Siderúrgicas podem sofrer taxação dos EUA, alerta da Petrobras e mais 14 destaques

Confira os principais destaques corporativos desta terça-feira

Paula Barra

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SÃO PAULO – O noticiário segue movimentado nesta terça-feira (12), que marca a sétima queda seguida do petróleo, para patamar de US$ 30,00 o barril, o que pode pressionar novamente os papéis da Petrobras (PETR3; PETR4) nesta sessão. 

A estatal, que caiu quase 3% ontem, alerta para dificuldades com a queda do petróleo, segundo reportagem do Valor. Uma carta do presidente da Petrobras, Aldemir Bendine, aos funcionários, lembra que da forte queda do preço do petróleo e que a empresa precisa economizar US$ 12 bilhões até 2019 com redução de custos operacionais e renegociação de contratos. Segundo o executivo, a companhia dará “prioridade absoluta” ao pré-sal, onde estaria extraindo petróleo a um custo de US$ 8,00 o barril, quase metade do desempenho de outras grandes petroleiras.

Já a Folha de S. Paulo destaca que a Petrobras deve manter os preços da gasolina e do diesel, mesmo diante da queda da commodity. Segundo cálculos do CBIE (Centro Brasileiro de Infraestrutura), o preço da gasolina no Brasil está 14,4% superior à cotação do combustível no golfo do México, usado como referência nos mercados do Atlântico. 

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Nesta manhã, a Petrobras cortou sua projeção para petróleo Brent para US$ 45,00 o barril em 2016, contra previsão anterior de US$ 55,00 o barril. Atualmente, a commodity é cotada a US$ 31,63 o barril. Já a taxa de câmbio foi de US$ 3,80 para US$ 4,06 em 2016.

Siderúrgicas
Segundo a Bloomberg, os Estados Unidos querem taxar importações da CSN (CSNA3) e Usiminas (USIM5) em até 7,4%.

Ainda sobre as companhias, o governo do Rio de Janeiro negocia com a CSN para evitar demissões. Ontem, o presidente da Força Sindical, Miguel Torres, disse que a companhia se prepara para desligar o alto-forno 2 da usina Presidente Vargas, em Volta Redonda (RJ), e já começou as primeiras demissões, das 3 mil previstas com a medida.

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Construtoras
O governo pretende pretende estimular a construção civil para retomar o crescimento, no chamado “novo PAC”, no entanto, pode esbarrar em obstáculos como juros elevados, restrição na oferta de crédito e incertezas em relação à conjuntura política. No caso da faixa 1 do Minha Casa Minha Vida, onde é concedido subsídio de até 95%, a retomada das contratações seria uma alternativa de estímulo a geração de empregos. Se vier, a XP Investimentos ressalta que Direcional (DIRR3) seria a mais beneficiada e, em seguida, a MRV Engenharia (MRVE3).

Para o presidente do Secovi, Claudio Bernardes, o possível uso de capital do FGTS para iniciar novas obras na faixa 1 poderia ajudar na recuperação do setor e, assim, incentivar a geração de postos de trabalho. 

Pão de Açúcar
O Pão de Açúcar (PCAR4) informou nesta terça-feira que sua receita líquida subiu 0,2% no quarto trimestre, na comparação anual, para R$ 19,7 bilhões. As vendas no segmento “mesmas lojas” (que considera as lojas abertas há pelo menos 12 meses) caiu 2,3% no período e 1,2% em 2015.

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Já a Via Varejo (VVAR11) viu suas vendas caírem 15% para R$ 5,46 bilhões e queda de 15% para R$ 19,3 bilhões em 2015. 

BTG Pactual
O BTG Pactual (BBTG11) informou que recomprou R$ 565 milhões de ações desde a prisão de seu ex-presidente André Esteves, em 25 de dezembro, até 30 de dezembro, totalizando 32 milhões de units, ou 14% dos papéis em circulação no mercado na data da prisão. 

Em dezembro, o banco tentou recomprar até 41% do free float, mas a CVM negou a proposta. No dia 13, então, o Conselho de Administração do BTG cancelou 19,9 milhões de units e autorizou a recompra de mais 21 milhões de units.

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BRF
A BRF (BRFS3) anunciou a conclusão nesta segunda-feira (11) do programa de recompra de até 23 milhões de ações de sua própria emissão. O programa, segundo a companhia havia informado em 9 de novembro do ano passado, tinha duração para até 28 de outubro de 2016. A BRF pagou em média R$ 57,04 por cada ação, o que resultou em um desembolso de R$ 1,312 bilhão. 

 Para ter uma noção do “tamanho” da recompra: esse mesmo montante equivale à soma dos valores de mercado de Gol (GOLL4, R$ 739,98 milhões), Magazine Luiza (MGLU3, R$ 320,83 milhões) e PDG (PDGR3, R$ 94,4 milhões).

Vale lembrar que, além da recompra ter sido encerrada 9 meses antes do previsto, a companhia já havia ampliado em 2015 o total de ações que pretende adquirir ao longo do programa. O plano inicial, anunciado em 29 de outubro, contemplava 15 milhões de ações. Duas semanas depois, ela elevou em mais 8 milhões de papéis. O programa de recompra da BRF surgiu ao mesmo tempo em que suas ações desabaram na Bolsa, repercutindo a divulgação do balanço referente ao 3º trimestre de 2015.

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Sabesp
Sabesp (SBSP3) deixou de arrecadar R$ 1,2 bilhão em quase 2 anos com o programa de descontos na conta para quem economiza água. O projeto é responsável por “poupar” o equivalente a um quarto da capacidade do Sistema Cantareira. A partir deste mês, os clientes terão de consumir 22% menos água para manter o mesmo benefício na fatura.

A medida foi aprovada no dia 23 de dezembro pela agência reguladora do setor e deve diminuir as perdas financeiras com o bônus em um momento em que a empresa registra prejuízo – R$ 580 milhões apenas no 3° trimestre. No acumulado do ano, a Sabesp ainda tem um lucro de R$ 75 milhões, 91% menor do que em 2014.

Somente em 2015 (até novembro), a Sabesp deixou de arrecadar R$ 844,8 milhões com o programa, mais do que o dobro do prejuízo provocado no primeiro ano da crise, de R$ 376,4 milhões. O rombo equivale a quase duas vezes o custo da transposição de água do Paraíba do Sul para o Cantareira, principal obra para recuperar o sistema, orçada em R$ 555 milhões.

Copel
A estatal paranaense Copel (CPLE6) captou R$ 500 milhões por meio da emissão de notas promissórias para quitar o bônus de outorga cobrado pelo governo federal após a companhia arrematar a hidrelétrica Parigot de Souza em leilão promovido em novembro de 2015. Em nota à Reuters, a empresa disse que “os papéis têm prazo de dois anos, com amortização e pagamento de juros apenas no vencimento”.

Dasa
O conselho de administração da Dasa (DASA3) manifestou-se favoravelmente sobre a OPA para tirar a empresa do segmento Novo Mercado da BM&FBovespa. A proposta tinha sido feita no dia 29 de dezembro do ano passado pela sua controlada Cromossomo Participações II, com o objetivo de dar “maior flexibilidade” à estrutura de capital da companhia.

Segundo o edital da oferta e comunicados da empresa, a operação terá o preço final de R$ 10,50 por ação, o que representa um prêmio de R$ 2,86 por papel, ou 37%, em relação ao fechamento do dia anterior à oferta.

Ser Educacional
O Conselho de Administração da companhia educacional Ser (SEER3) aprovou nesta segunda um novo programa de recompra de ações, com quantidade máxima a ser adquirida de até 3.624.650 ações em um prazo máxima de 365 dias, encerrando em 9 de janeiro de 2017. A empresa informou que atualmente possui 377.500 ações em tesouraria.

Natura
A empresa de cosméticos Natura (NATU3) informou na noite de segunda-feira ter recebido correspondência dos procuradores da família do acionista Anizio Pinotti informando que as ações de sua propriedade serão transferidas à viúva do investidor e seus dois filhos.
 

A transferência ocorreu em decorrência da homologação judicial do testamento do acionista. Após a mudança, a participação societária anteriormente detida pelo investidor passa a ser detida em 75 por cento para pela viúva e 12,5 por cento para cada um de seus filhos, de acordo com comunicado ao mercado. De acordo com o documento, nenhum integrante da família Pinotti passou a deter, de forma individual, mais de 5% do total de ações emitidas pela Natura.

Recomendações
Em relatório que sobre estratégia de investimentos para Brasil em 2016, o BTG Pactual vê mais um ano desafiador para o País, com PIB caindo cerca de 3%, inflação pressionada (6,5%), juros subindo (em 1 ponto percentual) e dólar a R$ 4,20 ao fim de 2016. 

Diante desse cenário, o banco ressaltou que os setores de papel e celulose, etanol e açúcar parecem os bons investimentos. Dentro do segmento de proteína, o banco disse que prefere Minerva (BEEF3) e Marfrig (MRFG3). Já o quadro de Selic maior deve beneficiar as ações da Gafisa (GFSA3), Tupy (TUPY3), Marcopolo (POMO4) e Weg (WEGE3). 

Energia
O banco também aproveitou para revisitar o setor de energia. Para eles, o maior problema hoje está do lado macroeconômico e, portanto, suas top picks no setor não mudaram: Equatorial (EQTL3), Energias do Brasil (ENBR3) e Tractebel (TRPL3). Os analistas aproveitaram para chamar atenção para Taesa (TAEE11), que teve recomendação elevada para compra, e Alupar (ALUP3), que segue com recomendação de compra e tem o mesmo perfil da Taesa. Duas empresas que funcionam como “calls” de proteção contra inflação e tem boa previsibilidade de caixa, comentaram. 

Tecnisa
O diretor-executivo técnico da Tecnisa (TCSA3), Fabio Villas Bôas, disse que a incorporadora, tradicionalmente voltada para empreendimentos de alto padrão, deve priorizar imóveis com valor entre R$ 300 mil e R$ 400 mil, onde a demanda é maior e a compra pode ser financiada com recursos da linha pro-cotista do FGTS, segundo notícia divulgada no jornal Folha de S. Paulo desta terça-feira (12).

“Não é o nosso carro-chefe, mas será o foco neste ano. O setor está se adaptando à situação atual. Não podemos ficar parados esperando a crise passar. O preço vai cari um pouco, mas a demanda continua”, disse Villas Bôas.

Qualicorp
A Qualicorp (QUAL3) emitiu R$ 311 milhões em debêntures a CDI mais 135 pontos-base. A emissão é voltada para investidores qualificados, com vencimento em janeiro de 2017. O coordenador líder da operação é o Itaú BBA.   

OGX Óleo e Gás
A OGX (OGSA3) informou que a Passaic Place atingiu participação relevante na companhia. De acordo com documento, este aumento de participação do fundo ocorreu por conta da “conversão mandatória de certos bonds emitidos pela OGX Áustria GmbH em ações ordinárias da OGX”. Com isso, a Passaic agora possui 7,25% das ações, o que representa 8.755.004 papéis. 

Rumo Logística
Criada há menos de dois anos no maior acordo da área de transporte de 2014, a Rumo Logística (RUMO3) é hoje o pior desempenho em seu setor. A empresa, que domina o mercado interno para transporte de açúcar, soja e outras culturas, sofre os efeitos da dívida pesada e da crise de crédito no País. Uma situaçõ que tem colocado dúvida sobre a capacidade da empresa de manter investimentos planejados de R$ 7,4 bilhões. 

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