As ações que mais choram a saída do Reino Unido da União Europeia

O êxito da saída do Reino Unido da União Europeia por 52% a 48%, que já culminou no anúncio de renuncia do primeiro-ministro David Cameron, tem pesado sobretudo nas ações dos bancos

Marcos Mortari

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SÃO PAULO – A vitória do “Brexit” no referendo britânico realizado na última quinta-feira e anunciado nesta manhã trouxe um terremoto para os mercados acionários europeus e asiáticos, sinalizando um dia de grandes perdas para muitos investidores no mundo inteiro. No velho continente, a libra despenca na casa dos 8% ante o dólar ao passo que índices acionários como FTSE, DAX e CAC apresentam respectivos mergulhos de 4,74%, 7,29% e 8,88%.

O êxito da saída do Reino Unido da União Europeia por 52% a 48%, que já culminou no anúncio de renuncia do primeiro-ministro David Cameron, tem pesado sobretudo nas ações dos bancos. Instituições financeiras como Barclays, Royal Bank of Scotland, Lloyds e HSBC apresentam profundas quedas na casa de 15%. O FTSE100 chegou a apresentar queda de 8% nos primeiros minutos de negociação, no maior recuo desde o colapso americano do Lehman Brothers em 2008.

O pânico dos investidores chega a um nível muito elevado devido ao elevado grau de incertezas. “Os mercados reagiram fortemente à notícia recebida — chamar de banho de sangue não é um exagero… Nesta fase, sentimos que é prematuro fazer novas previsões sobre o mercado”, afirmou um analista entrevistado pelo portal americano Market Watch. Além do peso imprevisível da saída da Grã-Bretanha da UE e como esse complexo movimento em termos institucionais, também é temerária a possibilidade de o “Brexit” motivar outras saídas do bloco.

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“O que estamos vendo agora é o mercado reagindo com um choque completo e perplexidade sobre os desdobramentos dos resultados. Os volumes são magros, mas estamos vendo movimentos sem precedentes nos mercados financeiros”, disse outro especialista em conversa com a CNBC. Embora o “Brexit” tenha conquistado força com a aproximação do referendo, a maior parte dos atores do mercado duvidava que o povo britânico fosse, de fato, votar pela saída.

Marcos Mortari

Responsável pela cobertura de política do InfoMoney, coordena o levantamento Barômetro do Poder, apresenta o programa Conexão Brasília e o podcast Frequência Política.