Petrobras ‘ignora’ petróleo e volta a cair; Ultrapar dispara 5% com compra da Ale

Confira os principais destaques de ações da Bovespa nesta segunda-feira<span> </span>

Paula Barra

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SÃO PAULO – Após queda durante toda a manhã em meio aos temores com o Brexit, à espera da reunião de política monetária nos EUA e repercutindo os dados chineses, o Ibovespa vira para alta no final da manhã desta segunda-feira (13), acompanhando o desempenho dos mercados internacionais. A virada das ações de Vale e Petrobras, além de bancos, ajudam o índice a ficar positivo. Confira os principais destaques: 

Vale e siderúrgicas
As ações da Vale (VALE3, R$ 15,11, +1,07%; VALE5, R$ 12,01, +0,92%) registram alta após caírem até 3% nesta manhã. Essa é a primeira sessão de alta após duas quedas seguidas. Os ativos seguem o desempenho do minério de ferro, que encerrou em alta de 0,67%, a US$ 52,91 a tonelada, no porto de Qingdao, na China. 

As ações da CSN (CSNA3, R$ 7,08, +1,87%) também viraram para alta, assim como da Usiminas (USIM5, R$ 1,80, +0,56%), mas os papéis da Metalúrgica Gerdau (GOAU4, R$ 2,00, -2,44%), Gerdau (GGBR4, R$ 5,77, -1,54%) seguem em queda, apesar de menos expressivas do que durante a manhã. 

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No radar das companhias, as discussões tributárias que colocaram a Gerdau como alvo da Operação Zelotes – que investiga esquema de compra de votos no Carf (Conselho Administrativo de Recursos Fiscais) – poderão ser analisadas nesta semana pela Câmara Superior do órgão, segundo informações do Valor Econômico.

Ultrapar (UGPA3, R$ 69,00, +4,62%)
As ações da Ultrapar disparam na Bovespa nesta sessão, após a companhia anunciar que sua subsidiária, a Ipiranga Produtos de Petróleo S.A., assinou contrato de compra e venda para a aquisição de 100% da Alesat Combustíveis S.A. e dos ativos que integram a sua operação (ALE), no qual a Ultrapar comparece como interveniente garantidora. O valor global da aquisição totaliza R$ 2,168 bilhões. Na máxima do dia, os papéis da companhia subiram 5,06%, a R$ 69,29. 

A XP Investimentos comentou que a aquisição é positiva, pois a Ultrapar possui baixa penetração na região da Ale e os analistas não veem problemas em relação à aprovação do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica). Aliado a isso, há sinergias e ganhos de escala a favor da Ultrapar com o negócio. “Acreditamos que as ações possam reagir positivamente, mas vale destacar que o valuation de Ultrapar já contempla um prêmio por conta da excelente gestão da companhia”, disseram os analistas. 

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O Credit Suisse aponta que o Ebitda da Ale em 2015 foi de R$ 275 milhões, resultando em umvaluation de 7,8 vezes a relação entre EV (Enterprise Value) eEbitda. Esse valuation é comparável com a média histórica da Ultrapar de 10-11 vezes o EV/Ebitda. “Assim, antes de assumir sinergias, a simples reavaliação de múltiplos pelo mercado poderia adicionar aos acionistas de Ultrapar R$ 850 milhões, ou R$ 1,50 por ação (2% acima do preço de fechamento)”, afirma.

Em fato relevante enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a empresa informou que o valor a ser pago aos vendedores terá a dedução da dívida líquida da Ale em 31 de dezembro de 2015 e será sujeito a ajustes de capital de giro e endividamento líquido na data do fechamento da transação. “As partes acordaram ainda a manutenção de conta garantia para pagamento de eventuais passivos ou contingências cujo fato gerador seja anterior ao fechamento da operação”, diz o documento.

Conforme a empresa, a consumação da operação está sujeita a determinadas condições suspensivas usuais em negócios dessa natureza, dentre as quais a aprovação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) e a aprovação pela assembleia-geral de acionistas da Ultrapar, que será convocada oportunamente. A empresa destaca que a operação não ensejará direito de recesso, tendo em vista que as ações de emissão da Ultrapar têm liquidez e dispersão no mercado. Até o posicionamento do Cade, as companhias manterão as suas operações totalmente separadas e seguirão atuando como concorrentes efetivas.

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Oi (OIBR3, R$ 1,61, -9,55%; OIBR4, R$ 1,56, -4,88%)
As ações da Oi amenizam as perdas de 16% registradas mais cedo, na esteira do comunicado de que Bayard De Paoli Gontijo apresentou carta de renúncia ao cargo de presidente da companhia. Marco Norci foi eleito novo CEO pelo conselho de administração da empresa. Ele acumulará também a função de diretor administrativo financeiro, que exerce atualmente. A companhia não informou o motivo da renúncia, no entanto, uma pessoa com conhecimento ao assunto disse à Bloomberg que Gontijo deixou a Oi por discordar do processo de negociação com credores. Ele decidiu renunciar para permitir que negociações continuassem rapidamente, disse a fonte. 

Além disso, uma notícia do Valor Econômico aponta que a solução para a dívida da Oi, de R$ 52 bilhões, enfrenta forte resistência no conselho de administração da empresa. Segundo o jornal, a negativa do colegiado ao plano em debate com os credores internacionais culminou na súbita renúncia de Bayard Gontijo da presidência da companhia.

Nesta manhã, a Oi informou também a renúncia de Robin Bienenstock ao cargo de membro do conselho de administração. Com sua renúncia, Marcos Grodetzky, anteriormente suplente de Robin Bienenstock, passará a conselheiro titular.

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Em relatório, analistas do Credit Suisse lembraram que a Oi tem um volume significativo de dívida com vencimento em julho e que seria muito bem vindo um acordo com os credores antes dessa data. 

Petrobras (PETR3, R$ 11,06, +0,27%; PETR4, R$ 8,79, +0,11%)
As ações da Petrobras retomam perdas nesta sessão, descolando dos preços do petróleo no mercado internacional, que depois de caírem quase 3% mais cedo viraram para alta. O brent registra alta de 0,20%, a US$ 50,64 o barril, enquanto o WTI subia 0,24%, a US$ 49,19 o barril. 

No radar, a estatal informou que a paralisação de 24 horas promovida na sexta-feira pelos trabalhadores ligados à FUP (Federação Única dos Petroleiros) não afetou as suas operações. “A Petrobras informa que as atividades da companhia estão dentro da normalidade”, segundo a assessoria da empresa estatal. O movimento, aprovado por 12 dos 13 sindicatos filiados à entidade, teve início na noite de quinta nos campos de produção terrestre do Ativo Norte da Bahia, que foram colocados à venda pela Petrobras. 

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“A greve da categoria é em defesa da soberania e da democracia e contra o desmonte da empresa, a entrega do pré-sal e os ataques aos direitos dos trabalhadores, que estão na agenda do governo de Michel Temer [presidente interino] e do presidente da Petrobras, Pedro Parente”, afirmou a federação, em nota.

Prumo (PRML3, R$ 6,66, +1,83%)
As ações da Prumo Logística sobem após o Conselho da Overseas Private Investment Corporation (OPIC), agência financeira norte-americana de desenvolvimento, aprovar linha de crédito para a subsidiária Açu Petróleo. Em comunicado, a Prumo informou que a “operação ainda está sujeita a assinatura de documentos definitivos e ao cumprimento de condições precedentes”. Ela destacou que “a linha de crédito equilibrará a estrutura de capital e propiciará o desenvolvimento do programa de investimentos do terminal de transbordo de petróleo, principalmente relacionado às obras de dragagem para aprofundar o canal de acesso do terminal, a fim de capacitá-lo para receber os navios VLCC´s (Very Large Crude Carrier)”.