Emprego nos EUA pode enterrar alta de juros este ano e mais 4 eventos que agitam a semana

Agenda de indicadores volta a ser o mais importante em semana desprovida de votações mais relevantes no Congresso

Equipe InfoMoney

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SÃO PAULO – O Ibovespa fechou em alta na sexta-feira (1), terminando bem a semana que sucedeu ao “Brexit”. Impulsionando esse desempenho positivo do mercado acionário esteve a especulação dos investidores de que os bancos centrais do mundo todo irão adotar uma política monetária acomodatícia para enfrentar a volatilidade política e econômica causada pela saída do Reino Unido da União Europeia. Na próxima semana, os investidores continuarão olhando de perto as sinalizações dos BCs, mas importantes indicadores devem desviar o foco principalmente no fim da semana. 

O mais importante evento dos próximos dias será o relatório de emprego dos Estados Unidos que será divulgado na próxima sexta-feira (8). De acordo com o economista Mauro Schneider, da MCM Consultores, o mercado deve dar maior importância ao payroll do que à ata do Fomc (Federal Open Market Committee) realmente, porque a ata da última decisão de juros do banco central dos EUA se refere a questões passadas, enquanto o dado de emprego vai detrminar o futuro de qualquer política monetária norte-americana. 

“É possível que esse relatório de emprego enterre de vez a possibilidade de uma alta de juros este ano, porque além do dado fraco de maio, pesa o ambiente externo por causa do “Brexit””, explica. Contudo, o reverso disso também é possível, segundo ele, porque os investidores estão bastante divididos entre os que apostam em uma elevação este ano e os que imaginam que as taxas só subirão em 2017. Então, um número muito positivo pode reacender as expectativas de alta das fed funds rates no fim do ano. 

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Enquanto o mundo se preocupa com os dados dos EUA, o Brasil deverá olhar também os indicadores internos, em uma semana vazia de votações importantes no Congresso. O IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) deve ter algum impacto no mercado, principalmente nos contratos futuros de DI. “É um elemento importante para juros porque o mercado teve nos últimos dias uma influência forte do RTI (Relatório Trimestral de Inflação) e da fala do Ilan Goldfajn, mas obviamente a curva não se mexe só pelas sinalizações de política monetária, mas também para indicadores de inflação”, afirma.

A seguir, os destaques da agenda econômica semanal:

IPCA (Brasil)
Aqui no Brasil, o principal dado da semana é o IPCA de junho que sai na sexta. O dado pode ser o mais importante para balizar as próximas decisões do Copom (Comitê de Política Monetária). Segundo as projeções da LCA Consultores, o índice deve ter um crescimento de 0,36% na comparação mensal, após ter avançado 0,78% em maio. Em 12 meses, o acumulado da inflação deve chegar a 8,9%. O IPCA será divulgado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) às 9h (horário de Brasília).

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Ata do Fomc (EUA)
A lista de indicadores importantes na semana que vem também traz o a ata do Fomc, que será divulgada às 15h00 da quarta-feira (6). Apesar de importante, o documento deve trazer indicações defasadas, visto que a última reunião do Fomc se deu antes dos britânicos votarem a favor de uma saída da UE, fato que mudou toda a conjuntura macroeconômica global.  

Ata do BCE (Europa)
Na mesma linha, o Banco Central Europeu publica a ata da sua última decisão de juros. De acordo com Mauro Schneider, a tendência da condução de política monetária do BCE está clara no sentido de que poderá ser ampliada a compra de títulos e a flexibilização monetária para estimular a economia da zona do euro. A ata sai na quinta-feira (7) às 8h30. 

Relatório de Emprego (EUA)
Principal indicador observado pelo Fed antes de subir os juros nos EUA, o relatório deve registrar uma criação de 180 mil vagas, de acordo com a expectativa mediana do mercado. Apenas números bem acima ou abaixo disso serão suficientes para que a autoridade monetária se sinta confortável para enterrar de vez ou reavivar o corte de juros que alguns economistas esperam que ocorra no fim do ano. Ainda vale a pena olhar para os ganhos por hora trabalhada, que devem ter um novo avanço de 0,2% e para a taxa de desemprego, que economistas projetam que subirá para 4,8%. O indicador será divulgado às 9h30 da sexta-feira (8).  

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Feriado de 4 de julho nos EUA
A próxima segunda-feira (4) será feriado do Dia da Independência nos EUA e os mercados estarão fechados por lá. Com isso, o volume aqui no Brasil também deve ser reduzido, o que aumenta a volatilidade. 

Para ver a agenda completa da semana que vem, clique aqui.