Bradesco e Banco do Brasil desistem de comprar a Elavon no Brasil, diz Bloomberg

Segundo a agência de notícias, a desistência ocorre depois que os reguladores antitruste sinalizaram que iriam impor restrições antes de aprovar o negócio

Rodrigo Tolotti

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SÃO PAULO – A agência da notícias Bloomberg afirmou nesta quinta-feira (11) que o Bradesco (BBDC4) e o Banco do Brasil (BBAS3) desistiram de comprar a Elavon no Brasil, um rumor que toma conta do mercado já faz alguns dias. Mais cedo, a Reuters afirmou que a Elo Participações, joint venture entre os dois bancos estaria negociando a compra integral da Elavon.

Segundo a Bloomberg, a desistência ocorre depois que os reguladores antitruste sinalizaram que iriam impor restrições antes de aprovar o negócio, de acordo com duas fontes. Uma das pessoas ainda diz que o plano dos bancos para adquirir a participação não faria sentido financeiro com as restrições propostas. Banco do Brasil e Bradesco não quiseram comentar.

A matéria da Reuters já dizia que o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) teria levantado questões sobre possíveis entraves à concorrência com a venda da Elavon, o que estaria atrasando o fechamento da transação. Procurado, o Cade disse que “não comenta uma operação até que o edital referente ao ato de concentração” seja publicado no Diário Oficial da União. “Não há edital publicado sobre a operação mencionada”, limitou-se a informar o órgão antitruste.

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A Elavon, embora tenha apenas entre 1 e 2% desse mercado no Brasil, tem um produto mais simples e barato, e pode agregar serviços complementares à atuação da Cielo, disse a primeira fonte. A consolidação se daria num momento em que o cenário prolongado de fraca atividade econômica pôs fim a um ciclo de expansão acelerada dos meios eletrônicos de pagamento no Brasil, que tem levado o setor a oferecer maiores descontos nas taxas cobradas de lojistas em busca de manutenção do market share.

A Elavon estreou no Brasil em 2012 com meta de alcançar 15% do chamado mercado de adquirência. Mas o plano sucumbiu à escala das rivais maiores Cielo, Rede (do Itaú Unibanco) e GetNet (do Santander Brasil), que juntas possuem mais de 90 por cento do mercado no país. As relações entre os atuais sócios da Elavon no Brasil azedaram após o Banco Central brasileiro dizer que a joint venture precisava de um aumento de capital e o Citigroup ter se recusado a colocar dinheiro, disseram duas fontes à Reuters em novembro.

Os rumores dos últimos dias afetaram bastante a Cielo, que nesta quinta teve sua maior queda desde 2012 na Bolsa, em meio a preocupações com concorrência. Essa foi a 3ª queda seguida da ação, período que acumula perdas de 13%, marcando hoje seu menor fechamento desde março de 2014.

Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.