Kroton confirma que quer Estácio; Vale e BM&FBovespa podem mudar de CEOs e mais 6 notícias

Confira os destaques corporativos desta quinta-feira (2)

Lara Rizério

SÃO PAULO – Além do noticiário político movimentado, o cenário corporativo é movimentado, com possíveis trocas de CEOs e fusões no radar de diversas empresas. Confira os destaques desta quinta-feira (2):

Vale
O governo Michel Temer planeja trocar Murilo Ferreira no comando da Vale (VALE3;VALE5), diz o jornal Valor. O principal motivo da troca no comando da Vale é que Murilo Ferreira é ligado à presidente afastada Dilma Rousseff. Temer está sendo pressionado especialmente pelo PMDB de Minas Gerais, diz o jornal. Outros setores também manifestaram insatisfação com a Vale, mas Temer ainda não tomou decisão a respeito. O tema ainda não foi tratado pelos acionistas controladores, segundo o jornal. Tito Martins e José Carlos Martins, ex-diretores da Vale, estão entre nomes cotados para o posto de Ferreira, afirmou a publicação. A escolha do presidente da Vale tem de passar pelo consenso de pelo menos 3 controladores e pode não avançar sem o apoio do Bradesco, dos fundos de pensão, do BNDESPar e da Mitsui. O contrato de Ferreira foi renovado até abril de 2018, informou a publicação.

Duarte Júnior, prefeito de Mariana, encontrou-se com o presidente em exercício Michel Temer ontem para discutir a potencial retomada de operações da Samarco, joint venture da Vale e BHP, disse Júnior, em entrevista para a Bloomberg por telefone.

O prefeito disse que Temer ajudará a organizar encontro com governador de Minas Gerais e o estado é o responsável por aprovação ou rejeição de retorno porque foi uma agência estadual que suspendeu a operação da companhia. Júnior destacou importância de mina para economia local. Após o ministro do Meio Ambiente, Sarney Filho, afirmar no mês passado que não aprovaria volta de Samarco, prefeito disse que decisão não cabe ao ministro

Júnior também procura ajuda de Temer para alterar acordo assinado em março, incluindo assistência para serviços básicos de Mariana. A Operação da Samarco foi paralisada em novembro, quando barragem de rejeitos da empresa se rompeu e matou 19 pessoas, além de contaminar vias navegáveis. A Samarco quer retomar pelo menos 60% da produção para ajudar a gerar recursos para pagar os cerca de R$ 12 bilhões do acordo em 15 anos para reparação de danos e assistência às vítimas Como parte de acordo com governo, companhia concordou em pagar R$ 4,4 bilhões durante próximos três anos.

Kroton e Estácio
A Kroton (KROT3), maior empresa de educação do mundo, contratou o banco de investimento Itaú BBA para assessorá-la numa oferta pela rede carioca Estácio (ESTC3), segundo informações da revista ExameDe acordo com a publicação, as negociações ainda não começaram — mas a Kroton pretende levar uma proposta formal aos conselheiros da Estácio nas próximas semanas. A revista ainda afirma que, caso o conselho da Estácio barre a proposta, é possível que Rodrigo Galindo, presidente da Kroton, faça uma oferta hostil pelo controle, ou seja, encaminhar uma proposta diretamente aos acionistas da empresa.

Em comunicado, a companhia informou que vem estudando internamente e de forma sigilosa uma potencial combinação de seus negócios com a Estácio e “acredita que a mesma traria benefícios para ambas as empresas, seus negócios, alunos, acionistas e demais stakeholders”. “A operação possui um forte racional estratégico em razão da alta complementaridade geográfica, do amplo potencial de sinergias e de ganhos de eficiência (conforme análises realizadas com informações públicas), e em especial, do fortalecimento dos investimentos na qualidade dos seus serviços educacionais”, destaca ele. 

Segundo a Kroton, para determinação dos valores das empresas em uma potencial combinação de negócios, a companhia considera, com base em estudos internos com apoio dos nossos assessores, uma relação de troca1 de 0,977 ações ordinárias de emissão da Kroton para cada ação ordinária de emissão da Estácio baseada no preço médio ponderado pelo volume de negociação das ações das empresas na BM&FBovespa para os 30 pregões imediatamente anteriores a este Fato Relevante. Com base nesta relação de troca, as ações da Companhia, após as emissões necessárias, seriam distribuídas entre os acionistas da Estácio e da própria companhia na proporção de, aproximadamente, 15,7% e 84,3%, respectivamente.

 BM&FBovespa
De acordo com a revista Exame, o presidente da BM&FBovespa (BVMF3), Edemir Pinto, deixará o cargo para presidir o Conselho de Administração. 

Gol
A Gol (GOLL4) adiou a troca de bônus e pode mudar condições, segundo o jornal Valor Econômico. O prazo terminou ontem e Gol decidiu adiar data-limite para que investidores estrangeiros detentores de títulos em dólares possam aderir ao plano de troca por outros papeis, diz o jornal, citando fontes não identificadas. A companhia ainda vai detalhar novos prazos e cogita alterar condições de troca, segundo o jornal. Até 20 de maio, 16% dos detentores tinham aderido ao plano, diz a publicação. 

Petrobras
A EIG Management e 8 dos fundos sob sua gestão adicionaram várias companhias, incluindo Keppel e Keppel Offshore & Marine como réus em ação judicial contra Petrobras (PETR3;PETR4) aberta no tribunal no Distrito de Columbia, nos EUA, segundo comunicado da Keppel. EIG alega que os réus participaram de uma conspiração ilegal para induzir a empresa a investir US$ 221 mi na Sete Brasil Participações. A Keppel diz que nega essas alegações sem fundamentos e afirma que vai se defender na ação.

Além disso, Pedro Parente recebe cargo de presidente da estatal em cerimônia na sede da empresa no Rio de Janeiro, 10h (horário de Brasília).

Bradesco
Em comunicado publicado nos jornais desta quinta-feira, 2, o Bradesco (BBDC4) comunica que, em um dos inquéritos desdobrados da Operação Zelotes, foram indiciados três integrantes da direção e o diretor-presidente do banco, Luiz Carlos Trabuco. Dois diretores do banco prestaram depoimento à Polícia Federal em São Paulo no âmbito do citado inquérito. Segundo relatório da Polícia Federal, membros da diretoria do banco mantiveram contato com pessoas investigadas por crimes de corrupção ativa.

De acordo com o comunicado, os diretores esclareceram no depoimento que foram procurados por escritório de assessoria tributária que se ofereceu para advogar uma questão junto ao Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf). “Desses contatos não se efetivou qualquer proposta, contratação ou pagamento, mesmo porque a pendência fiscal já se encontrava sob o patrocínio de renomados tributaristas”, alegou o Bradesco. A instituição financeira informa que o processo junto ao Carf, objeto da investigação, foi julgado em desfavor do Bradesco por unanimidade (6 X 0) e encontra-se, agora, submetido ao Poder Judiciário.

“O Bradesco informa que jamais prometeu, ofereceu ou deu vantagem indevida a quaisquer pessoas, inclusive a funcionários públicos, para encaminhamento de assuntos fiscais ou de qualquer outra natureza.” No documento publicado em jornais, o Bradesco reitera que o indiciamento “tomou de surpresa a administração, considerando que os dois diretores foram ouvidos apenas como testemunhas e seu presidente sequer foi ouvido e tampouco participou de qualquer reunião com representantes do escritório de assessoria tributária”.

Eletrobras
O presidente de Furnas, subsidiária da estatal Eletrobras (ELET6), pediu demissão do cargo na elétrica em meio à mudança de governo no Brasil, afirmou à Reuters uma fonte com conhecimento do assunto nesta quarta-feira. Desta forma, Flávio Decat deverá se juntar ao presidente da holding Eletrobras, José da Costa Neto, que já tem preparada uma carta de renúncia também devido à nova gestão no Planalto 

Biosev
A Biosev (BSEV3) teve resultado líquido positivo no quarto trimestre da safra 2015/16, na esteira da recuperação dos preços de açúcar e etanol. No quarto trimestre da safra 2015/16, entre janeiro e março, a Biosev teve lucro líquido de R$ 49,7 milhões. A receita com as vendas de açúcar subiram 18% no último trimestre da safra. A receita líquida do trimestre caiu 6%, somando R$ 1,366 bilhões; já a receita da safra avançou 36%, para R$ 6,162 bilhões.

Tereos
A Tereos (TERI3) teve um prejuízo líquido de R$ 127 milhões na safra 2015/16, 17,9% abaixo do que na temporada anterior (2014/15). No Brasil, a receita subiu 19% na comparação com o ciclo precedente, para R$ 2,781 bilhões. O Ebitda avançou 51%, a R$ 1,169 bilhão. 

(Com Agência Estado e Bloomberg)

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.