Mobius está comprando ativos no Brasil: “no ponto máximo do pessimismo, é hora de comprar”

O portfólio de ativos da Franklin Templeton inclui ações como Bradesco, Itaú Unibanco,  Ambev e Localiza; Mark Mobius afirmou que não está decepcionado com economia brasileira

Lara Rizério

Bloomberg

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SÃO PAULO – “Quando tudo está tão ruim, devemos começar a ser otimistas”. É com esse espírito que o executivo-chefe da Franklin Templeton e considerado “guru dos mercados emergentes” Mark Mobius destacou a sua visão de longo prazo sobre este grupo de países, que inclui o Brasil. O gestor participou de evento com jornalistas na manhã desta sexta-feira (5), em São Paulo. 

Agora, em meio a tanto pessimismo econômico sobre a economia nacional, a gestora está comprando mais ativos brasileiros. O portfólio de ativos inclui ações como Bradesco (BBDC4) e Itaú Unibanco (ITUB4), Ambev (ABEV3) e Localiza (RENT3). “Quando as pessoas estão no ponto máximo do pessimismo, essa é a hora de comprar”. Sobre os bancos, o gestor ainda destacou que as ações do Itaú e do Bradesco estão sendo negociadas a 1 vez o seu patrimônio e estão “muito baratas”. Entre outras apostas de Mobius de ações que podem sobreviver à turbulência, estão BRF (BRFS3) e BM&FBovespa (BVMF3). 

Segundo Mobius, os mercados emergentes estão em um ponto de virada para voltarem a ter uma performance superior, enquanto a depreciação das moedas está impulsionando as exportações. “Recomendamos investir mais nos emergentes”.

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Ao ser questionado sobre a principal preocupação dos investidores sobre o Brasil, ele afirmou que é o câmbio, assim como o efeito das taxas de juros sobre os custos de investimentos. “Sem investimento, não há crescimento”. 

Na semana em que a agência de classificação de risco Moody’s visita o Brasil (e há expectativas de que ela se una a Standard & Poor’s e Fitch Ratings ao rebaixar o Brasil para grau especulativo), Mobius afirmou que um eventual downgrade terá um efeito marginal sobre o Brasil, ainda mais tendo em vista que o Brasil já é “junk” e que as agências de classificação de risco costumam ser atrasadas.

Mobius ainda destacou que não está decepcionado com o Brasil, uma vez que já esperava uma deterioração adicional da economia no ano passado. “Investimos aqui desde a década de 1980, colocamos as coisas em perspectiva”, afirmou.

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Sobre a política brasileira, Mobius afirmou que o impeachment da presidente Dilma Rousseff, se ocorresse, não necessariamente seria bom no longo prazo e que a economia brasileira pode se recuperar ainda no governo da petista. “O Brasil pode se recuperar se a presidente mudar as suas políticas”, afirmou Mobius, ressaltando que Dilma é responsável apenas em parte pelas decisões de política. 

Para ele, o aumento da transparência das instituições brasileiras conta como um ponto positivo, destacando a Operação Lava Jato neste sentido. 

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.