As pessoas estão acostumadas a correr um risco enorme para ganhar muito pouco, mas têm resistência em aceitar perder todo o mês para depois ter um ganho gigantesco. “Uma hora uma coisa vai sair muito errado ou dar muito certo e essas opções vão explodir”, disse.

Ele confessa que a primeira vez que escutou sobre isso teve resistência em aceitar que poderia fazer sentido. “Eu não tinha disciplina e convicção de que valeria a pena gastar mensalmente”. Foi uma visita a um cliente, em 2004, que ele descobriu que poderia dar certo. “Ele me disse que gastava todo o mês cerca de R$ 100 mil comprando opções de R$ 0,20/R$ 0,30 e que quase sempre perdia, mas uma vez por ano elas davam exercício e ele ganhava uma bolada. E fiquei com isso na minha cabeça”, contou.

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Aos poucos, ele foi elaborando sua própria estratégia, que consiste em comprar opções bem “fora do dinheiro” (isto é, com o preço de exercício bem distante do valor atual de face da ação).

Segundo ele, a estratégia tem dado certo e pelo menos uma vez por ano a opção de R$ 0,01 chegou a no mínimo R$ 1,00. “Ou seja, vamos supor que você gaste todo o mês R$ 0,01 com opção todo o mês . Se você conseguir sair desse contrato a R$ 0,50, que seja, conseguirá recuperar em 38 vezes aquilo que você investiu”, comenta. 

Segundo Roxo, atualmente ele investe principalmente nos Estados Unidos, mercado que possui uma liquidez bem maior e permite operar livremente com uma quantidade grande de contratos, mas quando operava por aqui comprava apenas opções de Petrobras (PETR3; PETR4) e Vale (VALE3; VALE5) – que possuem liquidez maior. 

Como funciona na prática a “estratégia do pozinho”?
Roxo explica sua estratégia usando como referência o mês de julho, que tem o vencimento das opções sobre ações na BM&FBovespa no dia 18 (sempre na terceira segunda-feira do mês). O próximo vencimento será somente dia 15 de agosto, então entre esses dias vou montar minha estratégia, comenta.

“Costumo então dividir minhas entradas em 3 vezes. Até o próximo vencimento [de agosto] teremos 4 semanas pela frente. Então, vamos supor que gaste R$ 300,00 com essa estratégia. A primeira entrada eu faço no dia 18 de julho [dia de vencimento] ou um pouco antes, comprando R$ 100,00 do contrato mais barato que tiver – de R$ 0,01 a R$ 0,02. No dia 25 de julho, eu compro mais R$ 100,00. Se o mercado subir, eu posso comprar o mesmo contrato ou um pouco mais fora do dinheiro. E na semana seguinte, gasto o restante do dinheiro [ou mais R$ 100,00]”, comenta. 

Os contratos que ele compra, no entanto, não ficam “parados” à espera do vencimento. Segundo Roxo, se a opção subir para R$ 0,10 (ou 90%), ele vende 10% da posição que tiver naquele momento. Isto é, se comprou 30.000 contratos a R$ 0,01, gastando R$ 300,00, e a opção subir R$ 0,10, ele vende 3.000 contratos. Se passado mais um tempo e a opção subir para R$ 0,20, ele vai vender mais 10% da posição que restou ou 2.700 contratos.

“Eu chamo de head da alegria. Se subir, eu vendo uma parte, sempre deixando uma fatia para caso a opção exploda, podendo assim me beneficiar dessa brincadeira”, comentou. 

Ele lembra que estratégia passada não garante retorno futuro, mas recomenda que o investidor que decidir adotar esse esquema o siga por pelo menos 24 meses. Segundo ele, esse é um bom prazo para o “teste” dessa estratégia.  “O investidor deve seguir esse ritual por dois anos. Esse é um posicionamento mental adequado, mas não pode ser o dinheiro do leite”, ressalta. 

Roxo recomenda que o investidor coloque 90% do investimento em um lugar totalmente conservador, como em títulos públicos, e os 10% restantes gaste nos “pozinhos” (opções bem fora do dinheiro). “A maioria das pessoas não gosta de fazer isso, mas elas deveriam contrabalancear o dinheiro. Uma boa parte em algo ultraconservador e outra em ativos bem arriscados, mas que tenham um risco assimétrico positivo, como os pozinhos. Foi em uma dessas tacadas que ganhei R$ 200 mil do dia para noite”, finalizou. 

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